Lava Jato se estende ao Panamá, com prisão de sócios da Mossack

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A conexão do escritório de advocacia e holding de origem panamenha Mossack Fonseca com a Operação Lava Jato avançou mais um passo nesta quinta-feira (09), quando dois dos fundadores foram presos, após o desdobramento das 107 offshores ligadas a empresas e políticos citados na investigação brasileira.
 
No último ano, os documentos da Mossack tornados públicos no vazamento que ficou conhecido como Panamá Papers, por todo o mundo, mostrou que mais de cem das empresas que possivelmente alimentavam irregularidades em paraísos fiscais, com a remessa de recursos ao exterior de forma ilegal ou a lavagem de montantes, guardavam relação com a Lava Jato.
 
Entre elas, 16 offshores apontavam conexões com a Odebrecht e os grupos econômicos Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer, do Grupo de Papel e Celulose Suzano, e Walter Faria, da Cervejaria Petrópolis. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assim como o ex-deputado federal João Lira, do PTB, foram alguns dos políticos também arrolados.
 
Agora, os investigadores do Panamá realizaram buscas e apreensões nos escritórios da Mossack Fonseca do Brasil. A Procuradoria do país acusa os sócios Jürgen Mossack e Ramón Fonseca Mora de lavagem de dinheiro e foram levados à capital panamenha, detidos na Direção de Investigação Judicial da Polícia.
 
A informação foi divulgada por um dos advogados da Mossack, Elías Solano. No Brasil, os investigadores querem identificar se a organização criminosa se dedicava a ocultar ativos de origens suspeitas, com o objetivo de omitir evidências de envolvidos em atividades ilícitas relacionadas à Lava Jato, disse a procuradora Kenia Porcell.
 
Antes da prisão de Ramón Fonseca, o empresário acusou o presidente do país, Juan Carlos Varela, de receber doações da Odebrecht. “Para mim, o presidente Varela – que caia um raio sobre a minha cabeça se eu estiver mentindo – disse que havia aceitado doações da Odebrecht, porque não podia brigar com todo mundo”, afirmou Fonseca.
 
Varela e o advogado da Mossack, Elias Solano, negam as irregularidades.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Agora, os investigadores do

    Agora, os investigadores do Panamá realizaram buscas e apreensões nos escritórios da Mossack Fonseca do Brasil. 

    Chegaram tarde. As provas já foram destruidas quando o moro vi que a Globo tava no rolo e resolveu/abafou o caso rapidinho

  2. Se Jesus Cristo tivesse sido

    Se Jesus Cristo tivesse sido crucificado no brasil, os pregos da cruz teriam sido superfaturados. Olha aí mais um motivo pro pessoal do “deixa disso” querer acabar com a lava jato. E o juiz faz o papel dele em cu ritiba: enquanto todas as investigações apontam para QMDB e QSDB, ele continua sua louca cavalgada contra Lula, que ele sabe que não tem nada a pagar à injustiça. Mas é seu papel nesse filme. Por certo que a Panamá Papers não interessará à cu ritiba, pois é um crime internacional, o que está fora da sua jurisdição.

  3. Se a memória não me falha,

    Se a memória não me falha, por aqui a Lava Jato prendeu alguns da Mossack, esbarraram no triplex de Paraty (o dos Marinhos) e os presos dessa “conceituada” empresa foram soltos sob promessa de não mais pecar. Estou enganada?

    1. Vamos mudar de assunto

      O Moro grampeou os dirigentes no Brasil desta impoluta empresa porque um deles dizia em uma ligação telefônica que estava “picotando papeis”, provavelmente destruindo provas. E começou sua performance investigativa, na esperança de encontrar alguma coisa para ferrar o Lula. Quando suas investidas esbarraram no Triplex ilegal dos Marinho em Parati, mandou soltar rapidinho os mossackistas. O mais hilário foram suas justificativas para a soltura: que eles tinham transformado sua conduta e não representavam perigo para as investigações. Não é uma gracinha?

  4. os marinhos tão todos na

    os marinhos tão todos na mossack…paulinha, joao roberto, lily…..só questao de tempo – por isso a pressa de tirar Dilma Vana(até domingo trabalharam….e não acharam nada – mas fizeram e tocarm o barco memso assim)

    mas ela voltará. em breve, eles estão aterrorizados pois omundo cada vez mais apoia dilma e fica perplexo com as ações dos meninos do MP e das 6 familias q vão na toada dos marinhos, frias e civitas….

    os bravos permanecem ao lado dos justos, aos canalhas  restam os covardes. o povo é a chave, abriremos os portões.

     

    BRASIL, reDILMA-se!

  5. Nao entendi o titulo:

    Desde quanto a Lava Jato se interessa pela Mossack-Fonseca?

    O título deveria ser: “Investigadores do Panamá investigam o que a Lava Jato não quis”

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