Diretor-geral é denunciado após PF admitir gravação de condução de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O deputado federal Paulo Pimenta (PT) anunciou na terça (28) que denunciou o diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daiello após o delegado Igor Romário de Paula admitir que a corporação gravou as imagens da condução coercitiva de Lula, no dia 4 de março de 2016.
 
Segundo Pimenta, por mais de um mês, Daiello se negou a prestar esclarecimentos sobre notícias que circulam na grande mídia, dando conta de que esse material foi entregue à Veja e à produção do filme “Lava Jato – A lei é para todos”.
 
Pela Lei de Acesso à Informação, usada pelo parlamentar para exigir uma resposta da PF, Daiello tinha 20 dias para se posicionar. O prazo expirou há alguns dias e, com isso, ele pode ser acionado pela “conduta ilícita e poderá responder por improbidade administrativa”, já que se negou a fornecer ou retardou os esclarecimentos deliberadamente. 
 
A defesa de Lula pediu que o juiz Sergio Moro impeça que as imagens sejam veiculadas na mídia ou usadas no filme com o intuito de atingir a imagem de Lula. Moro, contudo, já antecipou que não pretende “impor censura a meios de comunicação”. A PF, por sua vez, nega que tenha entregado cópias da gravação à Veja ou à produção do filme.
 
Do Viomundo
 
Deputado denuncia diretor da PF ao Ministério Público
 
Apesar de ser obrigado por lei, há mais de um mês o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, tem se recusado a fornecer esclarecimentos sobre o vazamento de informações da PF para os realizadores do filme “Polícia Federal – A lei é para todos”.
 
A denúncia é feita pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que no dia 22 de fevereiro encaminhou uma série de questionamentos pela Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre as possíveis ilegalidades nesta relação entre a PF e a equipe de filmagem.
 
O pedido foi recebido por Leandro Daiello no dia 24 de fevereiro (conforme comprovante). Desde então, o diretor-geral tem permanecido em silêncio, sonegando as informações solicitadas, o que, a contar do prazo de recebimento, já caracteriza descumprimento da lei.
 
No documento, Pimenta cobra em qual legislação a Polícia Federal está amparada para permitir, entre outros, o compartilhamento de informação com produções cinematográficas; o acesso de arquivos sigilosos para atores e atrizes; o empréstimo de locações, veículos, helicópteros, armas e uniformes para a realização de obras de ficção; e a permissão para a autorização de visitas da equipe do filme às celas dos detidos pela Operação Lava Jato.
 
O deputado questiona também se os atores que tiveram acesso — conforme divulgado pela imprensa — ao uso de armas e helicópteros tinham habilitação para manuseá-los, e pede a relação dos agentes da Polícia Federal cedidos para equipe do filme, bem como a autorização para o desvio de função.
 
Outro ponto levantado pelo parlamentar é quanto à participação “tão próxima” da Polícia Federal dos realizadores do filme, que tem seu financiamento de cerca de R$ 15 milhões mantido sob sigilo. “É papel da PF colaborar com produções cinematográficas?”, questiona Pimenta.
 
Pela Lei, as respostas deveriam ser fornecidas em até 20 dias. Como esse prazo já venceu, Pimenta informou, nesta terça-feira (28), que fará uma representação ao Ministério Público Federal comunicando o descumprimento da Lei de Acesso à Informação por parte do diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
 
De acordo com o artigo 32 da LAI, constitui conduta ilícita e poderá responder por improbidade administrativa o agente público que recusar-se a fornecer informação ou retardar deliberadamente o seu fornecimento.
 
Ontem (27), o delegado Igor Romário de Paula admitiu que a PF gravou, sem autorização da Justiça, imagens internas do apartamento do ex-presidente Lula, durante condução coercitiva dele, em março de 2016. Segundo noticiado na imprensa, essas imagens foram entregues aos produtores do filme e à revista Veja.
 
Em visita à sede da Polícia Federal de Curitiba, o ator Ary Fontoura, que participa do filme, confirmou as suspeitas sobre a colaboração ilegal cometida pela Polícia Federal: “Vim assistir às gravações que a PF fez da condução coercitiva do Lula”.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Filme já é um fracasso antes

    Filme já é um fracasso antes de ser lançado. Representante da pós-verdade, já tem até um nome fantasia que pode servir de comercial para outros produtos: “A lei é para toldos”. Não puderam nem usar a palavra tolos, porque inocentes acusados não são tolos, tolos são os que acreditam na farsa jato. Por mim, radicalizei. Não assisto nada protagonizado ou dirigido por esses farsantes propagandistas do golpe. Mesmo que tenham sido bons em algum momento de suas vidas artísticas. Um grande filme que vi retrata um artista que se vende à propaganda nazista, Mefisto. Ele representa bem a falta de perspectivas humanas de seu protagonista num tempo de crises extremas, onde ninguém tem segurança do que virá e ele se rende apenas à sua ambição e vaidade. Esses tempos passam, mas as traições humanitárias ficam marcadas para sempre.

    1. Parece que após tanta

      Parece que após tanta imparciliadade da Justiça, tanta arbitrariedade e violações as leis, com o objetivo de destruir o Lula , podemos dizer que Lula parece ser o mais honesto de todos

  2. Dois pesos, duas medidas

    O deputado Paulo Pimento poderá solicitar a “condução coercitiva” do delagado Daiello para prestar informações ao Congresso Nacional ?

  3. Esse pessoal tem que esquecer

    Esse pessoal tem que esquecer o Moro.

    A justiça não é só ele, existem outros juizes.

    Por que não entram com processos contar o Daiello, contra os policiais da operação e contra os produtores e atores do filme ?

    Deixem de ser bunda-moles, pessoal.

     

  4. Se os advogados de Lula não

    Se os advogados de Lula não forem na justiça para que o filme com imagens ilegais seja barrado, é porque ele merece ter essas imagens expostas mesmo.

    Dilma mostrou que á maior bunda mole de toda a nossa história.

    Se Lula não agir, estará copiando sua sucessora e não merecerá nova chance no Planalto.

  5. Houvesse corregedorias no

    Houvesse corregedorias no tribunal quartanista, no conselho da justiça federal e no cnj (ainda existe, caríssima dona carmencita?), e esse desMoronado teria sido afastado há muito tempo. Obviamente que, se dentro da determinação de condução coersitiva do Lula (por si, ilegal), houve gravações – sejam ou não determinadas eou proibidas por aquele juízo (juizeco ficaria melhor), ele é e sempre será o responsável (ou irresponsável) se houver qualquer vazamento. Afinal, ele é ou não é o “rei-do-processo”? Agora, quer dar uma de irônico pra cima de nosotros? Ah, se houvesse algum noronha na corregedoria do cnj, não?

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