A filha do ministro Fux e as castas que se formam no Poder Judiciário

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A advogada Marianna Fux, 32, ganhou espaço cativo no noticiário há alguns meses, quando se iniciou uma movimentação silenciosa para que a filha do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, seja a favorita na sucessão de Adilson Macabu, aposentado compulsoriamente do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2013.

O TJ-RJ ainda não notificou a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado sobre a vacância da vaga e tampouco intimou a instituição a compor uma lista com seis nomes, que será remetida ao Tribunal, para dar início ao processo de sucessão. Logo, a empreitada de Marianna via Quinto Constitucional ainda não é oficial. Mas certamente já coleciona comentários ácidos e uma série de saias justas.

Quem tem boa memória lembrará que os fatos relacionados a essa disputa não são responsáveis pela primeira aparição da doutora na mídia. Há quase cinco anos, Marianna Fux esteve na mira da imprensa tupiniquim por conta de um esquema de viagens internacionais recheado de regalias conquistadas de maneira questionável por membros do Judiciário. A revista IstoÉ divulgou o caso com exclusividade em abril de 2009.

Tudo começou quando a Câmara Federal se viu pressionada a acabar com a farra das passagens aéreas – situação em que membros do Legislativo estendiam privilégios a familiares e amigos sem fundamentos legais. Depois, veio à tona os esquemas montados em nome do então ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito, recém-nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na sequência, a revista revelou documentos que apontam as benesses destinadas a Marianna e Débora Blaishman, juíza federal e amiga da filha do ministro Fux. Este, à época, estava lotado no Superior Tribunal de Justiça.

Em novembro de 2008, segundo a publicação, Marianna e a amiga desembarcaram do voo 8085, procedente de Paris. Um dia antes, ofícios do STJ foram encaminhados à Receita Federal, à Polícia Federal, à Infraero e à TAM, solicitando que ambas tivessem “atendimento especial” no desembarque. Em casos que conservam certo grau de semelhança, “atendimento especial” quer dizer viajar em classe superior à passagem aérea adquirida, não passar pelas revistas da Polícia Federal, evitar filas e ter acesso a salas VIP.   

Os pedidos de “atendimento especial” contrariam a legislação da Receita Federal e o próprio regimento do STJ, que sustenta que os “serviços relativos ao embarque e desembarque são privativos dos ministros em atividade, dos aposentados e dos respectivos cônjuges. Nenhuma referência é feita a autoridades de outros tribunais ou a filhos, parentes e amigos dos ministros.” Apesar disso, o STF descartou qualquer possibilidade de emplacar uma investigação sobre privilégios em aeroportos.

Bermudes, Fux e a candidatura de Marianna

Após o episódio conturbado do “esquema VIP do Judiciário”, os holofotes sobre Marianna Fux passaram a revelar a intenção de ocupar o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio e, consequentemente, a relação do advogado Sérgio Bermudes, que comanda o escritório onde ela trabalha no Rio, com Luiz Fux. O ministro, inclusive, chegou bem perto de ter uma festança de 60 anos patrocinada por Bermudes, no ano passado, mas recuou para não prejudicar a candidatura de Marianna.  

Fux também recuou da própria decisão de não julgar ações impetradas por Bermudes. Ele havia assinado um documento se declarando incapaz da função, mas não cumpriu a diretriz. O ministro não só participou de processos da empresa de advocacia que emprega a filha como colocou na gaveta, recentemente, uma ação de abono salarial da ordem de R$ 100 milhões que deve beneficiar o governador do Rio, Sergio Cabral. Este, aliás, será responsável por bater o martelo sobre quem ocupará a vaga que Marianna está de olho.

Estratégia rumo ao TJ

A filha do ministro já tem meio caminho andado em direção ao Tribunal do Rio. Afinal, por conta do sobrenome, Marianna teve oportunidade de transitar em meio aos desembargadores que serão responsáveis por reduzir a lista sêxtupla formulada pela OAB do Rio para a vaga em questão a apenas três nomes. Isso porque boa parte deles marcou presença em sua festa de casamento com o advogado e conselheiro efetivo da OAB, Hercílio José Binato, em outubro do ano passado, no Copacabana Palace. Até o ministro Joaquim Barbosa deu o ar da graça.

