Deputados do PP colocaram R$ 200 mil dentro de garrafa de cachaça, diz PF

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Joral GGN – A Folha de S. Paulo publicou, na noite de quinta-feira (20), que um relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal aponta que dois deputados do PP pagaram propina para obter vantagens na Petrobras inserindo o dinheiro dentro de uma garrafa de cachaça. De acordo com a reportagem, José Otávio Germano (à esquerda na foto) e Luis Fernando Faria colocaram R$ 200 mil no objeto e entregaram ao réu delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras disse que recebeu o montante como “cortesia”, mas negou que tenha atuado para obter contratos para a empresa Fidens Engenharia.

Deputados do PP colocaram propina em garrafa de cachaça, diz PF

Da Folha de S. Paulo

A Polícia Federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um relatório atestando que os deputados Luis Fernando Farias (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS) pagaram propina à diretoria da Petrobras em troca de benefícios à empresa Fidens Engenharia.

O documento, entregue no Supremo na quarta (19), é o primeiro parecer conclusivo da PF relativo os inquéritos abertos para investigar a atuação de parlamentares no esquema de desvios da estatal. A informação foi divulgada pelo site da revista “Época”.

De acordo com o relatório da PF, em 2010, Farias e Germano desembolsaram R$ 200 mil ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa para que a Fidens pudesse renovar o certificado que permitia a empresa se inscrever nas licitações da Petrobras.

Os parlamentares guardaram o dinheiro, em espécie, dentro de uma garrafa de cachaça e a entregaram a Costa no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro.

A condição da construtora foi regularizada e ela pode participar das concorrências. Venceu três delas em 2010 –uma para atuar na obra de terraplanagem da Refinaria Premium 1, no Maranhão– e outras duas em 2011.

A PF recolheu provas da relação entre os deputados e um executivo da Fidens com Paulo Roberto Costa. Entre elas está o comprovante de reserva de um quarto duplo no Hotel Fasano na data do pagamento, em setembro de 2010.

Além disso, os investigadores identificaram reuniões de Costa com os parlamentares, inclusive na sede da Petrobras, no Rio, e com o presidente da Fidens, entre 2008 e 2010, no prédio da estatal.

Os policiais também coletaram registro de entrada da Luiz Fernando Ramos no edifício onde funcionava uma das empresas de Youssef, em São Paulo, em 2011.

CONFISSÃO

A PF partiu de informações do prestadas pelo próprio Paulo Roberto Costa em seus depoimentos do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público.

No dia 2 de setembro do ano passado, Costa relatou o lobby dos parlamentares em favor da Fidens Engenharia e admitiu ter recebido os R$ 200 mil em propina no hotel do Rio.

O ex-diretor contou, na ocasião, ter entendido o pagamento como uma espécie de “agradecimento” dos deputados pelos resultados da Fidens, já que, segundo ele, não influenciou na contratação da empresa.

A Folha não conseguiu localizar o advogado que representa os deputados nem os responsáveis pela Fidens.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

27 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A criatividade desses

    A criatividade desses deputados do PP não me surpreende. São capazes de muitas trapicolagens e, como temos visto e ouvido, estão envolvidos em nove a cada dez episódios de corrupção. Todavia, somos obrigados a admitir que R$ 200 mil (ou 2.000 notinhas com a simpática garoupa) não cabem em uma garrafa de pinga. Nem eu um garrafão! Quem sabe em um engradado?

  2. Alguem saberia PRECISAMENTE o

    Alguem saberia PRECISAMENTE o que significa “200 mil reais dentro de uma garrafa de cachaca”?

    Isso aqui eh 200 mil dolares sendo “traficados” pro Mexico, a mulher foi presa:

    http://www.valleycentral.com/news/story.aspx?id=586955

    Simplesmente nao cabe.  Qual eh a MECANICA de colocar 200 mil reais dentro de UMA garrafa de cachaca mesmo?  Esse cara que descobriu esse metodo devia ganhar um Nobel!

  3. Cabe?

    A nota de maior valor equivale a 100 reais. Cabem 2000 mil notas dentro de uma garrafa de cachaça? Nunca vi 200 mil reais em espécie, por isso não faço ideia do volume que esse montante representa.

    1. Eu já trabalhei em banco, e

      Eu já trabalhei em banco, e já manipulei essa quantidade de dinheiro (pena que não era meu).

      100 cédulas formam um maço, que é fechado com uma cinta contendo adesivo nas pontas.

