Fachin arquiva inquérito que relaciona Temer a números em documento

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Carlos Moura/SCO/STF
 
Jornal GGN – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, arquivou uma investigação que recaia contra Michel Temer. A apuração era sobre um manuscrito apreendido no gabinete do senador Ciro Nogueira (PP), mencionando “Fundo 1.000 Imp 200 RT 200 2 Temer 300 300”.
 
A Operação tinha como mira Ciro Nogueira, acusado de compra de silêncio de testemunha e obstrução à Justiça. No dia 24 de abril deste ano, a Polícia Federal havia deflagrado uma série de buscas e apreensões no Congresso Nacional, apreendendo documentos no gabinete de Ciro e do deputado federal Eduardo da Fonte (PE).
 
Ciro Nogueira e Fonte estariam atuando em associação criminosa junto com outros parlamentares do PP, Aguinaldo Ribeiro, Arthur Lira, Benedito de Lira, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Nelson Meurer. A investigação é parte de denúncia do Ministério Público Federal (MPF), de setembro do último ano.
 
Os políticos do PP integrariam uma organização criminosa para cometer crimes dentro da Câmara dos Deputados, para arrecadar “propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos da administração pública direta e indireta”, diz a denúncia. E durante as investigações, aventou-se a suspeita de que os parlamentares estariam tentando destruir provas ou atrapalhar as apurações.
 
Só que entre tantos documentos apreendidos, um poderia recair diretamente contra o atual presidente Michel Temer. Ele é relacionado ao lado de números em um arquivo. Aparecem os caracteres “fundo 1.000, Imp 200, RT 200 2”, ao lado de “Temer 300 300”.
 
A Polícia Federal não identificou o que significam tais números e tampouco quis prolongar a apuração. Por isso, o pedido de arquivamento foi feito pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge. Em resposta, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, acatou ao pedido.
 
“À exceção das hipóteses em que a Procuradora-Geral da República formula pedido de arquivamento de inquérito sob o fundamento da atipicidade da conduta ou da extinção da punibilidade, é pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte considerando obrigatório o deferimento do pedido, independentemente da análise das razões invocadas”, entendeu o ministro.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Traste

    Esse tipo de traste parasitava – outros devem continuar parasitando ainda, porque parasita é parasita – o PT, especificamante dentro da tendência Articulação, depois CNB. Aí o Lula, a Dilma, sei lá quem, nomeia um tipo desses para o STF, onde a atuação marcante do cara foi operar contra. Essa estratégia bolchevique de enquadrar a minoria dentro da maioria foi útil para o PT conquistar o poder e se manter nos anos de bonança. Estratégia do José Dirceu, da mesma tendência CNB etc. Mas foi desastrosa. Seria como o Lenin, Trotsky, nomearem uns russos brancos para compor e depois ficar na mão deles. Quem conhece as entranhas do PT sabe o que estou falando.

  2. Cada um com seu minuto de palco

    Moro, Barroso, Fachin, Danhalinho, Marena. Quantos ainda aparecerão? Cada um com seus minutinhos de palco e algumas migalhas nos bolsos. As elites econômicas sempre terão um séquito de serviçais para fazer o serviço sujo. 

  3. Nada de novo, afinal o

    Nada de novo, afinal o temeroso é um dos atores   principais   da ópera-bufa  que assistimos todo dia  , Brasil afora !

    O Golpe vai se autoconsumir na defesa insensata de sua contradiçóes, cada vez maiores e mais gritantes …

     E o país que ousamos experimentar há bem pouco tempo vai ser incinerado junto.

    O que virá depois ….o caos….

     

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