Mendonça responsabiliza Diretoria de Inteligência por dossiê antifascista

Em áudios, ministro admite que o relatório contra policiais de oposição ao governo havia sido produzido no dia 9 de junho, ou seja, em sua gestão na pasta

Foto: ABr

Jornal GGN – Áudios do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, durante uma audiência privada com parlamentares, no início deste mês, colocam em xeque o dossiê contra 579 policiais e professores de oposição ao governo. No encontro, Mendonça indicou que o relatório de inteligência não teria relação com o pedido de apuração do Ministério ocorrida durante a gestão de Sergio Moro.

O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que apesar de ter paralisado a apuração pelo Ministério da Justiça contra os policiais antifascistas, poderia ordenar a abertura de um inquérito, por parte da Polícia Federal, sobre crimes na gestão de Mendonça no governo, com a produção do relatório como uma ação coercitiva e de perseguição contra policiais de oposição ao governo.

No julgamento do último dia 20, o ministro Edson Fachin fez uma interpretação de que o dossiê antifascista teria relação com a gestão de Sérgio Moro no Ministério. Isso porque, segundo ele, a documentação encaminhada pelo Ministério mostrava que o relatório tinha início a partir de “pedido de busca” produzido no dia 24 de abril pela pasta, o que seria antes da posse de Mendonça.

Entretanto, segundo o colunista Rubens Valente, do Uol, que obteve os áudios de Mendonça na reunião com os congressistas no início do mês, o ministro afirmou que o relatório havia sido produzido no dia 9 de junho, ou seja, em sua gestão.

Ainda, elogiando a medida como uma “atuação proativa” da Diretoria de Inteligência da pasta, tirou a responsabilidade de si, apesar de mostrar seu aval.

No encontro, Mendonça afirmou que partiu desde as “manifestações de imprensa que geravam preocupação na área de segurança pública”. Dentro da pasta, o ministro narrou que questionou “o porquê da produção deste relatório” à diretoria.

“Alguns elementos que me foram trazidos: em primeiro lugar, algumas notícias de imprensa, em função já de manifestações que tinham ocorrido tanto em São Paulo como em Curitiba relativo ao grupo Antifas”, disse.

“Esse relatório de Inteligência, foi a primeira vez que eu me deparei. É uma atividade muito específica, muito técnica, que eu entendo, até por um princípio, que é o da segregação da informação, que não caberia a um dirigente, principalmente a um ministro de Estado, ficar perguntando ou querendo saber o que a atividade de inteligência está fazendo”, afirmou.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Vamos considerar uma canalhagem hipotética.
    Vamos super que um Canalha (inicial maiúscula para demonstrar que é o chefe) manda os auxiliares de Canalha cometerem um ato ilegal.
    Os auxiliares de Canalha fazem o serviço à altura do Canalha, ou seja, de baixo nível.
    Descoberto, o Canalha diz que não, depois diz que talvez mas não sabe, depois diz que talvez tenha e, por fim, depois tem mas não é como pintam.
    Aí, o Canalha toma um pito público e ele se escora na última desculpa: “Isso tem mas não sei quem foi que… mandei.”
    Na situação hipotética, quem é Canalha não se importa em jogar a culpa em outro e depois jogar ao mar. Acredito que, em situações mais, digamos, milicianas, até mandaria matar, quem sabe…

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