É falso que sigilo bancário do motorista foi quebrado ilegalmente, como disse Bolsonaro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Jair Bolsonaro lançou uma fake news durante entrevista exclusiva ao SBT, a respeito do caso Coaf. O presidente afirmou que o sigilo bancário do ex-assessor Fabrício Queiroz foi quebrado ilegalmente, mas a informação é falsa.
 
“Falando aqui [bem] claro, quebraram o sigilo bancário dele sem autorização judicial. Cometeram um erro gravíssimo”, disse ele, na noite de quinta-feira (3).
 
Queiroz, contudo, não foi alvo de quebra de sigilo bancário. O que ocorreu foi que o ex-motorista do hoje senador Flávio Bolsonaro fez transações bancárias que chamaram atenção da instituição financeira pelo volume de recursos – um total de R$ 1,2 milhão, só em 2016, sem que ele tivesse renda ou patrimônio compatíveis com esse montante.
 
Uma vez alarmado, o banco informou à autoridade competente para analisar a movimentação suspeita, o Coaf. O órgão – hoje ligado ao Ministério da Justiça de Sergio Moro – apurou não apenas movimentações suspeitas de Queiroz, mas de outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Parte deles acabou presa na operação Furna da Onça. Queiroz foi poupado.
 
Segundo observou o Estadão, o Ministério Público foi quem pediu informações ao Coaf sobre os assessores. E o órgão não precisa de autorização judicial para analisar as movimentações financeiras delatadas pelos bancos. 
 
Queiroz já faltou a pelo menos 4 depoimentos no Ministério Público. Em entrevista ao SBT, ele não quis explicar com clareza a origem do milhão movimentado em sua conta. Questionado sobre atividades remuneradas, ele disse que recebia o salário de assessor, de sargento da Polícia Militar e computava também rendimentos de compra e revenda de carros. Ele não associou essa operação aos R$ 1,2 milhão.
 
Pelas informações divulgadas até agora, Queiroz é suspeito de operar uma conta bancária. Parte dos R$ 1,2 milhão que movimentou vem de salário de outros 9 assessores lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro, ex-deputado. Uma das beneficiárias da conta de Queiroz foi Michelle Bolsonaro, com um repasse de R$ 24 mil, que Jair disse se tratar de pagamento por um empréstimo.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Nos EUA, pátria amada salve

    Nos EUA, pátria amada salve salve de Jair Bolsonaro, um presidente que mentisse sobre algo semelhante perderia o cargo razão de obstrução criminosa da justiça.

  2. no brasil, parece que as

    no brasil, parece que as mentiras e falácias viraram regras a serem seguidas…e tem bolsignaro que se ilude com essas fake news…vivem numa bolha de realidade criada por tanta mentiras whatsupianas…

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