Delegado que recebeu propina para blindar empresário tinha ligações com Youssef

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O delegado da Polícia Federal de Londrina, no Paraná, Sandro Roberto Viana, foi preso em flagrante na tarde do último sábado (25), dividindo R$ 35 mil em propina com um ajudante no esquema de extorsão de dinheiro de empresário da cidade. Em 2003, o mesmo delegado, então diretor da divisão da PF em Londrina, mantinha relações com o doleiro Alberto Youssef e levantava suspeitas de possível interferência em investigação contra ele.
 
Alvos da Operação Corrumpere, deflagrada no sábado, Sandro Roberto Viana foi preso em flagrante repassando uma parte da propina a Cloadoaldo Pereira dos Santos. Os dois são acusados de exigir dinheiro de um empresário da cidade em troca de não investigá-lo em inquérito policial de 2015, já concluído neste ano.
 
Sandro Viana teria exigido um total de R$ 35 mil, sendo que R$ 20 mil ficaria com ele e outros R$ 15 seria de Cloadoaldo. Como delegado da PF, ele foi levado à Polícia Federal em Brasília e irá responder a processo administrativo e criminal, podendo ser demitido do cargo público.
 
Se forem denunciados, ambos devem responder por crimes de corrupção e concussão. Durante a deflagração, os investigadores apreenderam documentos, pendrives, HDs e celulares na sede da empresa de vigilância do intermediário do crime.
 
Não é a primeira suspeita contra Sandro Roberto Viana. Já na PF do Paraná, o delegado foi arrolado em apuração, após a própria PF apreender documentos da investigação no caso Banestado e das contas CC5, como são chamadas as contas em paraísos fiscais de não residentes no Brasil, entre os anos de 1996 e 1999.
 
Em novembro de 2003, a Folha de S. Paulo publicava reportagem indicando que Youssef, preso naquele mês pela investigação, carregava no bolso um cheque de R$ 150 mil nominal ao então deputado federal José Janene (PP-PR).
 
Á época, Janene já era réu de processos sobre os beneficiários das fraudes em Londrina. Além disso, o deputado era um dos responsáveis pela indicação do então diretor da Polícia Federal da cidade, Sandro Roberto Viana dos Santos. 
 
A suspeita, naquele ano, mirava ainda contra mais um delegado, Nilson Sousa, afastado das investigações que envolviam Youssef em Londrina. Isso porque Nilson teve os gastos de viagem a Londrina pagos, no passado, pela empresa do doleiro. 
 
A relação de Youssef com a Polícia Federal da região ia além. A empresa Youssef Câmbio e Turismo chegou a patrocinar a impressão de cartilhas de um projeto educativo para o Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, em 1998. Tanto o delegado afastado, como o então diretor da PF em Londrina, Sandro Viana dos Santos, eram os organizadores do projeto educativo.
 
Agora, Viana foi preso em flagrante por extorsão a empresário em troca da omissão de investigações da Polícia Federal.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Olha o Banestado aí gente !!!

    Segundo o que se fala, foram desviados mais de 520 bilhões mas o amigo de traficante, liberou todos os envolvidos.

    Que por coincidencia eram tucanos

    Se ao amigo de traficante, fosse ofertado, 2% ou 3 % deste montante, daria um valor bem significativo

     

    1. Se mexer nesse vespero do

      Se mexer nesse vespero do Banestado…muito do que acontece hoje na “Lava Jato” poderá ser entendido. 

      Tanto no Banestado como na Lava Jato…os tucanos sairam e continuam saindo “ilesos”.

      Será coincidência?

      1. A praça

        Os mesmos investigados,

        Os mesmos crimes,

        A mesma comarca e o mesmo juiz

        Tudo é igual, mas estou triste,

        Porque no primeiro não tinha os “P” para punir…. 

  2. O peixe é safo mesmo.. Um polvo c costas muito larga

    É impressionante…. Esse cara é muito safo!  Youssef aparece em tudo o que não presta. Naquela que foi a maior investigação sobre lavagem de dinheiro e evasão de divisas – o emblemãtico Caso Banestado – ele já aprecia como delator, o principal operador e, procurador do dinheiro ilícito dos “clientes” no exterior[maioria políticos dos principais partidos da época, principalmente o psdb, além dos principais empresários daqueles tempos, mas ele saiu fácil…e não sobrou praticamente prá ninguém nem o dinheiro voltou. A condenação dele foi piada mal contada e bem rápida… Por acaso, o juiz que julgou  a maioria dos processos também foi o tal moro e a maioria dos procuradores tamém é a mesma da farsa jato  em que, de novo, lá está o mesmo Youssef velho de guerra. 

    Quando o nome desse Youssef aparece só sobra para os desavisados pequenos como esse delegado da pf… Aonde termina e aonde começa esse Youssef??  Ele tem uma net impressionante, assim como chama a atenção ele sempre se safar e continuar vivo porque ele é um arquivo vivo de tudo o que não presta envolvendo gente muitíssimo graúda em vários segmentos. Se esse Youssef abrisse a boca o Br afundava e baixava as portas prá balanço..

  3. Ñ é comentário, é um pedido

    Equipe GGN, deem publicidade do post do DCM, artigo de Joaquim de Carvalho -, sobre um brasileiro,  líder do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Brasil, com sede em Porto Alegre, que está jurado de morte por remanescentes da Operação Condor.  Publicacção é de hoje. O mundo está muito louco mesmo.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/exclusivo-brasileiro-e-jurado-de-morte-por-grupo-remanescente-da-operacao-condor-por-joaquim-de-carvalho/

    1. GNSouto, tu achas que esse rato vai fazer companhia ao Japonês?

      Esse rato, tal qual aquele açougueiro/charlatão que sugeriu a adoção de procedimento médico para assassinar a Dona Marisa, ainda acredita que é um doutor, padre ou policial e que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social.

      1. Velho, puliça, polícia,
        Velho, puliça, polícia, corrigindo, pois, vai que o corporativismo resolva pegar um mané minha égua igual a mim, para dar exemplo?…; o tal japonês puxou 4 anos e tantos, de regime semi-aberto, com grandes chances de ir para o domiciliar.

        Esse agora, aposto, irá na mesma picada.

        É o fim da picada!?

  4. Não vai dar em nada, o delegado não é petista

    Esse flagrante não vai dar em nada pois o degolado não é petista, nem preto, nem pobre, nem puta.

    A montanha vai parir um rato, e o Roedor de Curitiba vai ser o parteiro.

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