Geddel foi para a Papuda

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Evaristo Sá/AFP

Geddel Vieira Lima é transferido para presídio da Papuda, no Distrito Federal

Da Agência Brasil

Preso na tarde de ontem (3) na Bahia e levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília no início da madrugada de hoje (4), o ex-ministro Geddel Vieira Lima foi transferido no começo da tarde para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Segundo a assessoria da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, Geddel dividirá a cela com outros nove presos na ala do Centro de Detenção Provisória destinada a detentos com nível superior. Terá direito a duas horas de banho de sol por dia e a receber quatro visitantes às sextas-feiras. Alvo das mesmas investigações que levaram Geddel à prisão, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro também está preso na Papuda, mas em outro bloco.

A prisão do político baiano, que ocupou o cargo de ministro nos governos Lula e Temer, além de uma diretoria da Caixa Econômica Federal durante o primeiro governo Dilma, foi pedida pela Polícia Federal e por integrantes da Força-Tarefa da Operação Greenfield. A ação foi originalmente deflagrada em setembro de 2016 para apurar crimes de gestão temerária e fraudulenta cometidos contra alguns dos maiores fundos de pensão do país, entre eles Funcef, Petros, Previ e Postalis.

Posteriormente, a Operação Sepsis, desdobramento da Lava Jato para investigar suposto esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) , administrado pela Caixa Econômica Federal, foi vinculada à Operação Greenfield. Já em janeiro de 2017, a PF deflagrou uma outra operação, a Cui Bono, que investiga um suposto esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa entre março de 2011 e dezembro de 2013, período em que Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco. Na ocasião, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do político, apreendendo diversos documentos.

Ao pedir a prisão de Geddel, cumprida ontem, o Ministério Público Federal (MPF) acusou-o de tentar obstruir a investigação das supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa. De acordo com o MPF, a acusação foi fundamentada em informações fornecidas em depoimentos de Lúcio Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada.

No pedido de prisão acolhido pela Justiça, os procuradores sustentaram que o ex-ministro estaria tentando evitar que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e Lúcio Funaro firmassem acordo de colaboração com o MPF. Ainda segundo os procuradores, Geddel estaria atuando para garantir vantagens indevidas aos dois e “monitorando” o comportamento do doleiro de forma a constrangê-lo a não fechar o acordo. Os procuradores reproduziram mensagens que Geddel enviou à mulher de Funaro entre os meses de maio e junho. As mensagens, segundo o MPF, foram entregues às autoridades pelo próprio Funaro.

Defesa

A defesa de Geddel definiu como “absolutamente desnecessário” a prisão preventiva do político. Em nota enviada à imprensa, o advogado Gamil Föppel disse que há “ausência de relevantes informações” para basear a decisão e definiu como “erro” da Justiça Federal a autorização para a prisão de Geddel. Föppel diz que, desde o início das investigações, o ex-ministro se colocou à disposição para prestar esclarecimentos, mas nunca foi intimado pela Justiça. Para a defesa, isso representa uma “preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para a grande imprensa, do que efetivamente à apuração de todos os fatos”.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. finalmente,…

    o “suíno”, …. no chiqueirinho…

     

    mas não devemos nos iludir, …  O STF apadrinhador de ladrões, … vai solta-lo  logo,…logo,…

  2. Confesso = é um prazer ver o

    Confesso = é um prazer ver o suíno se foder um pouco. Tomar banho frio, tendo que defecar no boi da prisão, comer uma refeição que ele deve achar indigna pra cahorra dele (se é que esse fdp  tem amor pelso animais ). Sei que serão poucos dias, mas melhor do que isso só se houvesse uma revolução ao estilo da revolução francesa e fizesse uma bola com a cabeça dele. Sei que estou dizendo coisas bárbaras, anticivilização, mas é que Gedel personifica essa elite política mesquinha, fdp, que é capaz de roubar dinheiro de uti mesmo que isso custe a morte de uma criança.Um verme que não se importa de jogar nosso país no limiar duma guerra civil pra continuar roubando, sugando como um vírus mortal.  Tudo que aconteça com essa coisa – chamá-lo de ser humano é um elogio pra esse fdp – é pouco. Quem sabe se antes de ele sair ele não fica numa cela não com 9, como está agora, mas só com 1 -= o João Tripé rsss Repito = todo mal que aconteça com essa coisa é pouco pelo desprezo que ele sente pelo povo que ele rouba até não poder mais. Não duvido que Gedel tenha ficado feliz no dia que um colega de classe dle, que o chamava de suíno e conhecia todo o mau caratismo dele, morreu, em 96, de HIV, aos 36 anos. Mas essa porco será lembrado como um fdp e Renato será, pelo menos na minha geração na casa dos 40, um compositor que escreveu letras que me tocam até a alma. Gedel é o cara que acha que tudo tem um preço e tudo pode se comprar. Mas respeito e admiração, isso nem mesmo o caminhão de dinheiro roubado da gente dá conta comprar isso. 

     

     

     

  3.  A VEGONHA, MAIS UMA VEZ, NÃO

     A VEGONHA, MAIS UMA VEZ, NÃO COMPARECEU NO CONVENTÍCULO DO JABURU

    Como operar bem uma nação, onde suas elites são compostas de lideranças como a dessas duas excrescências, sem desdouro às demais ausentes, registradas na foto que emoldura o post. Dando ao mesmo, aparência de artigo pornográfico. Embora, tratar das elites dominantes de Pindorama, não fuja tanto como tema correlato e próprio ao baixo-meretrício.

    Pois, ao longo das ultimas semanas, esses escrotos, reúnem-se diuturnamente no Jaburu, na tentativa desesperada de salvar a pele do Jabuti ladrão e traidor miShell temer. Ainda hoje estavam lá reunidos os seguintes veterinários, digo, otoridades. Na verdade, proxenetas. Presentes: Aécio Cunha Neves, Cristovão Buarque, Bolsonaro, Eliseu Padilha, para os íntimos eliseu quadrilha, Moreira Franco,vulgo gato angorá, e, o presidente da Câmara Rodrigo Maia, vulgo Botafogo. Ausentes, os cafajestes: Gedel Vieira Lima, o boca de jacaré, e Eduardo Cunha, o caranguejo. Ambos, em goso de cana, salvo engano, na Papuda.

    Mais uma vez se fez ausente nos recorrentes conventículos do Jaburú*, sua excelência a VERGONHA NA CARA. Onde a mesma, mais uma vez, não compareceu.

    Orlando

    * Notem que até foi providenciado uma proteção-visual arbustiva na entrada do palácio, digo, na entrada do lupanar do jabotí, visando preservar a privacidade. Sobretudo, a identidade do freguês.   

     

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