Juíza tem que justificar critica a Toffoli por chamar golpe militar de “movimento”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Enquanto a declaração polêmica do presidente do STF não foi alvo de medidas administrativas, a crítica de desembargadora foi considerada sim foi considerada manifestação “político-partidária”
 

Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, determinou que uma desembargadora preste esclarecimentos, dentro de 15 dias, sobre as críticas que fez às declarações do ministro Dias Toffoli, que chamou o golpe militar de 1964 de “movimento”. 
 
Durante uma palestra na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), no dia 1º de outubro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que preferia chamar o golpe como “movimento”: “Não foi um golpe, nem uma revolução. Me refiro a movimento de 1964”.
 
A polêmica declaração foi repercutida por todos os meios de comunicação e a desembargadora Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), criticou a manifestação de Toffoli: “chamar de movimento um golpe reconhecido historicamente é tripudiar sobre a história brasileira”, afirmou.
 
A crítica de Boujikian foi feita durante um evento em São Paulo, nesta segunda-feira (15), ressaltando que a fala de Toffoli “de algum modo é desrespeitar as nossas vítimas”. Também no evento, a magistrada afirmou que exemplos como este mostram que o Judiciário “está disfuncional em relação ao sistema democrático”, lamentou.
 
Mas se a declaração de Toffoli, que ignorou os fatos históricos e a tomada de poder em um golpe militar no país, não foi alvo de nenhuma medida administrativa, a da desembargadora foi. 
 
O corregedor nacional determinou “de ofício”, ou seja, quando a medida parte por iniciativa própria, que Kenarik Boujikian apresente esclarecimentos sobre as suas declarações, em um prazo de 15 dias.
 
A fala da desembargadora foi considerada, na visão de Humberto Martins, uma manifestação “político-partidária”. Em seu despacho, escreveu que a Constituição proíbe juízes de “dedicar-se à atividade político-partidária”.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

22 Comentários

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  1. Mais uns meses e o presidente

    Mais uns meses e o presidente do STF estará homegeando Brilhante Ustra, assim como o seu Führer…

    E ai de quem discordar.

  2. Deficiência de ensino
     

    Toffoli não fez madureza mas foi alfabetizado depois da “redentora”, nome pomposo que os militares davam ao golpe de 64,e a até o final dos anos 90 era ensinado nas escolas que a “revolução de 64” era para salvar o brasil “das mãos do comunismo”.

    Escolhido pelo pt na flor da idade, apenas por figurar com advogado sindicalista, sem formação confiável, foi ter com o supremo.

    É o “notável saber juridico” de que é detentor que o faz passar essa vergonha alheia e ter esse ataque de “estrelo do poder supremo”.

     

     

  3. A fala da desembargadora foi
    A fala da desembargadora foi considerada, na visão de Humberto Martins, uma manifestação “político-partidária”. Em seu despacho, escreveu que a Constituição proíbe juízes de “dedicar-se à atividade político-partidária”. Depois de Moro, da PGR, do MPF, da frase do Jucá “com o Supremo e TUDO”, só agora o corregedor lembra da constituição?! 

  4. Toffoli não é ninguém
    Poderia ter sido, se tivesse tido hombridade, característica perdida logo que se chega ao STF.
    O resto é alimentar o jogo de falácias contra o PT.
    E o juiz não poder ter diretriz politica é piada, desde Sérgio Moro.

  5. Com qual partido estaria a Kenarik envolvida?
    Onde esse cachorro viu atividade partidaria?
    Ja o $ergio Moro, que vazou de oficio uma delacao premiada sigilosa, nao envolvimento politico partdario, na visao desse cachorro.
    O Judicicu nao eh neutro.

  6. Acho engraçado como essa

    Acho engraçado como essa gente quer mudar a verdade por “decretos”. A verdade, como uma vez disse o jornalista Eduardo Guimarães, é uma “força da natureza”. Ela não pode ser impedida e contém um núcleo de energia próprio. É um polo de atração irresistível, em torno do qual se reúnem seres humanos progressistas.

    Podem mudar as palavras o quanto quiserem, que nada irá mudar os seguintes fatos: (1) 1964 foi um golpe; (2) 2016 foi um golpe, e (3) Lula está, neste momento, mantido ilegalmente numa cela em Curitiba, sequestrado pelo Estado brasileiro.

    Enquanto houver voz consciente neste país – e basta uma que seja – a força das verdades acima será uma torrente arrebatadora, e os senhores (juízes, governantes, homens públicos e muitos outros), que fizeram vistas grossas para os fatos acima, não terão como impedi-la. Podem fascistas latir, homens públicos agirem com cinismo, pode a Globo mentir, a verdade com toda a sua força prevalecerá.