Os convites foram disparados com base na relação do ministro Fux com os desembargadores. Ele foi juiz eleitoral do Tribunal de Justiça do Rio entre 1983 e 1997, e desembargador do mesmo órgão entre 1997 e 2001, quando então ascendeu a ministro do STJ. Por conta disso, a votação no TJ, que será aberta, deve causar certo constrangimento. Que ex-colega de Corte vai se opor à filha do ministro publicamente?
 
Formação vs. requisitos 
 
Formada há 10 anos em Direito pela Universidade Cândido Mendes, Marianna Fux tem pós-graduação em Teoria das Obrigações e Prática Contratual pela Fundação Getúlio Vargas (que, de acordo com a FGV, é um curso de extensão universitária de quatro meses, sem valor de doutorado) e acumula meia dúzia de processos julgados na segunda instância, a maioria ligada a Direito Administrativo e Civil. Apesar do currículo enxuto, Marianna se considera apta a conquistar o cargo de desembargadora e, com ele, salário superior a R$ 25 mil, carro oficial e outras regalias.
 
O mecanismo do Quinto Constitucional, previsto no artigo 94 da Constituição, prevê que 20% das vagas em determinados tribunais sejam compostas por advogados e membros do Ministério Público indicados por representantes da categoria. Como requisitos, os advogados interessados em um cargo na segunda instância sem concurso público precisam ter, no mínimo, mais de 10 anos de exercício profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada. 
 
O caso Letícia Mello
 
Assim como pode acontecer com a filha do ministro Luiz Fux, o peso do sobrenome também foi fator determinante à nomeação de Letícia Mello, filha do também ministro do STF Marco Aurélio Mello. Ela assume, no dia 4 de abril, o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo).
 
Letícia tem menos tempo de diploma, mas seu currículo é mais consistente que o de Marianna Fux. Apesar de ser considerada uma advogada promissora, dizem os críticos ao Quinto Constitucional que ela  é exemplo consolidado de que os tribunais brasileiros são formados por dinastias. Sem o sobrenome de um ministro do Supremo, teria Letícia chegado onde chegou com apenas 37 anos?  
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

50 Comentários

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  1. E o pior é que atualmente

    E o pior é que atualmente estão planejando criar o supersevidor do stf ganhando o dobro do salario do servidor da primeira e segunda instancia, é o olimpo.

    1. Justiça eh uma coisa e
      Justiça eh uma coisa e judiciário eh outra.
      Justiça eh o que o judiciário deveria fazer… Mas não faz.
      O judiciário brasileiro nunca teve credibilidade.
      Joaquim e Gilmar Mendes deixaram isso bastante claro.

  2. eu ja falei inumeras vezes
    Se

    eu ja falei inumeras vezes

    Se alguem se der ao trabalho de fazer um raio X para verificar o grau de parentesco ou afinidade entre os membros do poder judiciario muito provavelmente haveria um escandalo

    Uma vez ví uma magistrada que supostamente tinha se especilaizado em direito LGBT dando entrevista e na ocasiao alegou ser neta e filha de magistrados e que tinha filhos no caminho da profissao

    UM NOJO!

    Não só a filha do FUX mas o caso da cidadã do clã Mello recentemente escolhida em lista triplice pela atual mandataria da nação… 

    1. O duro nem é SÓ isso. É

      O duro nem é SÓ isso. É quando também os parentes dos juízes e desembargadores advogam. Aí o carnaval é completo. Basta a alusão a um sobrenome para portas se abrirem. O mesmo se dá quando juízes e desembargadores aposentados começam a advogar. Sorte do cliente.

  3. Ponta do iceberg

    Dou mais uma vez o recado: isto é apenas a ponta do iceberg em relação a esse poder que é a maior caixa preta da república. Para ficar apenas em dois exemplos: a quantas anda a investigação dos malfeitos do TJ-BA, incluídos aí os 13 milhões sem licitação para o IDP do eminente ministro Gilmar Mendes? E o processo contra o juiz Rocha Matos, nas mãos do Marco Aurélio Melo com prescrição prevista para 2015? Em 2015 Rocha Matos recupera os 13 milhões de dólares retidos na Suíça, se o processo não andar.

