‘Laranja’ do Panamá foi utilizado por político, pastor e empresário

Sugerido por Webster Franklin

Do Correio do Brasil

Político, pastor e empresário usam serviços de ‘laranja’ no Panamá

A movimentação de recursos financeiros entre empresários, pastores protestantes e políticos brasileiros, em território panamenho, passou a ser notícia no país após a divulgação, na terça-feira, em um dos noticiosos de maior audiência na TV brasileira, da transação que resultou na venda do Hotel St. Peter, em Brasília, a um grupo econômico abrigado pelas leis do Panamá, que garantem o sigilo da operação comercial. Este é o hotel onde, uma vez aprovado por um tribunal de Justiça, o ex-ministro José Dirceu cumprirá pena em regime semi aberto. Além do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e sua família, a Editora Abril, que edita a revista semanal de ultradireita Veja, também teriam usado os serviços do suposto ‘laranja’ José Eugenio Silva Ritter, na Cidade do Panamá.

“Embora não tenha conseguido estabelecer uma conexão direta entre Dirceu e a empresa no Panamá, uma vez que o contrato do St. Peter envolvia o empresário Paulo Abreu e o suposto laranja, o Jornal Nacional (JN, da Rede Globo) deixou no ar a insinuação de que o St. Peter talvez pertencesse ao próprio ex-ministro. Ou seja: Dirceu estaria sendo contratado por ele próprio, o que seria um argumento a mais para que a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal negasse a ele o direito ao regime de prisão semiaberto – ao qual, diga-se de passagem, foi condenado”, afirma o site de notícias Brasil 247.

A mesma página, na internet, também revelou, nesta quinta-feira, “que Jose Eugenio Silva Ritter atuou em outras transações importantes no Brasil. Uma delas, a compra de três operações da TVAvendidas pelo grupo Abril, que edita a revista Veja – a mesma cujo colunista mais notório, Reinaldo Azevedo, vinha usando o caso panamenho para pressionar juízes a negar a oferta de emprego a Dirceu”.

Ainda segundo o 247, “Jose Eugenio Silva Ritter já foi dono de duas empresas offshore que hoje pertencem à família do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. As empresas se chamam Conval Corporation e Vittenau Corporation. A primeira foi constituída em 12 de junho de 2008 e a segunda uma semana depois, em 19 de junho daquele ano – o mesmo em que Eduardo Paes se elegeu pela primeira vez para governar a cidade. Hoje elas pertencem a Valmar Souza Paes, pai do prefeito, Consuelo da Costa Paes, a mãe, e Letícia da Costa Paes, a irmã caçula”.

“Cada uma delas tem um capital social de US$ 4 millhões, ou seja, US$ 8 milhões, que, hoje, equivaleriam a cerca de R$ 20 milhões. Ambas foram constituídas pelo escritório Morgan y Morgan, um dos mais atuantes no Panamá, que, ao que tudo indica, tem farta clientela no Brasil. Informações trazidas ao 247 revelam que Jose Eugenio Silva Ritter é ou foi “dono” de mais de 1,5 mil empresas – a maioria delas no país”.

Grupo Abril e TVA

Conforme apurou o site, “o grupo Abril vendeu as operações da TVA em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba – três das principais praças comerciais do Brasil – para a Truston International Inc. Quem está por trás dos negócio, no entanto, é o Bispo RR Soares. Em agosto deste ano, a Anatel autorizou a venda de três operadoras de TVA para o cunhado de Edir Macedo, e que criou a Igreja Internacional da Graça de Deus, em 1980, depois de se desentender com seu mentor”.

“O pedido de anuência prévia para a venda desses canais foi aditado em 2012, porque os atores iniciais da compra – Raul Rothschild de Abreu e Cintia Rothschild de Abreu Alvarenga – também seriam quotistas de emissoras de radiodifusão e a nova lei proibiu a propriedade cruzada entre radiodifusores e operadores de telecom”, afirma o site.

