Entenda: quais matérias do GGN foram censuradas em 2020

O GGN sofreu a censura de 11 reportagens em agosto de 2020, por decisão imposta pela Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do grupo BTG Pactual

Jornal GGN – O GGN sofreu a censura de 11 reportagens em agosto de 2020, por decisão imposta pela Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do grupo BTG Pactual. Entenda quais reportagens foram bloqueadas:

Reportagem publicada originalmente em 31/8/2020:

Entre as publicações bloqueadas pelo juiz titular 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, a maioria (6 delas) são relacionadas à licitação da Zona Azul de São Paulo, vencida pela Allpark, dona da rede de estacionamentos Estapar, que tem entre os sócios André Esteves, do BTG Pactual, desde 2009, com 46,4% da participação.

A primeira sobre o tema foi publicada no dia 6 de dezembro de 2019, em coluna do Xadrez de Luis Nassif, e a última no dia 20 de julho, em reportagem de Patricia Faermann, que acessou a ata de investidores da Allpark Empreendimentos e revelou detalhes na publicação censurada.

Para justificar o pedido de censura, o BTG alegou que o Jornal GGN não contatou o grupo para prestar esclarecimentos. Na ocasião, contudo, o GGN havia consultado a Allpark Empreendimentos e a resposta havia sido publicada na reportagem.

Proibidos de seguir noticiando sobre o caso, divulgamos, nesta segunda (31), a íntegra do documento utilizado para sustentar a publicação, com as respectivas páginas destacadas, que deixamos à disposição de outros veículos. Da mesma forma, disponibilizamos a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, que investigou a licitação.

Uma das primeiras reportagens processadas pelo BTG integrou o especial produzido por Patricia Faermann, no Chile, em julho de 2019, sobre como funciona o sistema de previdência privada no país, chamado de AFPs.

Após três meses de investigação e dezenas de documentos obtidos, a repórter identificou um relatório que aponta o banco de capital aberto brasileiro como um dos principais beneficiários dos fundos de investimento das aposentadorias privadas no país. Sem poder noticiar mais, também disponibilizamos este relatório.

Outras quatro publicações censuradas foram colunas opinativas de Luis Nassif, seja da série de publicações do Xadrez ou análises, nenhuma delas trazendo como foco o BTG Pactual, mas mencionando o banco.

Já processados pelo BTG Pactual, as duas últimas reportagens – a do relatório aos investidores sobre a licitação da Zona Azul e a última divulgada por Luis Nassif, que tratou do banco de dados públicos (entenda aqui) – motivaram o pedido de censura das publicações no dia 18 de agosto, o que foi atendido pela Justiça do Rio.

Apesar de levantar as suspeitas sobre a transação, a reportagem “A estranha venda de créditos podres do Banco do Brasil ao BTG Pactual”, de Patricia Faermann, publicada no dia 14 de julho, não foi censurada.

Na ocasião, também havíamos contatado o BTG Pactual, que se limitou a responder: “para saber mais detalhes sobre o processo de venda da carteira, sugerimos que você consulte o Banco do Brasil”. Também consultamos o Banco do Brasil, na referida denúncia, que se restringiu a compartilhar o comunicado divulgado ao mercado e às entidades reguladoras.

Após a publicação do GGN, no dia 14 de julho, o tema ganhou repercussão e o subprocurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas (TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou a apuração do caso ao Tribunal. A reportagem continua no ar:

A estranha venda de créditos podres do Banco do Brasil ao BTG Pactual

 

 

Redação

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