    1. E a cocaína  tb virou pó ?

      E a cocaína  tb virou pó ? aqui em MG….. Ou já usaram toda e não sobrou nem um pouquinho p/ prestar depoimento e informar de onde veio e p/ onde ia….  E nenhum jornalista reclama ….. Cocaína ixxxxperta, sô, como diria o Min. Fux,( sem o sô, lógico, pois Sua Excia é carioca.

  4. Se a Dilma nomear essa

    Se a Dilma nomear essa mulher, depois de tudo que o pai fez com o governo e o pt, eu caio fora….

    Nunca mais votarei nesse bando de aloprados…

    1. Competência

      Compete ao Governador Sérgio Cabral nomear “essa mulher”, pois ela (fatalmente) integrará  Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

    2. Vocês não passam de leitores

      Vocês não passam de leitores da Foia, aquela que não nomeia mais de qual governo se refere, seja Municipal, Estadual ou Federal. É tudo governo, para passar a impressão que se refere ao Federal, ou ao Prefeito, jamais ao ex prefeito, qdo comentam sobre o assalto aos cofres da prefeitura de São Paulo, pelo grupo do ISS. A Foia, pobre, nem mais sabe (?) fazer títulos de reportagem, criando a cada dia mais e mais alienados que se julgam os sabichões.

      E como é que vc um dia votou em aloprados ? Não leu direito, ou não entendeu? Ou só ouviu o canto do galo, mas não procurou saber onde estava o galo e o motivo do canto?

    1. sobre sua acusação

      acho que tem máfia para todos os lados.

      Tem um monte de mafioso na Papuda…..pelo menos estes ja estão trancafiados.

      Se tiverem provas contra mais mafiosos, que se juntem a eles.

      Mas a pior máfia é aquela que só enxerga uma máfia e afaga a outra pq faz parte dela.

  5. Parentes

    Toda vez que foram apresentados projetos de lei  tentando coibir nepotismos no âmbito de todos os  poderes, não foram transformados em lei.

    O que se vê hoje no Brasil já era descrito nos tempos do império. Falava-se então de sinecura, hoje arranjam-se outros nomes e tudo fica igual aos tempos e modos dos 1800. 

     

  6. Tal anomalia é histórica. Faz

    Tal anomalia é histórica. Faz parte da cultura patrimonialista sob a qual se eregiu o Estado brasileiro. 

    Características inatas ao Poder Judiciário,  dentre as quais se destacam ser o único Poder a não passar pelo escrutínio popular bem com a pouca necessidade aliada à má vontade de se abrir para o público, contribuem para o surgimento de castas e o usufruto de privilégios que a sociedade moderna hoje deplora.  

  7. O judiciário é a verdadeira

    O judiciário é a verdadeira “ação entre amigos”. Se não for reformado iremos pro brejo, pois não há sociedade que aguente muito mais os privilégios, o mais do mesmo. Não há mudança possível, se os amigos são sempre os mesmos e eles procriam!

  8. dá para entender porque eles

    dá para entender porque eles nos olham de cima. Não é a superioridade moral, mas os esquemas de poder aos quais pertencem. 

  9. Muita cara de pau!

    Essas duas se julgam competentes, por que não fazem concurso para o cargo? São novas ainda, teriam muito tempo pela frente. Mas como tudo é uma máfia, entrar pela janela é mais cômodo. Uma afronta! Nosso judiciário realmente é um LIXO.

    1. Porque concurso para

      Porque concurso para magistratura requer, se o candidato tiver uma base boa, no mínimo dois a três anos de cursinho, com dedicação de 12 horas por dia, sem feriado, sem final de semana. Como diz um professor: “são muitas horas bunda/cadeira”. Mas o quinto (in)constitucional é a porta larga, por onde entram as filhas e filhos do patrões. 

  10. Castas e mais castas

    A casta de ministros que usam jatinhos da FAB é extensa.

    A casta dos políticos que usam jatinho da FAB para fazer implante de cabelos não é vaste, é a casta de um só.

    A casta do judiciário é vasta

    A casta dos lobitas/financistas/familiares et caterva que usam de passaportes diplomáticos é vasta.

    As castas precisam acabar e não somente a do Judiciário.

    1. Um alemão disfarçado na África Meridional…

      A casta dos fascistas que usam este blog para apresentarem questões reacionárias travestidas de demandas populares também é vasta. Coxinhas de todo tipo. Com esse nome, que se apresenta como descendente de Klaus Barbie, o açougueiro de Lyon, mais um troll tenta ganhar as boas graças do eleitorado, que lhe deu 5 estrelas. Talvez seja combinado com outros coxinhas, sei lá.

      Os aviadores da FAB são obrigados pelo regimento da Aeronáutica, a X horas de voo por mês. Eu entendo que a administração pública deva usar esses voos para se locomover, na medida do possível, evitando sangrar os cofres públicos com passagens aéreas SEM DESCONTO, como são as adquiridas pelo poder público, Legislativo, Executivo e Judiciário, nos três níveis de governo, municipal, estadual e federal.

  11. O Brazil assim continua sempre o mesmo…

    E quem pensava que só político do legislativo e executivo se prostituía e era prostituído, grande e compreensível engano – político do judiciário é ainda mais atuante (baseado nas leis) e decidido na prostituição geral, e até qdo. esta orgia explícita com o nosso dinheiro público?!?!?!?!?!

  12. Tai porque somos,


    Tai porque somos, literalmente, órfãos em termos de justiça, a gente não é filha ou filho deles, ministros! A justiciaria tupinica sempre foi uma bandalheira. E, digo isso, com muita preocupação. Não sabemos o que esperar desses senhores/senhoras em seus pareceres, veredictos, porque tudo vai depender do que e$tiver na balança, na maioria das vezes. A justiciaria tupinica só dá, ao cidadão comum que cumpre com suas obrigações, certeza de uma coisa: insegurança..Não dá para confiar em nossa justiça..

  13.  
    É galera, vamos parar de

     

    É galera, vamos parar de bla blabla e dormir cedo pra pegar no batente amanhã cedo, pois temos que ralar em drobro pra sustentar esta gafanhotagem despudorada .

    Até amanhã !!   Boa Noite !! 

     

  14. E, agora? Já acabaram as

    E, agora? Já acabaram as filhas de ministros ou ainda tem mais alguma? Bolsa-Justiça de R$ 25.000,00 vai ficar meio puxado pros brasileiros… Talvez seja mais barato, dar a grana e deixar as meninas em casa, pelo menos dão prejuízo mas não prejudicam ninguém já que entram, apenas, para fazer tabela para  garantir interesses específicos. Hora da vingança: – Precisamos esterelizar nossa elite que se reproduz apenas para ganhar os benefícios do Estado ( qtos anos passamos ouvindo isso!!?? Tô devolvendo… )

  15. Rei Joaquim

    O governo é formado pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Destes, o Judiciário ainda vive no regime do Império, comandado pelo Rei Joaquim, e trata-se de um Poder marcado por uma história de corrupção embora a mídia só enxergue desmandos no Poder Executivo, em sua instância Federal, diga-se de passagem. Juizes e minsitros do STF et caterva são uns santos…rsss

    A este respeito, segue artigo que aborda o assunto a partir do Brasil Colônia,,,não encontrei texto especifico sobre os picaretas do Poder Judiciário, tirem suas próprias conclusões deste estudo do qual separei uma parte que, apesar de aobrdar o assunto com foco apenas no Executivo, dá prá se tirar uma idéia sobre o tema em pauta:

    Servidor público e clientelismo

    “(….) Durante os três séculos do período colonial, a administração pública no Brasil foi uma fiel herdeira do governo-geral de Tomé de Souza, transplantado em 1549 para a Bahia. O escritor e pesquisador Eduardo Bueno no seu último livro A coroa, a cruz e a espada, de maneira original e com riqueza de detalhes históricos sistematiza o processo de ocupação e colonização da américa portuguesa. E nesse processo afloram os traços determinantes da burocracia estatal ibérica e as suas raízes que chegam aos dias atuais. Eduardo Bueno é objetivo: “O clientelismo, a leniência, o nepotismo, as mazelas que, agravadas pela desigualdade, pelo absoluto desrespeito às leis e pela corrupção generalizada, continuam minando o desenvolvimento do Brasil 500 anos depois”.