E continua: “Esses primeiros compradores transferiram, então, os direitos de cessão sobre as outorgas de TVA para duas pessoas físicas, Lara Severino Vargas de Abreu e Igor de Abreu Demétrio Zarra, que ficam com 70% da empresa e a holding Compor Communication, que detém 30% restantes. A Compor é a mesma companhia que foi apontada, em rede nacional, na noite da terça-feira 3, no Jornal Nacional, como contratante do auxiliar José Eugenio Silva Ritter. Cidadão panamenho, ele seria o ‘laranja’ que se tornou proprietário do hotel St. Peter”.

Perseguição política

Na análise do jornalista Luiz Carlos Azenha, editor do site Viomundo, em artigo intitulado A lógica torta da Globo no caso de José Dirceu, “dezenas de milhares de presos brasileiros, que cumprem pena em regime semi-aberto, trabalham. Não é nenhum privilégio: está previsto na legislação. Assim como está prevista a remissão de pena, ou seja, a redução da pena em função dos dias trabalhados. Não há nada de excepcional nisso”.

“Pergunta básica sobre um preso hipotético: José da Silva é responsável pelas ações daquele que o emprega? Se a empresa que acolheu José da Silva for condenada por tráfico de drogas, se sonegar Imposto de Renda ou se for de propriedade de um laranja, José da Silva deve pagar também por isso?”, questiona.

“Resposta óbvia: não”.

E afirma: “Qualquer tentativa em sentido contrário significa punir por associação”.

Azenha reproduz a declaração de um dos advogados de Dirceu:

“A constituição societária do hotel St. Peter não diz respeito a meu cliente. Por que 400 pessoas podem trabalhar no hotel e o ex-ministro não? Esse hotel é antigo em Brasília, tradicional, mas para alguns parece que foi inaugurado ontem. Juntamos toda a documentação necessária para que meu cliente possa trabalhar e espero a decisão da Justiça’. O que o Jornal Nacional está tentando fazer é ‘punir’ um hotel que ofereceu um emprego a José Dirceu. É punir o preso por práticas supostamente ilícitas do hotel, o que é um absurdo jurídico”, afirmou.

Ainda segundo o jornalista, “ou isso, ou a Globo está tentando lançar no ar uma ilação: José Dirceu seria o dono oculto do hotel que pretende empregá-lo, através de um laranja num refúgio fiscal, o Panamá. Mas, aí, eu também posso fazer uma ilação: José Dirceu comprou parte da Abril, com o objetivo de calar Victor Civita. Sim, porque como revelou um sítio, a mesma empresa do ‘laranja’ envolvido com o hotel Saint Peter — que ofereceu emprego a José Dirceu — comprou parte da TVA, da Abril”.

“Já pensaram nisso? José Dirceu compra a Veja para torná-la uma publicação esquerdista!”, acrescenta.

E Azenha emenda: “Por falar em ironia, o blogueiro Mello desafiou a Globo a ir fundo não apenas no Panamá, mas também nas ilhas Virgens Britânicas, onde uma certa Globo Overseas comprou os direitos de transmissão das copas de 2002 e 2006 usando uma empresa de fachada. A palavra não é minha, é da Receita Federal. O que a Globo está tentando fazer no caso de Dirceu equivale ao Mello pedir que William Bonner seja punido por eventual sonegação fiscal dos empregadores dele, os irmãos Marinho!”.

“Hoje, a Globo mobilizou três pessoas para fazer valer sua tese de que o escândalo diz respeito ao preso José Dirceu: Álvaro Dias e “ministros” do Supremo Tribunal Federal. Nem Gilmar Mendes, nem Marco Aurélio Mello, ouvidos, foram assim tão enfáticos. Mello, aliás, lembrou que não falava como juiz do caso. Por motivos óbvios: a decisão de permitir ou não que José Dirceu trabalhe não tem relação alguma com o fato de o hotel pertencer a um laranja ou a marcianos”.

Na opinião do cronista político, “o que a Globo quer é vingança. É evitar que José Dirceu tenha os mesmos direitos de dezenas de milhares de outros presos que cumprem pena em regime semi aberto. Direito ao trabalho. À ressocialização. A Globo não quer que a lei seja cumprida. Ou quer que ela seja cumprida seletivamente. É isso o que se esconde por trás do ‘jornalismo’ do Ali Kamel.

 

Redação

18 Comentários

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  1. Nossa, quanta desonestidade

    Nossa, quanta desonestidade intelectual. A ilação feita nas reportagens, e diga-se, de forma bastante clara, é que mesmo preso e condenado José Dirceu teve a pachorra de pedir autorização para trabalhar em um hotel de um político que apoia o PT.

    Em segundo plano, há dúvidas a respeito de quem é o proprietário do hotel, o que cria ilações a respeito do próprio pedido. Não houve qualquer menção, mesmo indiretamente, de que ele seria proprietário do hotel.

    O que foi dito, é que o Panamenho que seria o ” dono do hotel” também foi utilizado no Equador em um esquema de corrupção que envolve o Presidente e seu irmão. Assim, como o Lula costuma gravar videos apoiando o Presidente do Equador, a ilaçao ficou no sentido de que seria esse um esquema que envolve as esquerdas da America Latina ?

     

     

    1. Aonde voce acha que ele deva

      Aonde voce acha que ele deva trabalhar então,no instituto millenium?Ou voce acha que um preso não deve trabalhar?Ou então só por que voce não gosta do PT e lê veja acha que ele deveria ser condenado a pena de morte?Desonestidade intelectual é ler Veja e ser achar informado.

      1. Brasileiro, essa é a resposta

        Brasileiro, essa é a resposta que grande parte de brasileiros devem dar……a muitos coxinhas……………Veja, eu nem mencionei as outras respostas…..

  2. Será que alguém poderia me

    Será que alguém poderia me explicar por que um laranja da Truston, no Panamá, não pode ter um imóvel no Brasil e um laranja da Assas JB Corp, no Brasil, pode ter um imóvel em Miami?

  3. Além da LARANJA encontrada no

    Além da LARANJA encontrada no PANAMÁ, certamente encontrarão a “LIMEIRA” também. E, assim caminham os amigos. Foram “chafurdar” no “canal” e encontram seus próprios rabos. Pede-se uma explicação da OFF SHORE do Prefeito Eduardo Paes, um dos simbolos da Ética e dos Bons Costumes. O nome de empresa no exterior para fins de “acomodar” recursos sem origem explicita é OFF SHORE principalmente em “paraísos fiscais”. 

  4. A família do prefeito Eduardo

    A família do prefeito Eduardo Paes é dona de  OFF SHORE cujo capital é de vinte milhões.

    Será que seria inconveniente questionarmos a origem desse dinheiro?

  5. É preciso separar as coisas:

    É preciso separar as coisas: SIM, a Globo está sendo desonesta e hipócrita ao investigar os empregadores de Dirceu. Este não tem NADA a ver com crimes cometidos pelos seus empregadores. Esta perseguição aos donos do hotel St. Peter é um recado bem claro para que ninguém ouse empregar os “mensaleiros”, sob pena de ter seu negócio devassado.

    Por outro turno, já tinha alertado ao ridículo que alguns comentaristas deste blog passavam ao – só porque o Dirceu está envolvido – seguir a doutrina A. Araujiana e inocentemente sustentar que esta estratagema de usar laranjas para abrir empresas Off-Shore era um “pecado menor”. Se assim o for, que moral há para criticar a “Privataria Tucana”, ou a abertura de contas no exterior de pessoas ligadas ao “Trensalão”, ou criticar Maluf pelas Ilhas Jersey?

    Corre-se o risco aí de cometer o mesmo tipo de parcialidade que se critica largamente na grande mídia.

    1. Vc pode ter uma OFF-Shore em

      Vc pode ter uma OFF-Shore em qualquer lugar, basta declarar no seu IR e quando da abertura da conta apresentar cópia do seu IR nacional comprovando a existencia dos recursos que lá serão aprovisionados. Simples. O resto é especulação ou acobertamento de recursos ilicitos. Geralmente há um Diretor (nativo) que se declara dono e vc como é esperto o gerente dessa empresa. O “pecado maior” é a origem dos recursos. Até o ABADIA pode abrir uma Off Shore. Agora,que as Organizaçoes GLOBO está merecendo uma investigação internacional, está. 

  6. Às favas com a honestidade intelectual

    No ambiente que frequento a ilação foi imediata: “eles”, o PT, Zé Dirceu e CIA  estão trazendo o dinheiro que têm lá fora e pagam para eles mesmos. Os jornalistas da Globo, principalmente o Kamel sabem exatamente o que estão fazendo. Falar em honestidade intelectual, neste caso, soa até como ingenuidade.

                                                                                                                               Silvio L. Morais

  7. Deveriam nesse caso, requerer

    Deveriam nesse caso, requerer  ao  Dr. Joaquim , que decida, ou peça ao Procurador Geral uma análise sobre  juízo de valor das  empresas em questão, que lá fora são utilizadas  pra compra de Imóvel…………vai ser muito legal ver o vestal da Pátria decidir sobre isso…….kkkkkkkkkkkkkk

  8. LARANJAS EM PARAISOS FISCAIS

    A globo não é concessão pública? Então? A globo não tem processo na Receita Federal pelo mesmo motivo, o de lavar dinheiro para não pagamento de impostos no Brasil? Então?

    Nunca vi um pé de laranja dá melão!

    1. Varios CNPJ, Limpos e

      Varios CNPJ, Limpos e sujos…….S/A e Ltda….e genios especializados em sonegação e tributação, além é claro, doutores especialistas em crimes fazendários e outros especialistas………….

  9. advogados

    Para brasileiros: http://www.morimor.com ( Morgan & Morgan) ou http://www.mattapitti.com (Matta & Pitti ).

    US$ 50.000,00 em capital minimo, US$ 300,00 há US$ 5.000,00 de manutenção anual (depende do movimento), em até 5 dias uteis vc. terá uma empresa no Panamá,  nem precisa ir até lá.

    Até o Vaticano tem off-shores panamenhas (desde os anos 60), a falecida URSS tambem teve, a China utiliza-se de Macau/ Zonas Especiais, o Vietnã é o próximo paraiso fiscal; negociações com empresas off-shore não são questão ideológica, são meramente financeiras e tributárias.

    Esta frescura ongueira contra off-shores, vai e volta dos noticiarios,politicos populistas (espertos) de todo o mundo bradam contra a existência delas há decadas – então porque elas não acabaram, paises “sérios” não ás boicotam, chamam a ONU ?

    Por que precisam que elas continuem a existir, ou alguem conhece algum governo ” ético e transparente”, que não aceita investimentos diretos das I.Virgens Holandesas ( veem nos relatórios dos BCs como Holanda) ou do Panamá, Bahamas etc..

    Detalhe para os qua não conhecem o sistema: Capital social X Capital integralizado – O minimo como está acima, caso Panamá é de US$ 50.000,00 ( em dinheiro ou titulos, caucionados em Bancos ou uma carta de crédito contra um Banco de 1a linha), chamamos de “integralizado”. Capital social: Quanto vc. quiser colocar – 2 há 5 milhões de dolares, 10, 50, qualquer numero é valido – vc. só paga imposto no Panamá sobre as operações locais – e se a empresa é sua, quem dá o aceite deste capital social (avaliza) é vc. mesmo – pode-se colocar um terreno e escrever que ele vale o “capital social”.

  10. NÃO podemos ter laranjas do

    NÃO podemos ter laranjas do Panamá. Pronto.

    Mas… a Globo pode ter a laranjeira no Caribe, ela manda na justiça e não pede.

    E… a assas jb corp está no Caribe, e não num país mequetrefe igual ao Panamá, que é América Central, mas não é Caribe.

    Laranjas, lararanjeiras, limões e acerolas; só se for do Caribe, jamais do Panamá.

  11. Se Dirceu fosse dono do St.

    Se Dirceu fosse dono do St. Peter, não se hospedaria no Naoum, hotel de familiares do Cachoeira, com livre acesso a repórter (?) da Veja, também associada ao bicheiro.

  12. Coxinha recheada de que ?
    De

    Coxinha recheada de que ?

    De frango comprado com nota fiscal, ou de frango adquirido com caixa 2 de uma empresa do Panama ?

    È pacaba mesmo.

    Se todo mundo se utilizasse da lógica subversiva dos colegas, já estariamos de volta a ditadura.

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