Ex-assessor de Flávio Bolsonaro ficou ausente 248 dias recebendo remuneração

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Mais um ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL) é mira de suspeitas: o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Wellington Servulo Romano da Silva, de 48 anos, continuou recebendo remunerações e gratificações durante 248 dias em que esteve fora do Brasil, prestando serviços ao filho do futuro presidente.
 
Flávio Bolsonaro contou com os serviços de Servulo Romano da Silva, na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), mas esteve em viagens fora do país sem que tirar licença e continuando a receber salário e bonificações. A informação foi divulgada na noite de ontem (12) pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
 
O nome do ex-assessor aparece também entre as transferências investigadas pelo Coaf, que tem como mira o ex-motorista de Flávio Bolsonaro, Fabrício de Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Além da esposa de Bolsonaro, da filha de Fabrício, que também foi assessora do gabinete do próprio futuro mandatário, Servulo é um dos nomes nas transações consideradas “atípicas” pelo Coaf. O ex-assessor de Flávio transferiu R$ 1,5 mil para Queiroz.
 
De acordo com o Jornal Nacional, Servulo viajou durante 44 dias, em abril de 2015, a Portugal, e continuou recebendo R$ 5,4 mil de salário como funcionário da vice-liderança do PP, partido o qual Flávio era filiado à época. Outras quatro viagens foram registradas a Portugal naquele ano, totalizando 119 dias de ausência.
 
No ano seguinte, fez outra viagem entre 9 de março e 8 de abril de 2016, sem pedir licença. No dia 1º de abril ele teria sido dispensado do cargo e recontratado em maio de 2016, como assessor no gabinete de Flávio. Mas dois dias após ser nomeado ao posto, viajou de novo a Portugal, ausentando-se mais 15 dias. Em julho, ficou 45 dias fora do país. Ele foi exonerado em setembro, não trabalhando mais com Flávio Bolsonaro.
 
Em resposta, a assessoria de Flávio disse que a família do ex-assessor tem cidadania portuguesa e que o depósito de R$ 1,5 mil a Queiroz teria sido “corriqueiro e pontual”, não podendo ser alvo de acusações por isso.
 
 
 
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. #

    Somente indicações técnicas, sem o “viés ideológico”, heheheheh

    Para quem queria explodir uma adutora e usava o auxílio moradia para comer gente, empregar funcionário fantasma é café pequeno. 

    Deixa o homem em paz!

    Em janeiro vamos dizer: deixa o homem trabalhar, como diziam do Temer depois do Golpe de 2016.

     

  2. O golpe “com o STF com tudo”

    O golpe “com o STF com tudo” (MPF) colocou um clã mafioso no poder. Sérgio Moro, político que atuava na Justiça Federal, foi promovido a Consiglieri mafiosi. Quem ensinou os filhos de Jair Bolsonaro a ameaçar jornalistas? O novo presidente ou Sérgio Moro?

    Vocês notaram o padrão? No governo Bolsonaro o presidente fala bosta, os filhos dele fazem bosta e os generais-subalternos correm para limpar a bosta com legítima bosta verde-oliva. Uma coisa é certa: nos próximos 4 anos vai faltar tudo, menos bosta no Jornal Nacional.

  3. “Esqueçam tudo que falei e escrevi”

    Já ouvi essa frase antes

    Ai ai, e aí sr. moro, não disseste na emissora que acha que  fazes  a tal diferença, que não participaria de um governo corrupto para “não sujar”  vossa biografia?  O que dirá vossa magestade –  (não vou citar de qual reino em respeito aos frequentadores desse blog) – aos trouxas e otários que acreditam  na  vossa  ética,  correção,  virtude, isenção?

    A  frase acima?

    E  é  o  Lula julgado(?) e condenado sem provas que tem  “mania de perseguição”, conforme a vossa sapiência.

     

  4. O Bolsa já tinha emitido atestado de culpa
    Quando o extintor do Bolsa Família e criador do Bolso Família afirmou que a questão ideológica era pior do que a corrupção, ele já estava reconhecendo que era corrupto. Mas agora ele confessou com todas as letras, pois colocou em xeque não só a honestidade do seu filho, mas a sua própria, ao afirmar que se praticou crime tem que ser punido, pois não comunga com erro de ninguém.
    Como é que alguém não tem certeza se é honesto e, ao mesmo tempo, não comunga com o erro de ninguém?
    Talvez o Bolsonaro não sabia de nada. Não sabia das viagens do assessor do seu filho a Portugalinha. Gente geande é tão inocente.

  5. O próprio Flávio viajava para namorar
    E fazer academia com o dinheiro publico.
    Cadê o comentarista Alexandre Weber, que afirmava que o Clã Cus Cuz Bolso Anàrios ia acabar com a corrupção?
    Só se for com a corrupção dos concorrentes

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