    Um século depois da implantação do modelo de administração oriundo do governo-geral, o padre Antonio Vieira denunciava que não se administrava visando o bem-geral da sociedade. Pregando na Bahia, em 1641, quando da visita do vice-rei Marquês de Montalvão, o padre Vieira, o saudou afirmando: “Perde-se o Brasil, porque alguns ministros de Sua Majestade não vêm cá buscar o nosso bem, vem buscar nossos bens.”

    No início do século XIX, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, a Casa Real Portuguesa transplantou-se para o Rio de Janeiro. Dom João VI e a sua corte fez do Brasil a sede do Império Português. Anos depois, com a derrota napoleônica na Europa, retornaria a Lisboa. Deixando o príncipe dom Pedro I, que em 1822 proclamaria a independência. Nascia o Brasil Imperial que se estenderia até 1889, quando um golpe militar implantaria a República, com o Marechal Deodoro da Fonseca a liderá-la e que seria o primeiro presidente.

    E a administração pública, nesses diferentes períodos, como era formatada? Nas quase sete décadas do Império era constituída por uma burocracia elitista, fidalga e adepta de exarcebada vocação patrimonialista. De 1889 até 1930, com a República Velha prevaleceu a manutenção de uma realidade híbrida onde ao lado de setores extremamente preparados, prevalecia a vontade coronelista-paternalista. A emergência de uma classe média, onde os movimentos militares tenentistas protestavam com o poder das armas, era uma clara expressão da insatisfação das camadas urbanas com os privilégios conservadores que prevaleciam na vida pública. Desembocaria na Revolução de 1930, que mudaria radicalmente o País agrário-exportador.

    A administração pública a partir de 1936, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), vê o surgimento de vigorosa semente da modernidade administrativa no Brasil. Fundamentada na teoria weberiana da ética da responsabilidade, estruturada no princípio do mérito profissional. Institui o concurso público e de treinamento à altura das necessidades estratégicas do Estado.

    O surgimento de uma burocracia profissionalizada na administração era conseqüência da própria inserção de um capitalismo moderno no Brasil. Foi indiscutível avanço na formação nacional e lançou sólidas bases para o desenvolvimento. A consolidação das carreiras de Estado e de administradores públicos de alto nível no processo de transformação ditado pelos princípios da competência e espírito público significou um inegável êxito. Batido, mas não derrotado, o velho coronelismo patrimonialista, infelizmente continua presente até hoje na administração pública gerando os filhotes: clientelismo e fisiologismo.

    A modernização do Brasil, entre 1930 e 1980, quando atingimos as mais elevadas taxas de crescimento econômico do mundo, teve na profissionalização administrativa uma sólida base. O Estado foi o principal estrategista na implantação dessa marca de desenvolvimento econômico. E isso não teria sido possível sem a existência de um quadro de servidores dotados de espírito público, competência e reconhecida honestidade.

    Lamentavelmente nas últimas duas décadas, diferentes governos vem enfraquecendo e desprestigiando a administração pública brasileira. A terceirização, por exemplo, é uma prática fortalecedora do clientelismo fisiológico. A isso some-se o loteamento das funções públicas de Estado, com nomeações políticas em que a incompetência profissional é atestada na multiplicação de delitos e ilicitudes que vem freqüentando o dia dos negócios públicos brasileiros(…)” (Helio Duque, ex- deputado federal/ PMDB-PR)

     

     

  16. Em situações calamitosas como

    Em situações calamitosas como essa, fica muito difícil prestar obediência estrita do “sistema”, já que ele está cheio de brechas e ilegalidades. O ministro mata no peito, mas parece um cunhado no Detran, que dá aquela força pra parente. À noite, todos os gatos são pardos…

