Fachin pode dar oportunidade para continuidade das delações da J&F

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Após ser cobrado pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, decidiu não suspender, ainda, a delação premiada dos quatro executivos da J&F – Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis.
 
Isso porque o relator da Operação Lava Jato no Supremo quer, primeiro, ouvir mais testemunhas e analisar se cabe a produção de outras diligências e levantamento de provas, possivelmente de mandatos judiciais, pela Polícia Federal e pela PGR.
 
Somente depois, Fachin decidirá se as delações dos executivos serão suspensas e se serão válidas como meio de provas para os inquéritos em andamento.
 
Por enquanto, contudo, na última sexta (18), o ministro recebeu da procuradora Raquel Dodge todos os autos dos processos, com mídias, documentos, todos os levantamentos que foram coletados desde as primeiras colaborações dos executivos. Ao todo, são mais de 2.700 páginas, 11 volumes e 23 anexos complementares. Fachin irá definir os próximos passos com base nesse material.
 
Até agora, já foram dois pedidos para o acordo de colaboração dos irmãos Batista e dos demais executivos do grupo fosse suspenso. O primeiro partiu do ex-PGR, Rodrigo Janot, que ao final de seu mandato, veio a público o envolvimento de um ex-procurador de sua equipe, Marcelo Miller, que atuou em benefício do acordo da J&F junto ao MPF, como advogado, antes mesmo de ter se desligado oficialmente da PGR.
 
Irritado, Janot pediu a rescisão das delações, alegando a má-fé e a omissão dos delatores. Mas Saud e Joesley Batista pediram que o acordo fosse mantido. Assumindo o cargo, Dodge reiterou o pedido para acabar com as colaborações, mas pediu que as delações e provas produzidas até então vigorassem para os inquéritos em andamento.
 
Raquel Dodge enviou a primeira solicitação ao ministro Fachin ainda em dezembro deste ano. E renovou o pedido em fevereiro, pedindo uma resposta. Mas a decisão cabe a Fachin, que poderá atender a solicitação, determinar a continuidade das delações ou, ainda, invalidar os depoimentos prestados e, com isso, acabar com as apurações que usam as delações da J&F como base.
 
A posição do ministro, tomada nesta sexta, indica que ele poderá dar uma chance a mais aos delatores do grupo. Isso porque afirmou que irá analisar todos os documentos e a partir deles determinar, ou não, a coleta de provas e depoimentos de testemunhas, a pedido dos colaboradores. Caso seja essa a decisão, Fachin forneceria uma oportunidade para os executivos demonstrarem que não houve má-fé e omissão alegados pela PGR.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Sede demais ao pote

    Podem escrever. Nenhum homem justo, correto, do bem, cumpridor das leis, move uma perseguição implacável a uma pessoa do porte da que está sendo movida pelo Juiz Moro e Procuradors contra Lula. Há ai sem dúvidas, algo estranho, algo de errado nesse pessoal, que precisa ser descoberto. Há algo de podre nessas investigações da Lava Jato. Talvez esse escândalo dos doleiros e o caso Tacla Duran sejam o fio da meada.

  2. Fachin…..

    ANTICAPITALISMO DE ESTADO. A única coisa que se ouve nas gravações é achaque, sequestro, chantagem de Autoridades Públicas a exigir dinheiro dos Empresários. Presidentes, Senadores, Congresso Nacional. Então prisão da vitima como se fosse o criminoso. E mais chantagem e fraude, agora por parte do Ministério Público e Judiciáro. E novamente a vitima passando por criminoso. CRIMINOSO É O ESTADO BRASILEIRO. O único pedido revelado pelos Empresários foi um contrato menos extorsivo entre Petrobrás e Frigorifico, no fornecimento de gás, na fronteira com a Bolivia. Gás comprado da Bolivia a um preço pela Petrobrás e revendido, após 150 Km dentro do território nacional, por seis vezes o valor de compra. Mais de 550.000 Empregos Brasileiros sendo jogados fora, apenas desta Empresa. E da BRF? E Dolly? E Odebrecht? E Petrobrás? E Vale? Onde o Brasileiro poderá ser Engenheiro? Engenheiro Civil? Engenheiro de Prospecção? Engenheiro de Minas? Engenheiro de Alimentos? Nutricionista? BioMédico? Zootecnista? Engenheiro de Refrigeração? Arquiteto? Nas Empresas Brasileiras que serão doadas ao Capital e Interesse Internacional? Então INOCENTES, estas empresas importarão seus produtos, sua tecnoloia, assim como tais Profissões, que serão exercidas por seus compatriotas. 88 anos nesta farsa. 93% da População recebe menos que os 4.500 reais de Auxilio-Moradia do Poder Judiciário. E Nós, Imbecis Tupiniquins não sabemos o porque de nossa miséria e pobreza?!!!! O Brasil é de muito fácil explicação.       

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