Ministro nega ouvir Yunes e Padilha em ação de cassação de Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Relator do processo no TSE, Herman Benjamin, disse que ação não pode servir para investigar “todo o setor político brasileiro”
 
 
Jornal GGN – O ministro relator da cassação de Michel Temer e da chapa com a então presidente Dilma Rousseff, Herman Benjamin, negou ouvir o ex-assessor e amigo de Temer, José Yunes, e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB). Ambos são alvos da Operação Lava Jato.
 
A defesa da ex-presidente Dilma pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ouvisse os depoimentos de Yunes e Padilha, sob a argumentação de que o atual ministro coordenou a campanha do PMDB, intermediando os repasses das disputas de 2014 do partido e possivelmente caixa dois.
 
Os advogados de Dilma queriam que Padilha e Yunes esclarecessem as acusações de negociarem e intermediares os pagamentos de caixa dois por empreiteiras, como a Odebrecht. “Diante de sua reconhecida amizade de 50 anos com Temer, a defesa de Dilma pediu ao relator que o convoque [Yunes’a esclarecer quando recebeu recursos, se foram via caixa 2 e se destinou o dinheiro à chapa Dilma-Temer”, disse em nota.
 
Entretanto, Herman Benjamin negou o pedido. “Não houve referência, no conjunto probatório até aqui produzido, de fatos concernentes à atuação de Eliseu Padilha ou José Yunes que tenham correlação direta com o objeto desta causa, isto é, o financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014”, publicou o ministro em sua decisão.
 
Para o ministro corregedor, a ação de cassação “não pode servir como um centro de investigação de ilícitos penais que, em tese, envolvam todo o setor político brasileiro”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. O rigoroso “água fora da bacia” amarelou?
    Esse camarada lá do TSE tem mais semelhanças com Antônio Anastasia do que supõe a va filosofia. Qualquer semelhança com a censura feita pelo Torquemada às incômodas perguntas do “usufrutuário” ao “MT” não é mera coincidência.

  2. Por isso e outras é que

    Por isso e outras é que quando necessito algo do setor público, qualquer repartição que seja, federal, estadual ou municipal, pago propina. Assim encontre quem possa facilitar os tramites.  Afinal, somos milhões de Cunhas!!!!!

  3. Esse judiciário golpista não vai dar em nada

    Vamos ter que ir no Jaburu e arrancar o Temer de lá! Se depender do judiciário pode esquecer esse fulanos vão ficar todos soltos.

  4. avisa lá, avisa lá………………………….avisa lá

    …avisa lá que eu vou

    segunda vez que negam direitos de defesa à Dilma

    e da primeira vez ela só queria tomar conhecimento

    não permitiram, e deu no que deu

     

  5. Ele está certo!

    Está muito claro, nas denúncias de propina paga ao PMDB, que o dinheiro se destinava à eleição da bancada cunhista. Portanto, não se destinava à campanha presidencial. Está certo o juiz. Ele julga a ação contra Dilma e ela não foi acusada de receber estes recursos.

    Acho erro botar esperança numa cassação que possa tirar o Temer por conta deste processo. Não deveríamos acusar Dilma de cometer crime apenas para derrubar Temer. Até porque sabemos que se o TSE condenar agora a chigana garante que nada aconteça até 1/1/19 e a ação caduque.

    Por tudo o que vi até agora, o TSE só pode rejeitar a acusação do PSDB. Porém, é dever do MPF, depois de ter tomado ciência das alegações que surgiram, abrir processo contra o PMDB e outros partidos que perpetraram a mutreta de eleição da bancada de 140 excrecências do chefe de putas Cunha.

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