Juan Arias: Não basta negar pena de morte, tem que afastar “tentações teocráticas”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Juan Arias assina artigo no El País, nesta terça (18), elogiando a atitude de Jair Bolsonaro, que negou publicamente a possibilidade de atravessar a Constituição Federal para discutir a pena de morte em seu governo, como já defendeu Eduardo Bolsonaro. Mas isso, segundo o colunista, não basta. O presidente eleito deveria colocar os filhos no devido lugar e para além de se comprometer com a Carta Magna, não “estimular as tentações teocráticas das Igrejas que o levaram ao poder.”

“Se é sincero, deve começar, entretanto, por continuar controlando as pretensões iconoclastas de seus filhos. Deve fazê-los entender que a partir de primeiro de janeiro o único presidente do país é ele”, anotou Arias.

Na visão do articulista, aprovar a pena de morte aproximaria o País de estados autoritários. “(…) se juntar aos que pretendem desenterrar a velha lei do Talião, do olho por olho e dente por dente, significaria um passo atrás nas relações internacionais que afetaria a própria economia. Uma economia hoje em crise e que condena, isso sim, à pobreza e até à miséria milhões de brasileiros, mais preocupados com sua própria sobrevivência do que com a pena capital.”

Arias ainda descreveu em seu artigo as passagens na Bíblia que avalizam a pena de morte e, mais do que isso, ameaçam minorias.

“Os que flertam para que o Brasil mude a Constituição e seja considerado um Estado “confessional” precisam saber que o Deus bíblico é amplamente favorável à pena de morte”, escreveu.

“Se o Brasil fosse governado pela Bíblia e não com a Constituição veríamos não poucas surpresas como o poder condenar à morte não só todos os assassinos como também os adúlteros, os homossexuais e os que ousaram aderir a outras religiões, considerados como idólatras.”

Leia a coluna de Arias no El País.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Ta chegando a hora

    “É a hora em que o sino toca… Desta hora, sim, tenho medo” — Drummond

    Nassif: ao longo da minha vida nunca vi um presidente tão despreparado para o cargo. Este, daBala, parece criança que ganhou um caramelo e não sabe que tem de tirar o celofane envolvente para saborear o doce. Por incrível que parece, ele se assemelha ao pai que é criação do filho. É ministro dizendo e ele desdizendo. São parentes e amigos (especialmente verdeoliva) dando pitacos indesejáveis. A própria cria querendo superar o criador. Isto sem falar dos “vangélicos”, na pessoa do ApóstoloMaldito e do Templão (e patota adjunta), ávidas por dizimozinhos. A bancada (bancada?) no Congresso mais parece cego em tiroteio, preparando-se para ascender ao grupo de AliBabá.

    Que Deus é brasileiro, disso nunca dividei.

    Mas tem gente dizendo que o TodoPoderos vai requerer asilo político na ONU. É que os milicos tão achando que Ele é Kummunista. E isto o daBalinha não perdoa…

  2. DO POVO, PELO POVO, PARA O POVO

    A Pena de Morte nos aproximaria de Países Autoritários? Mas são exatamente os Países Democráticos que mantém a Pena de Morte. EUA, Japão e a maioria dos países industrializados. Alguns deixaram esta pratica judicial somente quando chegaram a níveis de criminalidade baixissimos e civilizados. Mas principalmente por Vontade Expressa da Sociedade Civil. A Vontade Soberana do seu Povo. É a diferença entre a Verdadeira Democracia e este Estado Ditatorial Fascista Esquerdopata Brasileiro. Entendemos a política fascista de Voto Obrigtório em Urnas Eletrônicas. Apenas uma das nuances deste Autoritarismo travestido de Progressismo. 88 anos de Atraso Brasileiro. A Morte diária e corriqueira só não é Institucionalizada. Pobre país. 

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