Ex-assessor conhecido como “Bessias” diz que IstoÉ distorceu depoimento à PF sobre Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Jorge Messias – que ficou conhecido como “Bessias” após Sergio Moro divulgar áudio exibindo conversa entre a petista e seu sucessor, Lula, sobre um termo de posse como ministro – enviou nota à imprensa, neste sábado (11), desmentindo reportagem de IstoÉ sobre o caso.

Segundo Messias, IstoÉ teve acesso ao seu depoimento na Polícia Federal, que está sob sigilo, e se aproveitou da impossibilidade de o advogado poder comentar sobre o assunto para fabricar uma “´notícia falsa”, distorcendo e tirando suas falas de contexto, com o objetivo de reforçar a tese de que Dilma e Lula, em conluio, tentaram, de fato, obstruir a Lava Jato.

O episódio virou uma investigação por tentativa de atrapalhar a operação que, em Curitiba, é julgada por Moro. À época, os veículos de comunicação tradicionais cravaram que Lula aceitou ser ministro, às pressas, para fugir do juiz símbolo da Lava Jato. 

No aúdio, Dilma diz a Lula que “Bessias” irá levar até ele um termo de posse que só deve ser usado “em caso de necessidade”. Depois, Dilma explicou que o documento foi encaminhado para a assinatura de Lula, mas sem a da presidente, o que invalidava as teorias de que uma operação foi armada rapidamente para evitar uma prisão.

“Apesar de ter prestado depoimento no sentido de defender Dilma e os envolvidos, Messias deixou escapar algo que complica o ex-presidente Lula: segundo ele, havia pressa para nomeá-lo e, para isso, foi adotado um procedimento não usual. Aos agentes federais, Messias disse se recordar de apenas um caso parecido. Tratou-se de uma nomeação feita pelo ex-ministro Carlos Gabas. ‘O declarante informa que, embora não seja situação habitual, já teria ocorrido de o empossado assinar o termo de posse sem a presença ou a prévia assinatura da autoridade empossante’, afirmou à PF”, publicou IstoÉ.

A revista ainda sustentou que “eealmente, Dilma e Lula tinham pressa, como ficou claro no diálogo que o juiz federal Sérgio Moro tornou público e incendiou o clima político do País. (…) As armações, muitas delas engendradas no interior do gabinete presidencial, tinham o único propósito de evitar a prisão preventiva de Lula, já encaminhada, assegurando-lhe o privilégio de foro.”

Segundo Messias, a “matéria – distorcendo fatos e pretendendo criar uma falsa notícia – apresenta uma fantasiosa versão sobre depoimento que prestei junto à Polícia Federal.”

“Minhas declarações foram retiradas do seu contexto, com distorção do seu sentido e com clamorosa omissão de trechos relevantes do que foi por mim afirmado. Infelizmente, por ser este depoimento sigiloso, estou impedido, por determinação legal, de divulgar os trechos do depoimento que demonstram a clara manipulação que orientou a elaboração dessa matéria”, disse o ex-assessor.

“Observo ainda que, descumprindo as regras éticas do bom jornalismo, não fui ouvido, nem sequer procurado, pelo jornalista Aguirre Talento, antes da publicação da matéria em questão”, acrescentou.

Ao final, Messias diz confiar que “a Justiça seguramente resgatará a verdade dos fatos, e punirá, na forma da lei, aqueles que atingem levianamente reputações e distorcem verdades.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Eh muito mimimi

    Se ele confiar que “a justiça resgatara a verdade”, ele esta perdido… a bem da verdade, à época, a pressa de Dilma e Lula era mais pela crise aguda no governo do que Lula escapar do seu torquemada de estimação. De toda forma nos dois casos, Dilma e Lula estavam corretos.

  2. Pô, até o Verde Mar

    Pô, até o Verde Mar (supermercado super coxinha aqui do bairro) parou de vender a Quanto foi-é-serå. Vamos enterrar esse trem de uma vez.

  3. reage brasileiro

     Se a testemunha tem que manter sigilo das declaraçoes imagina o Ministerio Publico que deixa vazar o testemunho a uma revista, até quando esta palhaçada vai ocorrer sem que ninguem seja punido, vergonhoso, judiciario de baixo nivel,Acorda brasileiro trabalhador,estão colocando cabresto no povo e esta tudo bem…

  4. Daí o janot(a) e a ínclita

    Daí o janot(a) e a ínclita carminha não se dignam a retirar todo e qualquer sigilo dessas investigações. Estão associados ou não? Afinal, como não movem qualquer palha para responsabilizar os vazadores… São associados…

    1. É uma quadrilha
      Formaram uma quadrilha para darem um golpe e assaltar o poder junto com o erário.
      Devem todos ser demitidos a bem do serviço público e presos por formação de bando, corrupção passiva, peculato e prevaricação.
      Cadeia nesses marajás bandidos!

  5. Só um lado da versão.

    Assassinar reputações e distorcer os fatos, sem apurar, a “verdade verdadeira” tem sido a rotina da nossa grande mídia, em especial, quando se trata, de “grudar” alguma coisa no nome do Lula, tentando inutilmente coloca-lo na contramão, do que pensam os brasileiros do bem, e que (ainda) não estão totalmente manipulados, pelo PIG.

    É de uma imcompreensão absoluta, a perseguição exercida pelo Sergio Moro e seus miquinhos amestrados do PR, contra o ex-Presidente, e por mais que eles não admitam, tudo é feito, para impedir o que é hoje a mais absoluta visão futuróloga para as eleições de 2018, se elas acontecerem: A vitória, sem muito esfôrço na campanha, do Lula, ou de quem ele indicar, pela falta de opções nos atuais partidos, e de nomes, que não estejam “contaminados” por este governo, e que não sejam cúmplices deste golpe institucional. 

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