Edinho Silva nega esquema para financiar campanha com propina

Da Agência Brasil

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse hoje (9), em nota, que são “mentirosas” as alegações sobre a existência de um esquema de propinas envolvendo empresas responsáveis por obras do governo federal, cujo objetivo seria financiar a campanha de 2014, da presidenta Dilma Rousseff, à reeleição.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada na quinta-feira (7), o ex-presidente da Construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, que a empresa pagou propina oriunda de obras superfaturadas no formato de doações legais de campanha.

Segundo a reportagem, Azevedo entregou uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR) com a informação sobre doações. A planilha foi detalhada tanto por Otávio Marques quanto pelo ex-executivo da construtora, Flávio Barra, em depoimentos colhidos em fevereiro, durante a negociação da delação com a procuradoria.

Edinho Silva assumiu a coordenação financeira da campanha de Dilma em julho de 2014, quando a Lava Jato encontrava-se em pleno andamento, com a missão de “blindar a campanha de qualquer fato que estivesse vinculado às denúncias”, diz ele na nota divulgada neste sábado.

Azevedo disse aos procuradores que a propina tinha origem em contratos da empreiteira para execução das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Usina Angra 3 e a Hidrelétrica de Belo Monte. Ainda segundo a reportagem, a delação aguarda a homologação, por parte do ministro Teori Zavascki. A PGR ainda não se pronunciou a respeito.

Em sua defesa, o ministro diz que não poderia ter participado de conluio envolvendo obras federais durante a campanha presidencial, pois não detinha cargo na administração federal antes de 2015. “Como eu poderia, portanto, ter atuado em 2014 como articulador de um conluio envolvendo obras e contratos do governo federal? Isso não existe. Esta é uma acusação totalmente descabida e grosseira”, segundo o texto.

Na nota, Edinho confirmou ter se reunido com Otávio Marques no comitê de campanha da chapa Dilma-Temer, em Brasília, onde o executivo teria comparecido por livre e espontânea vontade para estabelecer, ele mesmo, os valores e datas para o depósito das doações de campanha à chapa Dilma-Temer.

“As doações foram declaradas à Justiça Eleitoral, e os valores mostram que a campanha Dilma-Temer recebeu, inclusive, um valor inferior ao doado ao candidato adversário no segundo turno. Essa é a verdade. O restante é uma tentativa escandalosa de criminalizar doações legais que seguiram as regras e normas da legislação brasileira”, acrescentou.

 

Edinho Silva disse que planeja entrar com ações judiciais contra Otávio Marques, a depender do esclarecimento sobre detalhes da delação premiada do executivo, solicitado por meio de interpelação legal.

Redação

4 Comentários

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  1. É preciso centrar fogo nessa

    É preciso centrar fogo nessa questão: Doações de campanhas declaradas não são propinas.

    Todas as empresas que fizeram doaÇòes para as campnhas eleitorais e que estão sendo acusadas de pagar propina passaram por processos licitatórios e,se propinas fizesse parte do escopo da licitação teriam apresentado preços maiores e não menores que seus concorrentes.

    Também,é sempre bom lembrar,as doações para campnahs eleitorais eram legais até a recente modificação,realizada pelo STF,contra a vontade,diga-se de passagem,destes que dizem que estas doações foram propinas e de um ministro do STF,conhecido por seu bico longo,que,com sua posição,foi novamente humilhado por seus pares naquela corte.

    Outrosgrandes contribuintes de campanhas eleitorais são os bancos e as conpanhias de seguro saúde. Será que estes recursos também não são propina? Ou será que esta gente,sempre tão preocupada com o futuro do país tiraria dinheiro dos seus parcos lucros para contribuir com campanhas eleitorais?

    É preciso centrar fogo nessa questão: Doações de campanha declaradas não são propinas.

  2. Se a doação foi legal, mas o

    Se a doação foi legal, mas o delator afirma provir de propina, então este tem que PROVAR qual a contrapartida do governo na suposta transação. Deveria também, se não fosse politicamente direcionado o instrumento da delação, explicar porque para os tucanos, beneficiários maiores que os petistas, as doações só foram motivadas, ou pela beleza apolínea do senador Aloysio Nunes; ou a morenice e lábia do Aécio Neves; ou os olhos verdes(mares bravios da minha terra) do Tasso Jereissati; ou, and last bust not least, a boca charmosa do casanova FHC; ou tudo isso junto. 

  3. Qual o dia do Golpe?

    O golpe JÁ ESTÁ DADO!

    Ele foi pensado e construido a partir das premissas das pedaladas e etc…

    Ele será CONSUMADO NO DIA DA VOTAÇÃO DA COMISSÃO?

    NO DIA DA VOTAÇÃO DA CÂMERA?

    OU NO DIA DA VOTAÇÃO NO SENADO?

    PARA MIM É DIA DA VOTAÇÃO NA CÃMERA…

  4. Alguém ainda acredita em Papai Noel ?

    TODOS OS PARTIDOS recebem doações legais e ilegais, ou seja, republicanas ou fruto de propina. É evidente que nem Edinho, nem Aécio, bem ninguém irão algum dia admitir, mas isso é do conhecimento de qq criança. Basta perguntar a um dono de gráfica como ele recebe pagamentos por serviço prestado  de campanha eleitoral: tudo CASH, cheque ou transferência bancária não existe nesse ramo ou em qq outro que preste serviços a políticos em campanha.
     

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