Depoimento de delator à CPI desmonta versão de procuradores contra Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O depoimento que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deu à CPI da Petrobras em maio do ano passado derruba parte da denúncia apresentada pela Operação Lava Jato contra Lula, na qual o ex-presidente figura como o comandante de toda a corrupção que existe no plano federal, com destaque para a Petrobras.

Costa, um dos principal delatores da Lava Jato, foi questionado, na CPI, pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sobre a hipótese de Lula conhecer o esquema de arrecadação de propina na Petrobras. Na ocasião, segundo resgatou a Folha nesta segunda (19), ele respondeu: “Não! Eu nunca conversei nem com a presidente atual [Dilma], nem com o [ex] presidente Lula sobre esse tema. Eu nunca conversei”.

Ao deputado João Gualberto (PSDB-BA), Costa disse ainda que não tinha “conhecimento” de que Lula sabia de qualquer esquema “para dar essa informação, se sim ou não. […] O que eu posso complementar para vossa excelência é que eu não entrei na diretoria em janeiro de 2003, quando o presidente Lula assumiu, eu entrei em maio de 2004, um ano e meio depois, e esse processo já existia quando eu cheguei lá”. Mas a Lava Jato costuma ignorar qualquer relato que anteceda o governo Lula.

“Além das declarações à CPI, nos depoimentos de Costa não há acusação de que Lula recebia propina”, destacou a Folha. Ainda assim, a Lava Jato acusou Lula de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, onde ele e sua mulher, Marisa Letícia, teriam recebido vantagens da OAS que somam R$ 3,7 milhões. Lula nega a acusação feita com base em “convicções, não provas”.

O jornal ainda lembrou que a denúncia contra Lula usa o acordo de delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE). Ele disse ter ouvido de Lula que o petista conversava com Costa sobre arrecadação para o PP. Contudo, a versão de Costa à CPI desmonta a tese.

“Procurada na sexta (16), a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em Curitiba informou ter encaminhado as dúvidas aos procuradores, porém, ‘eles não estão atendendo a imprensa nesta semana'”, anotou o jornal.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Não estão atendendo a

    Não estão atendendo a imprensa nesta semana.

    Claro.

    Estão reunidos para ver se conseguem consertar as cagadas do Dallagnol.

  2. Se não sumiram, tem o audío

    Se não sumiram, tem o audío de um depoimento do Paulo Roberto Costa, de 2014, onde ele é categórico que Lula, não queria indicar ele. O PP fechou os trabalhos do congresso por 30 dias, para obrigar Lula a nomea-lo.Eu não sou boa de pesquisa, algum colega poderia trazer o audio aqui.

     

    1. Depoimento de Alberto Yousseff

      Segundo o doleiro, políticos envolvidos na nomeação de Paulo Roberto Costa trancaram a pauta do Congresso Nacional por 90 dias consecutivos. Teriam feito isso para obrigar Lula a nomeá-lo.

      Digo eu que um destes trancadores de pauta hoje é Ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e seu nome é Augusto Nardes – que na época era deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul. Segue a matéria do Estadão:

      http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/doleiro-diz-que-politicos-trancaram-90-dias-pauta-do-congresso-para-obrigar-lula-a-nomear-paulo/

    2. Se não sumiram, tem o áudio

      Lembro bem do aúdio da delação do  doleiro Youssef dizendo que Lula não queria nomear Paulo Roberto Costa, mas a pauta do congresso ficou trancada por meses em represáilia. Só depois da nomeação que que a pauta foi destrancada,

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