  17. Sobre o nepotismo e o clientelismo no Judiciário

    Este artigo foi publicado no insuspeito Estadão, em setembro de 2010,,..e ae Barbosa, não vai fazer nada, pois nada mudou de lá prá cá e, como vc é presidente do CNJ, mãos à obra, já que vais ficar “mais um tempinho” no STF/CNJ:

    Divulgado há duas semanas, o levantamento estatístico do Conselho Nacional de Justiça mostra que, apesar das medidas adotadas pelo órgão para coibir a contratação, pela magistratura, de parentes e apadrinhados para cargos de confiança e para funções comissionadas de chefia e assessoramento na Justiça, os tribunais continuam apresentando graves problemas em matéria de contratação. O Poder Judiciário tem 312,5 mil servidores e os gastos com salários e vantagens funcionais do funcionalismo tecnico-administrativo e dos 16,1 mil magistrados totalizaram R$ 37,3 bilhões no ano passado. Na Justiça Federal, a folha de pagamento representa 93% das despesas de custeio.

    Desde sua criação, há cinco anos, esta foi a primeira vez que o CNJ incluiu em seus levantamentos estatísticos um item específico sobre o número de funcionários terceirizados em cada tribunal. As informações foram apresentadas em atendimento a Resolução 88. Baixada em setembro de 2009, ela introduziu critérios mais rígidos e severos para o preenchimento dos cargos de confiança e das funções comissionadas na Justiça. Estabelece, por exemplo, que o número de servidores requisitados de órgãos administrativos não vinculados ao Judiciário não pode exceder a 20% do total do funcionalismo judicial. E, em consonância com medidas moralizadoras já tomadas no âmbito do Executivo, ela também determina que, até dezembro, todos os funcionários terceirizados, contratados de forma irregular, sejam substituídos por funcionários concursados.

    Entre outras constatações, o CNJ descobriu que o Poder Judiciário está inchado — ou seja, a instituição tem um número de funcionários muito maior do que o necessário. O estudo também detectou que, para contornar as resoluções baixadas pelo órgão para acabar com o nepotismo e o clientelismo, as contratações proibidas passaram a ser feitas por meio de terceirizações.

    A pesquisa descobriu ainda que 11.849 cargos das diferentes instâncias e braços especializados da Justiça continuam ocupados por pessoas que não prestaram concurso publico. Isso representa cerca de 26% de todo o funcionalismo da instituição. Há também quem tem diploma superior, mas prestou concurso para cargos subalternos, como motorista, copeiro ou continuo. Uma vez empossado, e requisitado por um juiz ou desembargador e passa a exercer funções hierarquicamente superiores e mais bem remuneradas.

    Do total de cargos ocupados irregularmente, 11.134 estão nas Justiças estaduais. Um dos campeões de irregularidades é o Tribunal de Justiça de Alagoas, onde 437 servidores ingressaram na administração direta por indicação, sem se submeter a concurso público e provas de avaliação de mérito. A Corte, aliás, tem um diminuto efetivo próprio, uma vez que 92% de seu corpo de servidores administrativos e terceirizado. Outro campeão de irregularidades e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde mais da metade dos cargos administrativos e ocupada por funcionários que não pertencem aos quadros de carreira do Poder Judiciário.

    Apesar disso, a Corte, que tem jurisdição sobre 13 Estados das Regiões Norte e Nordeste e sobre o Distrito Federal e tem 967 cargos em comissão, alega que privilegia os “servidores da casa” nas indicações e que esta fazendo concurso para cargos de analista e técnicos. “Por mais que haja amparo legal, isso caracteriza um desvirtuamento da função pública. Geralmente, os cargos são ocupados por apadrinhamento político”, refuta o professor Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília.

    Como era de esperar, o levantamento foi mal recebido pelos dirigentes das Justiças estaduais. Mais uma vez invocando a autonomia e a independência de suas cortes, eles continuam resistindo as iniciativas moralizadoras do CNJ. Essas iniciativas “vão contra uma cultura vigente há anos nos tribunais”, diz Caldas. E essa cultura do fisiologismo e do clientelismo que o órgão encarregado do controle externo do Poder Judiciário quer sepultar.

