Juiz do DF nega validar acordo de Mantega com MPF

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcelo Casal Jr./ ABr
 
Jornal GGN – Apesar de o Ministério Público Federal (MPF) ter interesse no acordo de informações do ex-ministro Guido Mantega, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, já mostrou que não quer. Além de negar homologar a colaboração, o juiz evita um impedimento à prisão de Mantega.
 
O acordo assinado com a Procuradoria da República no Distrito Federal não é delação premiada, mas um termo de compromisso, em que Mantega concordou em passar dados aos investigadores, em troca de o Ministério Público não pedir a sua prisão.
 
Outras medidas cautelares são possíveis dentro deste acordo denominado “termo de ciência e compromisso”, como o bloqueio de bens, por exemplo, e o oferecimento de uma denúncia contra o investigado.
 
Negociado com o procurador Ivan Marx, no mês de agosto, o acordo aguardava apenas a homologação da Justiça Federal de Brasília, sob o comando do juiz Ricardo Leite, o que até agora não foi feito. 
 
Por isso, a investigação relacionada ao BNDES está paralisada, uma vez que confirmações trazidas por Mantega, além de documentos e outros fatos de colaboração, não podem ser usadas enquanto não forem validadas pela Justiça. Por outro lado, o magistrado demonstra, dessa forma, que não quer barrar um possível pedido de prisão contra ele.
 
Entre os temas investigados relacionados ao ex-ministro são as supostas fraudes no BNDES, vinculado ao Ministério da Fazenda, pasta que esteve a cargo dele entre 2006 e 2015. A Operação Bullish, deflagrada em maio deste ano, foi uma repercussão destas apurações.
 
Investiga o favorecimento de empresas como a JBS, do grupo J&F, por aprovações de investimentos do BNDES. O grupo do frigorífico recebeu R$ 8,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento para se expandir.
 
Mantega chegou a ser preso em setembro do último ano, mas teve sua prisão revogada pelo juiz Sérgio Moro, após as apurações da 34ª fase da Operação Lava Jato, pela situação de saúde da esposa de Mantega, Eliane Berger, que faleceu na última semana.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. RICARDO LEITE É O JUIZELOTES QUE FECHOU O INSTITUTO LULA…

    RICARDO LEITE É O JUIZELOTES QUE FECHOU O INSTITUTO LULA…

    … e foi derrotado, na sua arbitrariedade, em um recurso contra essa decisão escrota. Alguma surpresa com essa nova decisão?

  2. E esses juizes ….

    Ainda querem que os consideramos autoridades ! Após tantos vezes se comportarem, não como juizes, mas como políticos partidários, sem nem ficarem vermelhos ! vermelho não pode !!!!.

    Digníssimos para quem ? pois colocam até o tucanato em péssima situação. “Quem não deve , não teme”. O Tucanato TEME o que ??

     

  3. Inocente só o Loures, o

    Inocente só o Loures, o coronel Lima e o Aécio. Estão livres sem delação. Pô, quando é que o Judiciário brasileiro vai providenciar uma lei para soltar o Gedel?

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