Deputado Eduardo Barbosa (PSDB) desviou R$ 1 mi da APAE, diz denúncia

Enquanto deputado federal, Barbosa também era presidente da APAE e teria desviado montante da Federação para financiar sua reeleição na Câmara

Foto: Divulgação PSDB-MG

Jornal GGN – A Federação Nacional da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), desta vez a unidade nacional e de Minas Gerais, foi envolvido em esquema de desvio de recursos do parlamentar Eduardo Barbosa (PSDB-MG), quando o tucano presidia a entidade e teria desviado R$ 1 milhão.

A informação consta na denúncia apresentada nesta quarta-feira (11), pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que informou que os recursos eram públicos, provenientes de emendas parlamentares. Enquanto deputado federal, Barbosa também era presidente da APAE.

O caso teria ocorrido no convênio fechado entre a instituição e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, em 2010, destinando à Federação das APAEs de Minas Gerais um total de R$ 999.997,82, para a contratação de duas empresas responsáveis por promover eventos.

Entretanto, as investigações chegaram à conclusão de que parte dos recursos “foi usada em benefício de pessoas físicas e jurídicas e também para financiar a campanha eleitoral do político que disputou a reeleição”. A apuração foi realizada internamente pela Coordenação-Geral de Convênios da própria Secretaria do governo federal, que, por meio de um relatório de prestação de contas, “concluiu que houve fraude e malversação dos recursos públicos tendo, inclusive, destacado indícios de simulação nos procedimentos de cotações e da ocorrência de procedimentos fictícios para contratação das empresas”.

“O deputado aproveitou-se de sua ingerência na gestão da Apae Nacional e na FeApaes/MG e da indicação de emendas parlamentares voltadas à promoção e defesa de direitos de pessoas com deficiência para a destinação de duas emendas (31860006 e 31860007) à FeApaes/MG”, aponta a procuradora-geral, Raquel Dodge.

Ainda de acordo com Dodge, o deputado federal usou os recursos “de forma escamoteada para outras finalidades”, o que foi revelado pela quebra de sigilo bancário do parlamentar. “Os extratos mostram que cerca de 60% do valor pago à uma empresa de eventos foi desviado. Os principais destinatários do dinheiro recebido foram pessoas físicas, sobretudo funcionários e familiares de sócios da empresa.”

Na denúncia enviada nesta quarta-feira (11), a PGR solicita a perda da função pública, emprego público ou mandato eletivo do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG). Em resposta, o parlamentar disse que se trata de uma acusação “descabida” da procuradora “que vai deixar o cargo na semana que vem”.

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Redação

8 Comentários

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  1. Que ela vai deixar o cargo semana que vem não há dúvida, por isso tá limpando as gavetas com tudo que ela segurou todo esse tempo, para ver se conseguia a reeleição.
    Agora!? ” MInha vingança será marígrina”!

    É ela sair e o outro começar a arar tudo para dentro das gavetas de novo.

  2. Sem falar que já se elegeu e se reelegeu, acho que por 5 mandatos, sempre às custas do Movimento Apaeano. Faz das APAEs verdadeiros comitês eleitorais, usando um falacioso discurso de quedefende os direitos das pessoas com deficiência. Mas, paradoxalmente, votou nos dois turnos a favor de uma reforma da previdência que é altamente prejudicial às pessoas com deficiência e sua família.
    A Apae, onde estão matriculadas minhas três filhas com deficiência intelectual, não aceita fazer palanque para ninguém e para nenhum partido.
    Por tal motivo, o atual presidente da federação do estado de minas, juntamente, com um conselheiro regional (atualmente afastado por denúncia de assédio), mais uma turminha local, tentaram por três vezes, ILEGALMENTE, depor a atual diretoria, mas a assembleia geral não permitiu.
    O ministério público eleitoral da comarca de Mantena/MG impediu em 2018, antes das eleições, que você realizado um pseudo encontro regional de dirigentes apaeanos em virtude do caráter meramente eleitoral do mesmo.
    A filha do atual presidente da FEAPAEs é a procuradora jurídica da federação, e o cargo é remunerado e, segundo o estatuto, compete ao presidente indicar o nome do ocupante. Não sei quanto ela ganha. Mas essa procuradora articulou com pessoas locais, alguns são inocentes úteis, para ilegalmente depor a atual diretoria.
    Quero esclarecer, por último, que estou no Movimento Apaeano por mais de 30 anos e já fui vice-presidente da FEAPAEs/ES.

  3. Vai ser difícil gente de boa fé continuar com contribuição voluntária a alguma APAE. Pode ser que haja pais e mães, professores, terapeutas e médicos que, sendo honestos, buscam em associações como estas o que é constitucionalmente obrigação do estado: atendimento igual a todos mas em especial aos mais vulneráveis.

    Mas se antes do Brasil se tornar nessa barbárie e “salve-se quem puder” que vandaliza o estado para a glória da iniciativa privada, já era tudo cheio de “atenda primeiro aos indicados dos importantes”, “a família pobre que tem um cartão de um deputado ou empresário-voluntário”, agora então…

    E isso falando da ponta, hein? Do atendimento, da missão dessas associações, sem nem entrar em suas contabilidades. Será que entidade que tem certificado de benemerência precisa fazer registro fiscal de seu dinheiro? Ou fica mesmo exposta às lavagens? Quem será que fiscaliza essas entidades? Presidentes como Eduardo Barbosa, será?

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