João Auler, o executivo da Lava Jato que pode esclarecer propinas ao PSDB e Aécio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Alberto Youssef disse na Lava Jato que José Janene, em 2002, foi cobrar propina da Camargo Corrêa, sem sucesso. João Auler, executivo da empresa, teria dito que o PSDB chegou primeiro. Auler poderia esclarecer a acusação de que Aécio teria influência em Furnas

Jornal GGN – Está sob custódia da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro de 2014, uma das figuras citadas na delação premiada do doleiro Alberto Youssef que implicou o PSDB e o senador Aécio Neves no suposto esquema de pagamento de propina montado em Furnas, ainda na década de 1990. Trata-se de João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração da Construções e Comércio Camargo Corrêa.

Segundo Youssef, João Auler foi seu principal contato na Camargo Corrêa durante alguns anos. Depois, foi substituído pelo vice-presidente da empresa, Eduardo Leite. Quem acompanhou as negociações feitas diretamente com o Auler, no final da gestão FHC, foi o ex-deputado federal José Janene, do PP, morto em 2010.

No pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para arquivar investigação contra Aécio na Lava Jato (petição 5283, em anexo), Youssef explica que Janene tinha influência sobre uma diretoria de Furnas, onde ocorria pagamento de vantagens indevidas por empresas que obtinham contratos com a estatal de energia mineira. Caso da Camargo Corrêa. O próprio Janene, muito próximo de Youssef, teria dito ao doleiro que dividia o balcão com o PSDB.

À época, o doleiro também ouviu de Janene e outras fontes que o então deputado mineiro Aécio era beneficiário do esquema, e a operadora do tucano seria a própria irmã. Youssef não soube prover mais detalhes, e a PGR entendeu que não havia indícios suficientes para sustentar um inquérito contra o senador e o PSDB. 

Em reunião com deputados mineiros que insistem na abertura de investigação sobre o caso Furnas, Janot também teria dito, segundo Padre João (PT), que o falecimento de Janene era outro obstáculo à averiguação da denúncia contra os tucanos. A PGR, ao que tudo indica, desconsiderou ouvir outros nomes citados pelo doleiro na Lava Jato. João Auler, por exemplo.

Segundo Youssef, em 2002, Janene decidiu cobrar da Camargo Corrêa cerca de R$ 4 milhões em propina destinados ao PP. O doleiro acompanhou o momento em que João Auler (grafado de maneira errada na petição) teriam informado a ambos que um agente do PSDB teria retirado o montante primeiro.

 

 

Segundo as investigações da Lava Jato, o elo entre Youssef e a Camargo Corrêa era o sócio do doleiro, João Procópio de Almeida Prado, concunhado de João Auler. Ele apareceu na mídia após a Polícia Federal apreender uma lista de sua autoria que indica que Youssef também fez negócios com empresas que atuam em obras do setor elétrico. Mas sem destaque para Furnas, embora Youssef tenha dito que operou o esquema para empresários ao menos entre 1994 e 2001.

A defesa de João Auler, na tentativa de revogar sua prisão preventiva, usou trechos das delações de Augusto Mendonça Neto (Toyo) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) para sustentar que ele teria atuado no cartel apenas até 2006.

Apesar de ter condições de ratificar ou desmentir o que Youssef disse sobre Aécio, João Auler, que tem 40 anos de Camargo Corrêa, foi orientado pela defesa a falar muito pouco ou quase nada do que sabe na Lava Jato. 

Em fevereiro, Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa e o vice Eduardo Leite assinaram acordo de delação premiada com as autoridades da Lava Jato. João Auler resiste. Seus advogados esperam levantar provas robustas de que a acusação contra o empresário – e a própria Operação Lava Jato – tem tantos pontos frágeis que acabará sendo anulada.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. “executivo da empresa, teria dito que o PSDB chegou primeiro.”

    no caso foi uma contribuição filantrópica.

    A seguinte para o PT foi corrupção na veia.

  2. PGR

    Pelo modo como as coisas caminham, esse PGR já está no papo (dos tucanos). Assim como foi feito no Mensalão , com o Gurgel e o Joaquim Barbosa. Dinheiro é o que não falta aos Tucanos e etc. Vejamos o Teori…..

