Doleiro afirma que recebia dinheiro de ex-diretor na CPTM

Do Estadão

Doleiro diz que buscava dinheiro vivo na CPTM com ex-diretor
 
Em depoimento à Polícia Federal, Marco Cursini disse que recebia dólares de João Roberto Zaniboni na sede da estatal paulista
 
O doleiro Marco Antonio Cursini afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que recebia do ex-diretor de Operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni, na sede da estatal, em São Paulo, dólares em dinheiro vivo para realizar operações de dólar cabo para a Suíça. Zaniboni está condenado naquele país europeu por lavagem de dinheiro.

No Brasil, ele é apontado pela polícia como intermediário no pagamento de propinas a agentes públicos e políticos ligados ao governo de São Paulo e está indiciado sob suspeita de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, formação de cartel, corrupção e crime financeiro. Ele foi diretor da CPTM entre os anos de 1999 e 2003.

O dólar cabo é uma operação de transferência eletrônica na moeda americana sem comunicação ao Banco Central ou declaração à Receita Federal.

Cursini foi condenado em 2009 a uma pena de 3 anos e 3 meses de prisão por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação, no caso Banestado. Ele foi beneficiado com redução de pena em delação premiada. Revelou clientes e pagou indenização significativa, R$ 4 milhões ao todo, por decisões da Justiça Federal no Paraná e em São Paulo. Também fez pacto de colaboração na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal – anulada por ordem do Superior Tribunal de Justiça.

Transferências. No depoimento, prestado em 17 de outubro, Cursini declarou que Zaniboni informou seu escritório como sendo na Avenida Paulista, 402, 4.º andar, sede da CPTM. O doleiro afirmou que o cliente foi indicado pelo banco Credit Suisse e que depositava o dinheiro na conta Milmar, na Suíça.

No relatório, a PF anotou: “Marco Antonio Cursini declarou que as transferências totalizaram o valor de 464.720 dólares entre 28/10/1999 e 23/7/2001. Zaniboni entregava o dinheiro no referido endereço onde funcionava a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A partir de 07/2003, Zaniboni passou a precisar de recursos no Brasil, motivo pelo qual solicitou ao depoente (Cursini) a realização de operações de dólar cabo para internalizar valores no Brasil”.

O doleiro afirmou que, entre julho de 2003 e novembro de 2004, transferiu a quantia de US$ 181,1 mil entre contas na Suíça, e entregou a Zaniboni no Brasil, em dólares e reais, o valor correspondente em espécie.

Ao prestar depoimento, Cursini apresentou à PF planilha contendo todos os pagamentos que fez a Zaniboni entre 1999 e 2004. / F.M., F.G. e RICARDO CHAPOLA

 

Redação

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. Está anuladinha e não se

      Está anuladinha e não se surpreenda se o STF julgar improcedente  a ação dos trens e que, por manobras, a mesma caia nas mãos do tucano Gilmar Mendes para análise.

      A análise dos embargos infringentes não caiu na mão do Fux, aquele juiz que disse que um homem pode bater numa mulher por 1 minuto mas que a acusação de bater durante 40 minutos não cola.

       

  1. Agora é só esperar para ver

    Agora é só esperar para ver se o sr. joaquim barbosa é realmente o que conhecemos ou se somente um a serviço dos realmente poderosos. E o novo PGR ????? vamos esperar também.

  2. Conclamo agora meus colegas

    Conclamo agora meus colegas de blog a quem, merce das profundas e muitas vezes inseparáveis divergências. devoto consideração, para manifestarem suas recorrentes perorações moralistas envolvendo os petistas. 

    Ou vão fazer de conta que não sabem de nada? Manifestem-se, please, acerca da roubalheira milionária(mais de R$ 500 milhões) da máfia de alguns fiscais da Prefeitura de São Paulo e desse saco sem fundo que é o escândalo que eufemisticamente a imprensa coligada chama de “cartel” nos sucessivos governos da terra dos bandeirantes.

    E aí, Aliença Liberal? Zanchetta? Leonidas? Armando Botelho, cadê você? Charlie, sem ser o Brown? 

    Vamos lá, debulhem suas lágrimas de tristeza com esse assalto ao bolso dos contribuintes. Exortem suas repulsas! Proclamem suas indignações!

    O silêncio será entendido como um atestado de hipocrisia. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador