Investigação contra Temer paralisada desde 2013 é retomada no TCU

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Fotos Públicas/Romério Cunha
 
Jornal GGN – Michel Temer será investigado por ter solicitado 5% de propina sobre o valor de um contrato de US$ 825 milhões, em 2009. A informação foi confirmada recentemente pelo ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Márcio Faria, narrando o encontro que teve com Temer e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas desde 2013 que o acordo com a empreiteira está paralisado no Tribunal de Contas da União (TCU), e somente agora passa a ser investigado.
 
Trata-se de um contrato conseguido pela Odebrecht com a Petrobras, no ano de 2009, para a prestação de serviços de segurança e meio ambiente no exterior. O TCU já trazia o caso em sua pauta de investigação, há quatro anos.
 
A justificativa para o não andamento da análise é que a área do Tribunal responsável pela auditoria desse suposto tipo de caso estava “sobrecarregada” e com falta de pessoal. Agora, com todas as provas levantadas pela Odebrecht, o TCU retomou a investigação.
 
Além do próprio processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal de Contas verificará o montante exato supostamente recebido por Michel Temer e sua cúpula, naquele ano. Calcula-se, de acordo com a delação de Márcio Faria, que Temer e seu grupo político tenham recebido algo que ultrapassava os US$ 40 milhões.
 
https://www.youtube.com/watch?v=MtNtz_rbsMQ width:700 height:394
 
O contrato previa, ainda, a possibilidade de o resultado final da propina ser maior. A Odebrecht, “vencedora” da licitação, teria o prazo de três anos, que poderiam ser renovados por mais três anos, com a aquisição de de equipamentos de contingenciamento e combate a incêndio.
 
Em recente depoimento, noticiado amplamente, o delator Faria narrou que “para um contrato dessa magnitude”, seria preciso que ele próprio “abençoasse” o fechamento da negociata junto ao PMDB. “Num belo dia recebo um email do Rogério, me convocando para uma reunião que ele chamou de ‘cúpula do PMDB’. Eu não tinha a menor ideia”, disse.
 
Contou que a reunião ocorreu no dia 15 de julho de 2010, em um escritório político, e que o correio eletrônico foi enviado um ou dois dias antes. A cópia desse e-mail foi anexada aos autos do processo. “Chegando lá é que eu soube que se tratava do escritório político do senhor Michel Temer, à época candidato a vice-presidente da República na chapa com a Dilma”.
 
Entretanto, apesar dos indícios e avanços das investigação, o caso não transitará na Corte de maneira direta e simples. Isso porque o relator é Vital do Rêgo, ex-senador pelo PMDB da Paraíba, aliado de Michel Temer, e que também está na mira das investigações das delações da Odebrecht no STF.
 
Vital nega as acusações, diz estar à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos, e não se mostrou impedido de analisar agora o processo que envolve diretamente o mandatário peemedebista.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Esse canalha deve ser preso ,

    Esse canalha deve ser preso , devolver tudo que roubou e depois de cumprir a pena ser mandado de volta para o Líbano. Viver lá como pobre.

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