Em mensagem, Queiroz admitia “contato com a cúpula de cima”

"Avisa pro doutor aí, cara, se quiser algum contato pessoal aí, com... a cúpula de cima, faz contato, valeu? Dá para encaminhar", disse Queiroz na mensagem

Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flavio Bolsonaro é preso em Atibaia, São Paulo – Foto: Policia Civil

Jornal GGN – Mesmo após sair do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz ainda oferecia “contato com a cúpula de cima”, diz trecho das conclusões dos investigadores incluídas na decisão do Tribunal de Justiça do Rio para prender preventivamente o policial reformado e amigo pessoal da família Bolsonaro.

A informação é de mensagem destacada pela coluna de Bela Megale, de O Globo, na decisão do juiz Flávio Itabaiana, que autorizou a prisão preventiva de Queiroz, nesta quinta-feira (18), em Atibaia, São Paulo.

A conclusão dos investigadores foi tomada com base em uma mensagem, enviada em outubro de 2019, por Queiroz a uma pessoa chamada Heyder. “Avisa pro doutor aí, cara, se quiser algum contato pessoal aí, com… a cúpula de cima, faz contato, valeu? Dá para encaminhar”, escreveu o ex-assessor de Flávio.

Investigado pelo esquema da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, hoje senador, mas à época deputado da Assembleia Legislativa do Rio, Queiroz teve movimentações financeiras consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em 2018, nas quais indicava a participação nos repasses de quantias parlamentares.

Além dessa mensagem de outubro do ano passado, um áudio de junho de 2019 enviado por Queiroz mostrava a sua influência em nomeações do Legislativo.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado… Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c…, caía bem pra c… Não precisa vincular a um nome”, afirmava Queiroz, também a um destinatário desconhecido.

“Pô, cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores lá, pessoal pra conversar com ele. Faz fila. P…, é só chegar, meu irmão: ‘Nomeia fulano aí, para trabalhar contigo’. Salariozinho bom desse aí, cara, pra gente que é pai de família, p…, cai como uma uva (sic)”, completava.

 

Redação

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