Deputado pede à Procuradoria de SP medidas contra morte de 5 jovens da periferia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O deputado federal Paulo Teixeira (PT) ingressou na Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo com um pedido para ter acesso ao inquérito e todo conteúdo da investigação sobre o assassinato de cinco jovens em Sapopembra, na periferia do Estado. Há suspeita de que o extermínio tenha sido praticado por policiais militares.

O parlamentar também pede que peritos independentes indicados pelas famílias sejam aceitos na investigação, e sugere o afastamento afastamento dos PMs que atuavam na área de desaparecimento dos jovens vitimados, “assim como de todas as autoridades que se contraporem ao completo esclarecimento dos fatos”. Se necessário, proteção à família das vítimas.

Na ação, Teixeira aponta “grave violação de direitos humanos e postula a adoação de providências urgentes do Ministério Público” para impedir que este seja mais um caso de possível chacina praticada por agentes do Estado que termine sem responsabilização.

Pelo que foi divulgado até agora, os cinco jovens, sendo um cadeirante, saíram de suas casas, em meados de outubro, com destino a Ribeirão Pires, para supostamente encontrarem com garotas que haviam conhecido nas redes sociais. Após serem abordados pela PM (um dos jovens enviou uma mensagem de WhatsApp à família no momento do enquadro), eles desapareceram e nenhuma autoridade deu explicação às famílias e à sociedade até o dia 6 de novembro, cerca de 15 dias depois.

“Especula-se na imprensa que os jovens supostamente estariam envolvidos num caso recente de homicídio contra um policial militar e um guarda civil, o que indicaria, segundo ilações das matérias jornalísticas até então publicadas, que eles teriam sido vítimas da Polícia Militar (justiçamento) e, provavelmente, teriam sido executados e seus corpos, ocultados”, anotou o parlamentar.

Em 7 de novembro, os corpos foram encontrados em uma chácara em Mogi das Cruzes, “habitualmente usada por Policiais Militares”. Um dos jovens foi decapitado. Todos estavam amarrados e foram mortos com requintes de crueldade. As capsulas encontradas no local são típicas de armamento usado por PMs.

A ação diz que “independente da eventual responsabilidade das vítimas por fatos delituosos anteriores”, há uma “grave violação de direitos humanos, perpetrados por agentes do Estado, contrariando farta legislação protetiva interna e internacional”.

Além disso, diz que as famílias encontram resistência das autoridades investigativas no que diz respeito ao aprofundamento das apurações. 

Diante da negativa de familiares de tirar os corpos do IML enquanto não conseguirem respostas satisfatórias para os crimes, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda “ameaça enterrar em 72 horas todos os corpos como indigentes”. O Estado estaria “obstando” até mesmo a participação de peritos independentes na investigação.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Histórias que se repetem há

    Histórias que se repetem há muito tempo. Histórias sempre trazidas a nós com políticos brigando para conter esses crimes, pastores, bispos, padres, apóstolos… orando e dizendo-se em luta permanente contra essa violencia, em nome de Jesus… Observamos que, no decorrer das décadas, aumentaram muito a quantidade de políticos, religiosos e outros, na luta ao combate desses crimes que, tambem aumentaram demais! Conclusão: tá cheio de político, religiões e outros espertalhões fazendo média com a gente e na verdade colaborando para que esses crimes aumentem, pois é disso que eles gostam e sobrevivem. Daí, a gente não acredita de ver um pai, uma mãe, um parente dessas vítimas aparecerem na televisão desses caras dando depoimentos… além de perderem seus entes queridose sofrerem demais, ainda fazem papel de otários.

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