    *Editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

  18. Nepotismo cruzado Ou: Uma mão lava a outra

    Irmão de Barbosa vai ser candidato na Chapa de Arruda e Roriz, do DF. a filha de Roriz arrumou uma boquinha pra ele, uma mão lava a outra, e assim o nepotismo nunca acaba no Judiciário, o poder mais corrupto da República

  19. A Face Verdadeira

    Nassif: só as “freirinhas de plantão” não conseguem enxergar a verdade do Judiciário nacional. Esta é, salvo as exeções que são raríssimas, a verdadeira cara dele, um autêntico balcão de negócios. O Ministro Fux já disse a que veio, desde que fazia a corte a políticos e executivos influentes para chegar à Corte Maior. E está cumprindo à risca o papel. E o que ele executa e manobra não é diferente dos outros, respeitando as exeções, tão exeções que nem cabem nas estatísticas. Esta, inegavelmente, é a face mais verdadeira e real de todo Judiciário. Já imaginou quando esse ministro, automaticamente, como praxe da Corte, assumir a presidência da Casa? As más línguas estão dizendo que sentiremos saudade de Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes. Quem viver verá…

  20. Nesta altura as costas das

    Nesta altura as costas das duas meninas já estão ficando roxas de tantas “tapinhas” que o ministro JB já deu nelas. Apesar de ele e elas também, detestarem tapinhas, ainda estão em plena moda..

  21. Se a Justiça é injusta, fazer justiça é uma injustiça.

    Vamos de cinismo rasgado. A filha de Fux não tem currículo para ser desembargadora, mas até o STF tem gente sem currículo. Primos, compadres, cotas raciais, quem deu mais entrevistas na TV, etc. Na Ditadura, um parente do governador Geraldo Alckmin foi nomeado para o Supremo “porque era sócio do Lyons Club”. Currículo mais brilhante, impossível. Portanto, se nomearem Marianna, o TJ-RJ não vai ficar pior nem melhor, vai continuar na mesma.

  22. Isso não é um tribunal de justiça

    Isso aí não é um tribunal de justiça, mas um súcia de privilegiados, sanguessugas paramentados.

    Acho até que deveriam trocar a cor de suas togas para amarelo com o fim de não denegrirem, afrontarem os negros.

  23. Vcs se esqueceram da esposa

    Vcs se esqueceram da esposa do Marco Aurelio? Ela tb ocupa um alto cargo no Judiciário.

    Família Marco Aurelio ,uma família de bem com a vida.

    Família Fux  , uma famíla em prol da ju$tiça  (dele$).

    Família Barbosa ,uma família a serviço da Rede Globo.

    É melhor parar por aqui pois estou com ânsia de vômito.

  24. As dinastias do Poder Judiciário

    Já dizia Cícero,  Senador Romano, uma verdadeira sociedade é aquela que possui leis justas e cidadãos virtuosos. Estamos anos luz dessa situação. Vivemos uma situação política mergulhada na corrupção, no patrimonialismo, na extrema miséria de muitos e na riqueza de poucos. Pessoas dignas não pedem “favores” para si ou para seus familiares; não julgam de acordo com interesses políticos; não conseguem de maneira duvidosa o que os próprios merecimentos  afastam… O Chefe do Executivo  Estadual escolhe o Presidente do TJ, o Procurador do Ministério Público, o Defensor Público Geral e assim  por diante, para começar apenas pelos  Estados da Federação. E assim caminha o Brasil para o buraco sem fundo, sem legitimidade, sem dignidade e sem futuro.

  25. Mariana Fux

    CONSEGUIRAM ELEGER UMA PESSOA ALTAMENTE EXPERIENTE, AOS 35 ANOS DE TOTAL SABEDORIA AO CARGO DE DESEMBARGADORA DO TJRJ.

    VERGONHA TOTAL OAB

    DESEMBARGADORES

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