Executivos viram réus em processo do cartel do Metrô

Da Agência Brasil

Seis executivos tornam-se réus no processo do cartel do Metrô de São Paulo

Fernanda Cruz

Seis executivos de empresas envolvidas no cartel do Metrô de São Paulo tornaram-se réus na Justiça do estado. São eles: Telmo Giolito Porto, da empresa Tejofran; Adagir Abreu, da MPE; Cesar Ponce de Leon, da Alstom, além de três executivos Temoinsa: Wilson Daré, Maurício Memória e David Lopes.
 
A denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPSP), em maio deste ano, argumenta que o crime de cartel ocorreu durante a reforma das linhas 1 (Azul) e 3 (Verde) do Metrô de São Paulo e a modernização de 98 trens dessas linhas. As práticas anticoncorrenciais nos procedimentos licitatórios ocorreram no governo de José Serra, entre 2008 e 2009.
 
Segundo a denúncia, as empresas fizeram acerto para evitar a concorrência na licitação por meio de consórcios, sempre com divisões predeterminadas dos objetos dos contratos. O valor total dos contratos, nesse período de dois anos, chegou a R$ 1,75 bilhão.

O MP pediu a prisão preventiva de César Ponce de Leon, que foi negada pela Justiça. O MP solicitava comunicação à Polícia Federal e à Interpol, a organização internacional de polícia criminal. Segundo a promotoria de Justiça, o executivo é estrangeiro e não foi localizado para ser ouvido nas investigações, pois mora no exterior.

Para o Ministério Público, por estar fora do país, ele poderia escapar de responder ao processo criminal. “O fato de ser o réu estrangeiro e morar no exterior, por si só, não traz a presunção absoluta de que pretenda frustrar a aplicação da lei penal ou atrapalhar o trâmite processual através de eventual fuga”, diz a decisão da juíza Cynthia Maria Sabino.

O MPSP chegou a denunciar à Justiça, no mês passado, 11 executivos de empresas do setor ferroviário e um funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos por formação de cartel em contratos firmados em 2007 e 2008. As empresas teriam dividido entre si três contratos administrativos, combinando as propostas a serem apresentadas nas licitações.

Em nota, o grupo Tejofran diz que jamais participou de cartel e que defende a lisura da atuação de seus funcionários, que seguem rigorosos mecanismos de controle. “[O grupo] esclarece ainda que, em relação aos contratos citados, tentou participar de três processos, mas foi desqualificado de todos eles, mesmo recorrendo nas esferas administrativa e judicial. Obteve contrato somente do edital que foi desmembrado pelo metrô. Mensagens citadas no inquérito tratam de tentativas da formação de um consórcio que nem mesmo se efetivou. A empresa coloca toda sua contabilidade à disposição da Justiça, o que permitirá comprovar que não houve sobrepreço”, diz a nota.

A Alstom disse apenas que “respeita as leis brasileiras e as regras dos editais das licitações de que participa”.

Agência Brasil ligou para os telefones disponíveis no site das empresas MPE e Temoinsa, mas ninguém atendeu às ligações.

 

Redação

10 Comentários

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  1. Interessante. Nesse caso,

    Interessante. Nesse caso, segue-se o rito compatível com o procedimento legal e não há correlação entre a atividade politica e os eventos ocorridos no âmbito operacional das empresas. Muito interessante.

    1. O “cartel”!

      Esse caso é o único da história da humanidade em que se “investigou” e descobriu a corrupção e os corruptores, mas não os corruptos. É como um homicídio sem assassino, um furto sem ladrão, um estupro sem… Vergonha total! 

  2. Tucanos seguem impunes, pois

    Tucanos seguem impunes, pois em São Paulo a sigla MP quer dizer Mistério Público.

    É realmente um Mistério porque os promotores paulistas não aplicam a teoria do domínio do fato, porque eles não seguem o dinheiro até seus beneficiários políticos e porque eles se comportam como se fizessem parte da mesma quadrilha que assaltou o Metrô SP por mais de uma década. 

  3. Estava sentado na sala da

    Estava sentado na sala da casa da minha irmã quando vejo na tv o Bonner dando esta noticia no Jornal Nacional. Esta noticia foi logo depois da noticia sobre o inquerito da PF sobre o Governador de Minas Pimentel. O Bonner e O JN continuam afiadissimos na arte da manipulação. Quando falou do Pimentl mostrou todo mundo: a esposa, o PT, o amigo e até o cachorrinho da casa.  Mas, quando foi falar do escandolo do Metrô trataram como “o governador da época” e “militantes do PSDB” sem citar nem um nome. O Bonnert falou que o PSDB mandou avisar que nenhum “militante do PSDB” porticipou deste escandalo…..rsrsrsrsrs

  4. Tucano pode tudo.

    Cartel de empresas metroferroviárias. Hum sei. Só dieretores e empregados das empresas foram indiciados. Sei, está bem. Ninguém foi encarcerado preventivamente por suspeitas de continuidade delituosas, pois há contratos continuam que vigentes.

    Mas tem empresas aí “ligada” a tucanos. Literalmente cumpadres da família Covas, padrinho deo Deputado Estadual Zuza Covas. Ninguém levantou suspeiotas dessas ligações umbilicais com tucanos e com doações dessas empresas cartelizadas ao Governador tucano Alkmin. Estranho isso, não? Ou suséitas ´so são as doações do cartel da Petrobras para o PT?

    Por falar em família Covas, alguém se lembra do caso do assessor de campanha de Bruno Covas, o Sr. Mari Welber,  – ex-empregado da TV TEM do J. Hawilla – com R$ 100 mil e mais seis cheques assinados em branco pelo Sr. Deputado Bruno Covas na mesma época em que o empresário Bené “ligado” ao Governador Pimentel.

    O caso Bené teve desdobramento com pedido de apreensão de documento no STJ no domicílio do Governador. E o caso do Sr. Mario Weber, quando será investigado, com pedido de apreensão na casa do Deputado Mario Covas , hein? Será que esse caso não interessa à PF, tão zelosa e coisa dos deveres dela?

    Com a palavra o Sr. Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso.

  5. Não houve delação premiada? Ora, por que?

    Gozado, lá no Lavajato houve delações premiadas. Inclusive, um deles foi “premiado” e, de puder, é claro será, no futuro, novamente” premiado”

    Ora, por que no Brasil a delação premiada é só para alguns casos.

    Agora, no Cartel do metrô não há nem resquício ou sinais de tentativas de delação premiada.

    E tem réu morando no estrangeiro.

    E ninguém está preso.

    E nem será até terminar toda este processo, que vai longe, mais longe do muita gente irá ver.

    Mas o tesoureiro do PT está preso e dizem que nunca mais irá sair, até que as instâncias superiores julguem-no em definivo. Ora, até isto acontecer…..

    E o nosso Judiciário. Excelente qualidade!

    1. Um tucano feliz da vida

      Roubaram quase 1,5 bilhões, mas não tem imprensa e juiz que  os condene. É isto aí tucanos. De risadas, vocês merecem o premio de patifes. Agora tu, ficamos numa incógnita! És um beneficiário desta roubalheira tucaninha? Ou tu és apenas mais um otário coxinha? Aí virou hiena!

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