Funcionários da Odebrecht desviavam as propinas dos políticos e agentes da Petrobras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Reportagem do Valor desta terça (3) mostra que a Odebrecht até topou entregar à Lava Jato e consequentemente à midia alguns detalhes sobre pagamento de propina a políticos e agentes do governo federal. Porém, a empreiteira reluta em deixar escapar dados sobre uma investigação interna para chegar aos executivos que desviavam o dinheiro do departamento de propina.

Segundo a matéria, foi só a partir da Lava Jato que “grandes empreiteiras, entre elas a Odebrecht, começaram a identificar casos em que funcionários responsáveis por operar o pagamento de propina acabavam embolsando parte do dinheiro, desviado para contas no exterior ou benefícios pessoais.”

No caso da Odebrecht, “enquanto algumas delações já vieram à tona, os dados sobre as infrações cometidas dentro de casa são mantidos cuidadosamente sob sigilo.” A empresa também não quer comentar este assunto.

As primeiras evidências de desvio de propina pelos empresários foram detectadas no vazamento do Swissleaks. Uma conta bancária de executivo da Odebrecht na Suíça foi encontrada, recheada com propina do esquema na Petrobras. Entre os executivos suspeitos está um da alto escalão da construtora.

Segundo o Valor, advogados discutem o que fazer com essa informação. “Alguns defendem que as empresas poderiam entrar na Justiça com ação de ressarcimento para cobrar a quantia extraviada pelos funcionários” e falam em alegar “apropriação indébita”. Outros acham que tentar recuperar desvio do desvio é “extravagante”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. “Fulano” pediu mesmo propina?
    Esse fato abre a possibilidade de que alguns executivos da odebrecht afirmaram que certos políticos estavam pedindo propina quando na verdade não estavam. Eles (os executivos) diziam isso só para desviar o dinheiro para si. Pode ser que alguns políticos na planilha da odebrecht nunca receberam um centavo, tem que rastrear as transferências.

    1. Não dá

        O executivo ou gerente é somente o “meio”, a cupula que dá o start acompanha diretamente o processo e os resultados, em caso de “falha” ( o “produto” não é entregue ) naõ cai para cima do “mensageiro”, mas de quem solicitou.

         Mas dá para fazer uma “combinada” ou uma “piramide”.

         Combinada : È quando o “executivo/gerente/mensageiro” entra no esquema com o recebedor, tipo o cara solicita 1 milhão, o mensageiro combina com o solicitante 1,2 M, para ficar com 100.

          Piramide: O cara pede, por exemplo 2 Milhões em continuada ( espaçada por tempo ), e o “mensageiro” pega partes (desvia) e fala que irá demorar mais tempo para completar o total, tipo espera que o barato estoure.

    1. Não é “pedaço”

         Meu caro AA, este custo já está incorporado no montante original previamente negociado, tratando-se tão somente uma “taxa de risco”, inerente a este tipo de negócio, que da parte da empresas empregadora do “mensageiro”, agrega uma vantagem expressiva a operação, pois compromete este “pagador” no esquema, como parte atuante dele, portanto teoricamente mais refratario a dedodurar.

          Dan Houghton ( Lockheed ), deu aula sobre esta forma de negocios nos anos ’70, a de que quando se começa a engraxar, seria semelhante a optar entre usar “cintos ou suspensórios”, portantyo para garantir-se utilizava-se dos dois, e chamava seus “mensageiros” e intermediarios de ” botões”.

  2. Despachante aduaneiro liga

    Despachante aduaneiro liga pro dono da empresa: “o fiscal quer mil dolares pra iberar a carga”. O dono da empresa fica puto da vida, xinga esse governo corrupto e liga pro Secretário da Receita reclamando. Chamam a PF e prendem o fiscal em flagrante. O fiscal fica surpreso, perplexo: “Mas como pode ser se a carga está liberada há tres dias”? Foram verificar: A carga já estava liberada, quem pedia a grana era o despachante.

  3. Isso é igual a apreensão de dinheiro roubado ou droga…

    …..os  mau-policiais, desviam sempre seu quinhão !!

    No caso do dinheiro, sempre o ladrão que estava com o dinheiro ” conseguiu fugir ”   KKKKKKKK!!

  4. Barusco

    Barusco, ex-Diretor (ou gerente) da Petrobras, devolveu R$200 milhões da sua conta pessoal para a LavaJato.

    Os ex-Petrobras delatores estão todos no bem-bom, de férias com tornozeleiras.

    Faltou para eles apenas a aposentadoria integral para se equiparar com um Juiz corrupto.

    A corrupção existe como uma característica do ambiente de negócios brasileiro e não apenas com finalidade política de caixa 2.

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