Justiça de São Paulo impede novamente a aquisição da Embraer pela Boeing

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – A Justiça Federal de Sâo Paulo suspendeu, uma vez mais, o acordo para a entrega de 80% do controle da fabricante de aeronaves brasileira Embraer à norte-americana Boeing, por meio da joint venture. 
 
O juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo, despachou nesta quarta-feira (19), um dia antes do recesso judicial, determinando a suspensão do acordo, ao atender a um pedido de sindicatos de trabalhadores do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, e de outras regiões aonde a Embraer tem fábricas no Brasil.
 
O mesmo magistrado já havia concedido uma outra liminar com a mesma determinação, no início do mês, mas a medida havia sido derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo no última dia 10 de dezembro. Desta vez, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e outros sindicatos entraram com novo pedido de paralisação da medida, o que foi novamente acatado.
 
Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que vai recorrer contra a determinação da primeira instância de Sâo Paulo. Da mesma forma, a Embraer publicou que irá “tomar todas as medidas judiciais cabíveis para reverter a referida decisão e manterá seus acionistas e o mercado informados acerca de quaisquer desdobramentos relevantes”.
 
Além dos sindicatos, a Associação Brasileira de Investidores (Abradin) também havia questionado a medida, uma vez que a Embraer possui ações na Bolsa de valores e para esse tipo de transação é necessário fazer uma oferta pública de aquisição (OPA), o que não ocorreu até o momento.
 
Nesta mesma semana, a Embraer e a Boeing haviam anunciado que os termos da venda da produção de aviões comeriais da Embraer à Boeing iria alcançar US$ 4,2 bilhões para, em troca, a fabricante norte-americana deter 80% do controle sobre essa “nova empresa”, formando uma joint-venture.
 
Somente outros 20% desse controle ficará a cargo da Embraer, para ser consultada apenas em “alguns” temas estratégicos. Ainda, o anúncio de ambas as empresas indicou que a venda total desses 20% à norte-americana pode ocorrer a qualquer momento. 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Os paulistas não estão nem ai.

    Os paulistas deveriam tomar vegonha na cara e defender seu patrimônio tecnológico mais valioso. A Embraer. Apesar de ser um empresa brasileira, a Embraer nasceu da força do conhecimento e da persistência de muitos militares e engenhieros paulistas e se não bastasse, nasceu às margens da rodovia Dutra na cidade de São José dos Campos. Mais parece que os paulistas na sua grande maioria estão se lixando para suas riquezas,tradições e raízes. A maioria coxinha, prefere defender a tese de que tudo que é do estado ou parcialmente do estado não presta, é corrupto e cabide empregos do PT. Logo, vendam tudo. lamentável Os habitantes do Vale do Paraíba que será afetado brutalmente pela venda nem sabe o que significa a Enbraer para a sua economia e seu desenvolvimento tecnológico. Também lamentável.

  2. Lá tambem……

         O negócio tambem está motivando preocupações nos sindicalistas norte-americanos da Boeing, que ao contrario dos nossos, creem que seus empregos na planta original da Boeing ( Seattle – WA ) sejam em parte transferidos para o Brasil, tal como ocorreu com a recente “linha final de montagem” ( FAL ), dos Boeings 737 na China, inaugurada em 13/12 em uma joint – venture com a estatal chinesa COMAC

          Para maiores informações : Seattle Times do dia 17/12  www.seattletimes.com/business/boeing-aerospace/

          Quanto a ABRADIN , referindo-se a OPA, não passa de marolinha para um tag-alog.

  3. NÃO EXISTE FUSÃO ALGUMA

    É apenas eliminação. Inclusive da marca EMBRAER. Igualmente já tentaram fazer com Petrobrax. Lembram? E Vale, que era Vale do Rio Doce? As ligações das empresas com sua Origem são eliminadas, para restarem apenas marcas que podem ser associadas a qualquer rótulo estrangeiro. Mas lembremos 40 ANOS DE REDEMOCRACIA, entre Governos Progressistas e Socializantes. Mediocridade entre ‘Academicismos e Ilusões’ esquerdopatas, fantasiando isto como Teorias de Esquerda. Nossos AntiCapitalistas manterão suas Vidas Nababescas, “apenas” com Salários de Escravidão de 40 mil reais por mês?!! Iludidos !! Produzirão e manterão Inústrias Brasileiras? Como, sendo AntiCapitalistas e com uma história de vida combatendo o ‘vil metal’? Condenando Empresários Brasileiros, segundo os tais, Exploradores dos Trabalhadores? Já estão todos morando nos EUA ou Europa ( e até aqui pouco importa aquela estória de Potências Capitalistas e Colonialistas. Até Assessor de Gabinete dos Bolsonaro, mora em Portugal). Nossa Elite Político e Pública vivem no Brasil de terça a quinta ou a cada quinze ou 20 dias. Onde nossa Elite passará o Final do Ano? Diz aí Toffolli? E você Gilmar? Carmen Lúcia? Quem precisa de Empregos e Empresas, quando se tem a espetacular ‘ teta ‘ do Orçamento Público? Para que Capitalismo, não é mesmo?!! A Nossa Intelectualidade Tupiniquim é o fundo da latrina. Nem sendo desenhado, conseguimos entender. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação. ADEUS EMBRAER. 100% NACIONAL ATÉ 20 ANOS ATRÁS. UMA MULTINACIONAL ESTRANGEIRA A PARTIR DO ESFORÇO E TALENTO BRASILEIROS (Sempre sobrarão caixas para serem carregadas e parafusos para se apertar). 

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