  3. Mais sobre o pai do Aécio.

    PCO: Apoiador da ditadura, pai de Aécio recebeu dinheiro da CIA

    publicado em 14 de outubro de 2014 às 11:57

    Captura de Tela 2014-10-14 às 11.56.56

    07 de abril de 2014 12:56 AM

    Tal pai, tal filho?

    Pai de Aécio Neves recebeu dinheiro da CIA para apoiar golpe de 1964

    do site do Partido da Causa Operária, sugerido pelo Fernando Andrade, no Facebook

    No dia dos 50 anos do golpe militar, o presidenciável tucano, Aécio Neves, participou de um evento com uma série de empresários em São Paulo. Muitos deles, inclusive, ajudaram a financiar o golpe de 1964. O que muitos não sabem, no entanto, é que a ligação entre a família do atual senador mineiro e os golpistas é antiga.

    Além de ser neto de Tancredo Neves, por parte de mãe, o tucano também descende de outra oligarquia política mineira por parte de pai. Tristão Ferreira da Cunha, seu avô, foi deputado pelo PR de 1946 até 1963 e apoiou o golpe de 1964. Seu pai, Aécio Ferreira da Cunha, por sua vez, também apoiou o regime militar sendo deputado pela ARENA, PDS e PFL em um período que vai de 1962 a 1986.

    Após o golpe seu avô assumiu a presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

    Antes do golpe, o pai de Aécio Neves se beneficiou do dinheiro daqueles que, anos mais tarde, assumiriam o poder. Nas eleições de 1962, ele foi financiado por empresas norte-americanas. O financiamento ocorreu por meio do IBAD, uma OnG ligada a CIA (Agência de Espionagem dos EUA).

    Aécio Cunha aparece em uma lista de 111 deputados que tiveram suas campanhas financiadas pelo órgão de inteligência do imperialismo. O caso deu origem a uma CPI na época. Além de Cunha, estavam na lista direitistas como Plínio Salgado, Padre Godinho e Amaral Neto.

    Atualmente Aécio Neves promove uma campanha que, com a faixada de “combate a corrupção”, quer instalar uma CPI da Petrobras e, assim, aumentara a participação estrangeira na exploração do petróleo nacional. Neste caso, a história se repete e a família volta a ser porta-voz dos interesses imperialistas no País.

     

  4. O DIREITO INALIENÁVEL DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA

    Já repararam que a figura impoluta do JUIZ está indo para o brejo, com toda a algazarra de figurões judiciários? Repararam que alguns artigos nos jornais tanto de direita, quanto de esquerda, banalizam ações do judiciário, como inspiradas por ASPIRAÇÕES POLÍTICAS ECONOMICO FINANCEIRAS?

    Será que chegaremos ao cúmulo de ver a REPÚBLICA DO PARANÁ, fascista por natureza, comparsa do PSDBicha, e do senador botox de londrina, tomarem o poder, e mandarem para o brejo das catacumbas o direito inalienável de que TODO CIDADÃO É INOCENTE, ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO?

    Segundo aspiração do togado mouro, É MELHOR PRENDER ANTES, e obter “confissão” depois.

    MESMO QUE O PRESO SEJA INOCENTE, COMO É O CASO DA CUNHADA, E DO PRÓPRIO VACCARI.

  5. O Janot já tem material

    O Janot já tem material suficiente para processar Aócio. Nem precisa desse cabra falar nada. E mesmo que ele fale o Janot não vai processar. Mesmo se aparecer um vídeo do Aócio recebendo a propina. Mesmo se o Aócio confessar. Janot fica de piriri só de ler uma coisa dessas aqui no GGN.

  6. VENDE-PÁTRIA

    Disseram que FICARAM SURPRESOS de encontrar na lista do IBADE que mostras os POLÍTICOS BRASILEIROS que em 1962 VENDERAM o BRASIL aos EUA o nome de MARIO COVAS, consta também o nome de EMIVAL CAIADO parente do RONALDO CAIADO além do pai do AÉCIOPORTO do TITIO o AÉCIO CUNHA.

     

    A meu ver SURPRESA NENHUMA o P$DB e o DEM aliados desde o primeiro governo de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, aliança essa que resultou na VENDA a PREÇO de BANANA a INICIATIVA PRIVADA  as nossas EMPRESAS ESTATAIS em troca de PROPINA como PROVA as 112 paginas de DOCUMENTOS OFICIAIS no livro a PRIVATARIA TUCANA.

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