Gebran suspendeu delação de Palocci até que provas fossem entregues, lembram deputados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Após homologar a delação de Antônio Palocci à Polícia Federal, em junho deste ano, o desembargador João Pedro Gebran Neto decidiu suspender a tramitação da colaboração durante três meses, prazo para que Palocci apresentasse elementos de provas sobre as suas acusações, e também decidiu que não cabia, naquele momento, “o exame detido do conteúdo das declarações prestadas”.
 
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Esse episódio sobre o frágil andamento da delação de Palocci no âmbito da Justiça, além de que o acordo com o ex-ministro foi negado pelos próprios procuradores da Lava Jato de Curitiba, foi lembrado pelos deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ), em reclamação encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
 
No órgão, os parlamentares do PT querem uma investigação sobre o comportamento do juiz federal Sérgio Moro, ao decidir abrir o sigilo da delação que nem a ele interessava, nos processos que comanda na Vara Federal de Curitiba, a menos de uma semana para as eleições 2018.
 
“A divulgação, nessa toada, somente se justifica nesse momento de acirramento do pleito eleitoral, notadamente o presidencial, com o intuito, direto ou indireto, de desqualificar para além da figura emblemática do presidente Lula, as candidaturas do Partido dos Trabalhadores com acusações genéricas, o que se traz, ao fim e ao cabo, como interferência reprovável no pleito eleitoral, demonstrando quebra da imparcialidade e, em tese, má-fé do magistrado representado”, escreveram.
 
No documento, os deputados também lembraram do vazamento do grampo da conversa entre Dilma Rousseff, então na posição de presidente da República, e Lula, em atuação de Moro já criticada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
 
O advogado do partido, José Sousa de Lima, disse esperar que o corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, instaure um procedimento administrativo para investigar a atuação de Moro.
 
“Tal decisão judicial, proferida às vésperas das eleições, tem um enorme potencial para se criar fatos políticos e, em alguma medida, comprometer a lisura e a legitimidade das eleições. Portanto, classificamos essa decisão, do ponto de vista jurídico, como temerária e, sobretudo, destoante das responsabilidades de um membro da magistratura brasileira”, afirmou.
 
Leia a reclamação enviada pelos parlamentares ao CNJ:
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Até parece que vai dar nalguma coisa.

    Nassif: só falta você dizer que acreditou nessa do CNJ dizer um “oi” pra Savonarola dos Pinhais. Você acha que os caras são doidos de botarem suas benesse em risco? E se forçar a barra seu parceiro (e coleguinha de muitas décadas) lá da CorteMor de Suplicação dos Pampas vem em seu socorro. Se bobear, até aquele que é Flor que não se cheira lança manifesto. O conluio é vasto.

    Dois mais, não se pode dizer que a atitude é antipatriótica. Depois que saiu o greencard Savonarola tem se empenhado em trabalhar por sua Pátrica.

  2. O Moro declarou que o vazamento da delacao nao poe em risco
    O porque das delacoes nao colocarem em risco as investigacoes o Moro nao explicou, ele apenas declarou

  3. Gebran , Moro e Palocci

    Moro foi usando seu poder para humilhar Palloci, e como fez com  o empresário do triplex, manipulou prendeu e prometeu perpétua. Se negou a aceitar a delação em conluio com Gebran, para deixar Palocci, um trapo humano jogado em alguma cela, por meses seguidos, sem nenhuma razão jurídica. Com o silêncio do CNJ,  trancou a chave da masmorra, até que um ser rastejante sai da cela prometendo fazer tudo que o amo quiser. 

    Agora quando conveniente, Moro quebra o sigilo de uma delação que não havia sido aceita, e Gebran, não vai dizer nada, não vai contrariar o cumpadre.

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