  7. A régua com que medem os

    A régua com que medem os defensores  l da legalidade do Estado de Direito náo é a mesma com que medem os justiceiros fora-da-lei, do tipo Sérgio Loro… Nós já vimos este filme muitas outras vezes !

    No mais, os  togados já preparam a cancha para o poder verde-oliva que enfim vai nos redimir ..

    Na dúvida, melhor ser amigo do Rei….

    1. Simplificando….

      Do lado do golpe, matar uns tantos é um “pequeno contratempo”, um acidente, no maximo vale um “não faça mais isso, que é feio……”, ja pro lado de ca,  passar 5 minutos de tempo de estacionamento na zona azul é automaticamente crime hediondo…….. e assim “la nave(da justiça) va” para o fundo do mar…….. e o Brasil junto…..

  8. Vai ter coturno no pescoço desses merdas

    “Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre…” – George Orwell

     

    Como diz o fascistinha de bosta Carlos Bol$onaro, vai ter coturno no pesço desses merdas.

  9. Piada do dia
    …. Em seu despacho, escreveu que a Constituição proíbe juízes de “dedicar-se à atividade político-partidária”. Piada do dia!!! Hahahaha… iria rir mais, se não fosse trágico.

  10. Alemães relataram que durante

    Alemães relataram que durante o nazismo era quase impossível para as pessoas agirem contra o regime, havia uma espécie de “energia no ar”!

    Pelo que vimos a globo foi poderosa com seu anti-petismo e tudo que simbolizar o anti-PT ganha força!

    E o trágico que hoje, até democracia é confundida com atitude petista…

    A ditadura caminha para se tornar “Romântica” e se tornar apenas mais um estilo de linguagem!

    A justiça dá um tiro no pé ao não garantir o justo!

    É uma porta aberta, melhor – é uma avenida aberta para os desmandos contra a própria justiça que não terá moral para enfrentar os cães raivosos, quando eles arrombarem as portas de seus tribunais…

  11. O $érgio Moro pode dedicar-se à atividade político-partidária

    $érgio Moro não é juiz, é apenas um bandido togado. Portanto, ele pode, impunemente, dedicar-se à atividade político-partidiária.

  12. O $érgio Moro pode dedicar-se à atividade político-partidária

    O $érgio Moro não é juiz, ele é um bandido togado. Portanto, ele pode dedicar-se impunemente à atividade político-partidária. Nenhuma autoridade, seja mediante provocação ou de ofício, vai incomodá-lo.

  13. Basta juntar os livros de História do Brasil

    Debate acadêmico censurado é um péssimo sinal. Claro que foi Golpe Militar, porque quem assumiu o poder não foi alguém da Fiesp, da Igreja Católica, mas os militares. E ficaram quase 21 anos Ela deve também apresentar cópias dos atos institucionais, especialmente o 5, o livro Brasil Nunca Mais etc. Tem material farto. Até narrativas do governo da Metrópole, os EUA. Agora, por que o Ministro do STF pode falar sobre esse assunto, se também é juiz? A Constituição não se aplica a Ministros do STF, não são ambos juízes? Se ele fala do assunto, regido pela mesma Constituição, ela não está também autorizada? E ela não criticou a pessoa do Ministro, mas a ideia debatida e os efeitos óbvios da ideia então defendida. Que tempos mais estranhos.

  14. Basta juntar os livros de História do Brasil

    Debate acadêmico censurado é um péssimo sinal. Claro que foi Golpe Militar, porque quem assumiu o poder não foi alguém da Fiesp, da Igreja Católica, mas os militares. E ficaram quase 21 anos Ela deve também apresentar cópias dos atos institucionais, especialmente o 5, o livro Brasil Nunca Mais etc. Tem material farto. Até narrativas do governo da Metrópole, os EUA. Agora, por que o Ministro do STF pode falar sobre esse assunto, se também é juiz? A Constituição não se aplica a Ministros do STF, não são ambos juízes? Se ele fala do assunto, regido pela mesma Constituição, ela não está também autorizada? E ela não criticou a pessoa do Ministro, mas a ideia debatida e os efeitos óbvios da ideia então defendida. Que tempos mais estranhos.

  15. Não é a primeira vez…
    …que esta juiza é penalizada por causa de sua honrosa participação democratica.
    Esta sim, merecia a cadeira de presidenta do Supremo.

  16. Crítica da Desembargadora a Toffoli

    Não sou a favor de violência, mas Toffoli deveria ter levado uma chuva de sapatos. Acho que faltou memória sobre o episódio.

  17. O movimento de 64 foi um

    O movimento de 64 foi um GOLPE.

    Já o GOLPE de 64 foi uma ação entreguista, tal qual o de 2016.

    É o que sabem fazer, GOLPE e ENTREGUISMO.

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