Dilma veta reajuste de 53% a 78% para servidores do Judiciário

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Conforme já esperado pelo próprio Congresso, a presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o projeto de reajuste de 78% nos salários dos servidores do Judiciário. O impacto de R$ 25 bilhões nos próximos quatro anos na economia, que seria gerado com a medida, foi o principal motivo para a presidente negar o texto. 
 
“Um impacto dessa magnitude é contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal na gestão de recursos públicos”, disse a presidente no veto.
 
No dia 30 de junho, o Senado aprovou o aumento de 53% a 78,56% para a categoria. Em meio a polêmicas, enquanto o PT defendia o adiamento da votação, para se chegar a uma alternativa, outros parlamentares celebravam a aprovação. 
 
Na ocasião, o líder do governo do Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), alertou que a aprovação dos senadores seria perda de tempo, uma vez que a proposta, da forma como está, seria vetada pela presidente da República, correndo o risco de “começar tudo do zero”. “Quero registrar que esse projeto será vetado e as negociações vão retornar a zero. O governo vetará esse projeto e muitos aqui sabem o porquê: por conta dos desdobramentos dessa proposta que foi hoje aqui aprovada”, havia dito.
 
O Planalto pretendia enviar uma outra proposta ao Senado, depois de negociação entre o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). Delcídio afirmou que o projeto seria enviado antes do recesso, e que o Senado deveria esperar. Como deixou a proposta passar, Dilma vetou o texto.
 
No dia seguinte à aprovação do Senado, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, havia adiantado que o reajuste era “incompatível”. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a proposta era “insustentável”.
 
De acordo com o Planejamento, o impacto seria de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bilhões em 2017, e R$ 10,5 bilhões em 2018. O veto foi publicado nesta terça-feira (22) no Diário Oficial da União.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. Agora o Congresso …

    Agora o Congresso que se vire com o Judiciário.

    Vamos ver se o congresso vai bancar o aumento.

    Quero ver o PSDB defender o aumento,

    Quero ver eles defenderm o aumento para o judiciário e não darem para o servidores.

  2. Não é bem assim

    Sou servidor público do Judiciário Federal. Em 2006 tivemos um aumento, que na verdade foi uma pequena recomposição salarial em relação à inflação dos anos de governdo FHC, que não deu nenhum aumento aos servidores, e dos anos iniciais do Governo Lula. Essa recomposição foi dividida em quatro parcelas, com término  em 2008. Em 2009 os servidores já postulavam nova recomposição, com base na inflação dos anos de 2006 a 2009. Somente em 2012 houve um aumento, desta feita incidente somente sobre a GAJ – Gratificação de Ativididade Judiciária, que passou de 50% para 90% sobre o valor do vencimento básico, que foi implementado em três parcelas, a última em 2015. Esse valor não ultrapassou 15% do salário do servidor federal. Conforme cálculo do próprio STF, os salários do funcionalismo público do Judiciário Federal encontram-se defasados em 49,62%, até este ano, sendo que, se tivéssemos aumento, este seria dividido em seis parcelas, e o impacto, ao final da última parcela, em 2018, seria de 10,5 bilhões, e não 25,7bilhões como noticiado pela imprensa. Dizer que o aumento chegaria a 78% é outra mentira, já que esse percentual incidiria apenas na carreira de auxiliar judiciário, já extinta. No mais, observo que a política de arrocho salarial imposta pela Presidenta Dilma Roussef está afastando, cada vez mais, aqueles que lhe deram um voto de confiança nas últimas eleições, que sempre apoiaram os partidos de esquerda no Brasil, mas sentem-se desamparados no presente momento. Dilma não conversa com a sociedade. Até hoje não saiu de sua hibernação. Não apoio qualquer golpe, principalmente partindo de uma direita reacionária e fascista, mas, se Dilma não quer governar, que renuncie. Hoje, se o telefone tocar em minha casa solicitando avaliação do Governo Dilma, vou ser mais um a engrossar o coro dos insatisfeitos. O pior é que Eduardo Cunha já se diz favorável a uma solução negociada para o impasse. Vai sair dessa como o herói dos servidores.

    1. Fernando Moreno

      Fernando,

         O Governo estava negociando e o Congresso atropelou.

         Não é só os servidores do judiciário, os do executivo também querem aumento, inclusive algumas categorias já inclusive estão em greve, ora se vcs ganham aumento deste tamnho também os outro vão querer.

          Mas de qualquer forma, vc é primeiro que diz a verdade.

          A maioria diz que desde 2006 está sem aumento de salario, usar a semantica de salario base é uma uma forma de mentir. O que importa no final das contas é o seu salario final. Aliais, incluir varios “direitos” no contra-cheque virou mania dos governos para não dar aumeto aos aposentados e ajuda as categorias mais abastadas do serviço público.

         Quanto a gostar ou não do governo é um direito seu, mas acho que vcs não estão olhando ao redor, o pais está cortando os programas sociais, investimentos, uma MP foi editada para “MANTER” o emprego de muitos que estão na eminencia de serem demitidos, e o pricipal “COM A REDUÇÃO DE SALARIO”.

        Se Eduardo virá o heroi de vcs, só lamento, só falta isso, pois a maioria dos servidores já estão nas passeatas contra a “corrupção do PT”, basta ver em Brasilia que são os revoltados.

       

    2. Mas quanto ganham, em média,

      Mas quanto ganham, em média, os servidores do judiciário, de nível médio e nível superior, isso líquido, com todos os penduricalhos, níveis de referencias, e tc  ?

      Temos que ter uma base para podermos avaliar se o aumento é justo ou não.

  3. Muito bem presidente, a

    Muito bem presidente, a economia está salva, agora é evitar o reajuste dos malvados funcionarios publicos federais, força presidente.

  4. Só mais uma vela acesa pelo PT

    Não se sabe se foi para deus ou para o diabo. Sempre votei no PT, lá da primeira disputa com o Collor até a última eleição. Mas as próximas urnas darão um recado claro ao PT. Servir ao capital de maneira tão deslavada usando salário de servidor público foi a gota d’água. O maior problema agora é achar um partido que não se venda em nome da gorvenabilidade ou se suje na lama da corrupção em nome de um projeto de poder. E agora, quem poderá nos denfender?

  5. Excelente

    Parabéns Presidenta. Está começando a recuperar a coragem.

    Enquanto o salário da iniciativa privada, muitas vezes fica sete, oito anos sem subir ( empregado que lembra o patrão deste fato em tempo de crise, é o primeiro a ser mandado embora), o funcionalismo público, mesmo com mais direitos que o da iniciativa privada, exigew direitos.

    Na iniciativa privada funciona assim: Quem quer ganhar mais, estuda, prepara um curriculo, e pede a conta, partindo para outra empresa. Patrão que realmente valoriza o funcionário, paga bem, se não quiser perdê-lo para a concorrência.

    No funcionalismo publico, também é fácil resolver da mesma maneira: Se estiver insatisfeito, estuda, presta um novo concurso para um cargo que ganha mais, passa no concurso, e seja feliz, com maior salário.

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