      Cada maço é juntado em grupos de 10, amarrados fortemente com um fio sintético, formando o que chamamos de “tijolo”, justamente por ter tamanho e peso semelhante a um tijolo de seis furos, usado em construção.

      Portanto, 2 mil cédulas correspondem ao volume de 2 tijolos de seis furos. De jeito nenhum isso cabe em uma garrafa.

      1. Obrigada pela explicação.

        O texto deixa claro que o montante foi em espécie. Simplesmente não dá mais pra acreditar em político, jornalista do pig, policial federal, juiz,  promotor.

  4. Jornalismo ?

    200 mil em cedulas de 100 reais dariam 2 mil cedulas. Como se coloca isso numa garrafa ? Cabe?

    Tem certos detalhes que parecem ser colocados na notícia com a finalidade de desacreditá-la.

    Onde anda os bons jornalistas?

  5. GARRAFA

    Uma garrafa de cachaça padrão tem 700 ml, tem altura de 28 cm e diâmetro de 7.2 cm.

    Um pacote contendo 100 (cem) notas de R$100 reais possui cerca de 1cm de espessura e contém R$ 10.000 reais.

    Sei não, mas acho que não cabem.

  6. basta imaginar uma resma de

    basta imaginar uma resma de papel (500 páginas). 4 montes de notas na altura de uma resma não caberiam numa garrafa, a não ser que seja de cinco litros! risos.

  7. testando hipóteses

    A garrafa e o conteúdo.

    Pelo amadorismo: foi um cheque?

    Pelo amadorismo: foram notas de 500 Euros?

    Pelo amadorismo: foi um quadro de Picasso?

    Os irmãos lusitanos aguardam esclarecimentos.

  8. Para quem criou a teoria do 

    Para quem criou a teoria do  “boato expontâneo” isso é plausível pois o depoente, segundo fontes geralmente bem informadas, “teria afirmado” que recebeu 200 mil líquidos; ademais, segundo as mesmas fontes, não foi especificado o tamanho da garrafa; um garrafão dessas branquinhas de primeirissima que exportamos para a Alemanha, por exemplo.  Por favor; parem de subestimar a inteligência dessa moçada.

  9. Imgem com 200 mil apreendida pela polícia e notas falsas

    São falsas ma dá a idéia do volume. Se for todas de 100 mesmo assim o volume é grande. São 2.000 notas de 100. Será que não era cheque ao portador? Numa garrafa pet? 

    Ou num garrafão de cachaça?

  10. Se a grana foi colocada em

    Se a grana foi colocada em uma só garrafa de cachaça,  é uma historinha muito mal contada, ou os deputados operaram um verdadeiro milagre, diminuindo o tamanha das notas de cem ou aumentando o na tamanho da garrafa.

  11. Antes de ler o Nassif sobre

    Antes de ler o Nassif sobre os absurdos de se colocar dinheiro em garrafas e outros cometidos pela revista de esgoto semanal e PIG em geral, até acreditaria. Me admira os “fanfarroes” e os “Aecistas”, mesmo depois das revelações do Nassif, usarem essa mesma mentira.

    Mas o que me chama a atenção é o Youssef estar em todas essas etapas e não era só para contar dinheiro ou contabilizar trapaças. Quanto esse homem ganhou já que opera os esquemas de lavagem desde a época do Banestado? Os moralisadores já apreenderam seu dinheiro ou ele “trabalhava” de graça como outros “filântropos” que atuam na sociedade no ramo da caridade?

  12. Gíria

    IGNORÂNCIA HISTÓRICA: “Garrafa” era a gíria para BARRICA.

    Era usada pelos escravos no século 18 quando queriam traficar cachaça e/ou “Agradecer” pela não influência de algum fazendeiro cachaceiro ao comprar a marvada por baixo dos panos de outro quilombo.

    Há um registro guardado na Torre do Tombo em se lê:

    “Dotô tamus mandando a voismece uma barrica de modi in respeito a vossa não enfruência (qui nós num sabe que é isso) que num apreferiu a branquinha fraquinha du pissoal qui num intendeu quando voismece falou que gostava de areceber uns agrados discompromiçados”.

     

     

  13. Será que essa turma não

    Será que essa turma não consumiu o conteúdo das garrafas e começou a ver coisas?

    PS.: 

    1. Não foi o Nassif que uma vez fez um teste para saber quanto $ cabia em garrafas de uísque?

    2. Tem certez que não enfiaram essa quantia num alambique?

    3. Os comentários são hilários.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador