Lava Jato ressuscita esquema de propina em portos com atuação de Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques/PT

Jornal GGN – A Lava Jato, com a delação da JBS envolvendo Michel Temer e figuras de sua confiança, como o deputado Rodrigo Rocha Loures, conseguiu ressuscitar um fantasma no passado do hoje presidente: um esquema de propina que beneficia, há décadas, concessionárias de portos.
 
Segundo informações da Folha, a Procuradoria Geral da República já estuda se vai pedir um novo inquérito contra o peemedebista por causa de um grampo no qual Temer e Loures aparecem conversando sobre um decreto que renovou, sem licitação, a concessão de empresas do setor de portos por 35 anos, prorrogáveis por mais 35.
 
Minutos após ter sido informado por Temer sobre o decreto, Loures ligou para Ricardo Conrado Mesquita, diretor da empresa Rodrimar. O executivo comemorou o decreto e disse que o governo seria “valorizado” pela medida.
 
A Lava Jato suspeita que Temer usou o cargo para favorecer a empresa, ou seja, praticou tráfico de influência, no mínimo.
 
Fator que implica ainda mais a situação de Temer é que sua relação com a Rodrimar não é de hoje. A empresa já foi citada em inquérito que apurava cobrança de propina de concessionárias no porto de Santos.
 
Temer era suspeito de ter recebido R$ 1,3 milhão em propina. As siglas de seu nome, “MT”, apareciam em uma planilha de pagamentos ilícitos apreendida pela Polícia Federal.
 
Em 2011, contudo, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, mandou excluir o nome de Temer do inquérito, alegando não existir provas suficientes contra o então vice de Dilma Rousseff.
 
Sobre o suposto favorecimento à Rodrimar, agora como presidente da República, Temer disse que não cometeu nenhuma irregularidade pois o decreto era assunto “público”.
 
O peemedebista já é investigado na Lava Jato por ter conversado com Joesley Batista, da JBS, sobre planos para obstruir a Justiça e possíveis pagamentos a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, para evitar que o ex-deputado e o operador do PMDB fizessem acordo de delação premiada.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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