Flávio Bolsonaro triplica lucro na transação de dois imóveis em Copacabana

Transação relâmpago de quitinetes colocam filho do presidente sob a suspeita de lavagem de dinheiro
 
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
 
Jornal GGN – De 2002 a 2018 o patrimônio do ex-deputado e senador eleito, Flávio Bolsonaro, passou de um Gol 1.0 de R$ 25,5 mil para R$ 1,741 milhão – números declarados pelo filho do presidente à Justiça Eleitoral. 
 
Apesar do crescimento, Flávio passou a chamar atenção depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entregou à Receita Federal relatórios apontando movimentações suspeitas nas contas bancárias sua e de seu ex-assessor, Flávio Queiroz. Isso acabou levando a uma investigação na área cível contra o parlamentar, para apurar improbidade administrativa, temporariamente suspensa após liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.  
 
Nesta quarta-feira (23), a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem mostrando que o parlamentar lucrou R$ 813 mil com a transação relâmpago de imóveis que o colocam, agora, sob a suspeita de lavagem de dinheiro. 
 
Em novembro de 2012, Flávio comprou duas quitinetes em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, pagando um total de R$ 310 mil pelas duas unidades. Em novembro de 2013 vendeu um dos imóveis por R$ 573 e, em fevereiro de 2014, outro por R$ 550 mil, somando R$ 1,123 milhão com as vendas, resultando no lucro de R$ 813 mil.
 
A Folha revelou, ainda, com base em dados do 5º RGI (Registro Geral de Imóveis) da capital carioca, que proprietários anteriores a Flávio haviam adquirido os imóveis por um total de R$ 440 mil. Se o parlamentar comprou as duas quitinetes por R$ 310 mil, significa os antigos proprietários tiveram um prejuízo de 30% ao revender as unidades. Outro ponto estranho, é que as vendas foram feitas em pleno “boom imobiliário” na cidade. 
 
A forma como as transações imobiliárias aconteceram, coloca o Flávio sob a suspeita de praticar o crime de lavagem de dinheiro, o que ficará comprovado se a diferença nos valores aconteceu para encobrir um possível pagamento não declarado à Receita. 
 
O Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) poderia ter informado as negociações ao Coaf como suspeitas, mas a resolução que determina o repasse dessas informações foi criada apenas em outubro de 2014. 
 
Dados do Secovi apontam, ainda, que a média de valorização dos imóveis com um quarto, em Copacabana, foi de 70%, de 2012 a 2014. Mas no caso dos quitinetes de Flávio, os imóveis triplicaram de preço.  
 
A Folha de S.Paulo conta que um dos proprietários antigos, o engenheiro norte-americano Charles Eldering, comprou um quitinete na avenida Prado Júnior por R$ 200 mil e vendeu para Flávio por R$ 140 mil que, por sua vez, revendeu por R$ 550 mil.
 
O outro imóvel também foi negociado com um norte-americano. O médico Paul Maitino havia adquirido o quitinete por R$ 240 mil, vendeu para o senador eleito por R$ 170 mil que, posteriormente, negociou a quitinete por R$ 573 mil. 
 
O médico e o engenheiro, entretanto, não atuaram diretamente na transação. As unidades foram vendidas pelo corretor, também norte-americano, Glenn Dillard que detinha a procuração de ambos. Em 2016, Eldering entrou na Justiça acusando Dillard de ter lhe aplicado um golpe no negócio concretizado com Flávio. 
 
Redação

3 Comentários

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  1. Eu se sou o motorista Queiroz

    Eu se sou o motorista Queiroz comecaria a ficar preocupado com a propria seguranca … E a dos familiares tambem.

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