Gilmar critica inércia diante de juízes e membros do MP que querem intervir na eleição

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicou nesta quarta (29) que a corte está sendo “desautorizada” e abrindo passagem para juízes, promotores e procuradores que querem usar os recursos jurídicos para inabilitar candidatos e interferir na eleição.

Segundo Gilmar, não pode bastar que um membro do Ministério Público apresente uma denúncia, e que um magistrado deixe a “caneta cair”, autorizando o julgamento, para que uma pessoa seja excluída do processo eleitoral.

“Eu acho que vocês estão muito assanhados com essa coisa de querer que um juiz defina questões que passam pelo processo democrático. O que a Constituição diz é que o presidente da República não poderá, depois de recebida a denúncia, continuar no cargo. Só isso. Qualquer outra situação é um devaneio”, disse Gilmar a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do STF desta tarde. Os relatos são do Estadão.

Nesta semana, o STF começou a discutir se réu em ação penal pode assumir a Presidência da República.  O ministro Marco Aurélio Mello chegou a falar em “insegurança” no caso de Jair Bolsonaro, que é réu em duas ações penais na Casa, por incitação ao crime de estupro e injúria.

“Você imagine que amanhã as pessoas comecem a ‘Ah, vamos entrar com ação contra fulano’. Judicializando isso tudo, vocês vão entregar o poder a quem? Como há um igualitarismo, vale para todo mundo. Vamos conseguir um impedimento para todos – vamos chamar um promotor e vamos produzir uma ação contra um Fulaninho. Aí um juiz deixa a caneta cair, recebeu a denúncia e então agora pode ser um impedimento. Aí vamos impedir para governador também, para prefeito… Estamos brincando. Será que a gente não desconfia que estamos, na verdade, sendo desautorizados? Vamos pensar responsavelmente”, disparou Gilmar.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Lá no início dos abusos todos
    Lá no início dos abusos todos silenciaram convenientemente.
    O mostro cresceu e pode “comer” até quem o alimentou.

  2. Ter que dar razão ao gilmar é

    Ter que dar razão ao gilmar é o fim. Mas ele está certo. Só tem que saber porque deste legalismo agora do outrora desrespeitador da constiruiçao.

  3. Que espanto

    A voz segura e altiva de Gilmar Mendes hoje reflete a defesa do Estado Democratico de Direito no sentido de um alerta urgente aos seus pares ou o STF volta pra sua funcao constitucional ou se estara deslegetimizando o sistema concebido por Montesquieu e ai, a República e seus valores democraticos irao derreter para se instalar o Estado da barbarie.

  4. O Gilmar estava defendendo o
    O Gilmar estava defendendo o Bolsonaro.
    Disse que réu sem condenação pode assumir a presidência.

    Depois citou o exemplo do Lula, por ser crucificado virou mártir. No fundo preferia que o povo esquecesse o Lula.
    Ele disse essa frase num tom melancólico, reconhecendo a merda que fizeram.

  5. Gilmar Mentes é um caso a ser

    Gilmar Mentes é um caso a ser estudado. Sua cara de pau sempre me deixa de queixo caído. Esse mesmo senhor que critica a intervençaõ do judiciário na esfera política foi o que tomou a decisão de impedir Lula de tomar posse na casa civil. Esse tiro fez duas vítimas = ali na prática acabou a chance de Dilma terminar o governo (mesmo sendo uma espécie de Rainha da Inglaterra e Lula o seu primeiro-ministro ) e foi o tiro que anunciava a caçada humana que o petista foi vítima até ser preso. E sua mudança sobre a questão da segunda instância só mudou quando ele viu o risco de aliados serem prejudicados – nisso realmente ninguém pode acusar Gilmar Mentes de deixar os aliados feridos pelo caminho (esporte muito praticado por tucanos) 

     

     

  6. O Brasil segue para sua maior

    O Brasil segue para sua maior tragédia. Estávamos na porta de um novo tempo … retrocedemos 200 anos. Criamos uma realeza togada e intocável, tão criminosa quanto o PCC.

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