Moro intima por vaquinha online ex-deputado que não pagou fiança

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Moro questiona tema eleitoral de Cândido Vaccarezza, investigado que não pagou fiança
 

O ex-deputado federal Cândido Vaccarezza – Foto:  Agência Câmara
 
Jornal GGN – O juiz federal Sérgio Moro decidiu intimar o ex-deputado Cândido Vaccarezza (Avante-SP) para esclarecer a suposta “vaquinha” online criada pelo político para arrecadar dinheiro para campanha ao cargo de deputado federal. 
 
Apesar de se tratar de um tema eleitoral, o juiz da Vara de primeira instância também pediu que o Ministério Público Federal (MPF), e não eleitoral, opine sobre o tipo de arrecadação do político, uma vez que ele deixou a prisão sem quitar a fiança de R$ 1,5 milhão imposta por Moro.
 
Ainda, para interferir na vaquinha eleitoral do réu, o juiz da Lava Jato de Curitiba usou como base uma matéria do Estadão, para informar como soube da arrecadação eleitoral. 
 
“Notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo revela que o investigado tem mantido intensa agenda política e que é pré-candidato. A aparente veracidade da notícia pode ser constatada no link http://www.apoiabr.com.br/Candidato/DetalheCandidato/candidovaccarezza”, disse Moro.
 
No despacho, o juiz insiste em sua competência para interferir sobre o tema, a priori eleitoral, uma vez que Cândido Vaccarezza ainda deve à Justiça. “Por decisão de 22 de agosto de 2017, foi revogada a prisão temporária de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza e fixadas medidas cautelares alternativas. Fixada fiança que até o momento não foi depositada, por afirmada insuficiência financeira”, recordou o magistrado.
 
“Tais informações podem ser relevantes para decidir a questão pendente. Assim, intimem-se Defesa e MPF para ciência e manifestação em três dias”, completou o juiz federal.
 
A informação sobre a vaquinha online foi divulgada na última sexta-feira (27) pelo Estadão, informando que o político estava arrecadando recursos para a sua pré-campanha a deputado federal por meio de um grupo no WhatsApp, denominado “Lista Vaquinha 1”.
 
“Já começou o período eleitoral, nós estamos agora na fase da pré-campanha. Você me conhece, eu fui deputado federal por dois mandatos, deputado estadual por dois mandatos e tenho a honra de ter contribuído com minha ação parlamentar para melhorar a qualidade de vida da população, para melhorar a qualidade do legislativo no Brasil”, introduzia a mensagem no aplicativo.
 
“Agora sou pré-candidato a deputado federal. Você me conhece, estou pedindo a sua contribuição, participe da vaquinha virtual”, concluía Vaccarezza, em vídeo no grupo do WhatsApp.
 
No site informado, o internauta poderia contribuir com os valores de R$ 30, R$ 50, R$ 100, R$ 300, R$ 500, R$ 700, R$ 950 e R$ 1,064 mil. Mas no fim de semana, após o juiz Sérgio Moro intimar a defesa de Vaccarezza, o nome do grupo foi alterado para “Um Projeto para o Brasil”. 
 
Preso em agosto do último ano na Operação Abate, a 44ª fase da Lava Jato, ele foi acusado por supostamente ter recebido US$ 500 mil de contratos da Petrobras, colocando “seu mandato eletivo à venda para intermediar contratos com a Petrobrás ou com outras entidades da Administração Pública direta ou indireta”, segundo a denúncia.
 
Ao soltá-lo, Moro estipulou a fiança de R$ 1,5 milhão, proibindo-o de exercício de cargo ou função pública na Administração Pública direta ou indireta, além de outras obrigações, como comparecer a todos os atos do processo e proibição de deixar o país e contato com outros investigados.
 
Leia o despacho do juiz da Lava Jato:
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. O tongo de goga só fez isto

    O tongo de goga só fez isto pra vender manchetão contra o Pt na mídia porca. Quando eu vou ver justiça pras falcatruas deste louco?

  2. Pelos poderes de Grayskull
     

    O poderoso moro também é juiz eleitoral?

    Editando para incluir admiração profunda.

    Como é que esse cabra, com tanta coisa pra fazer, ainda tem tempo pra ir atrás de fofoquinha de mídias sociais.

    Ele é um “felômeno”!

     

  3. sérgio moro, o garoto prodígio dos eua.

    ainda quero ver juiz parcial e partidário sendo investigado  e respondendo a processos por ilegalidades cometidas em sua vara.

    se não ver, é porque a bandidagem tomou conta de todo o judiciário e aí então, SALVE-SE QUEM PUDER, porque a coisa é muito pior do o fundo do poço lamacento e fétido que parece ser.

  4. o mouro é um jênio, rei do

    o mouro é um jênio, rei do tucanistão, se o cara não tem dinheiro pra pagar fiança el enão pode pedir esmola pra pagar campanha. a fiança primeiro, lógica coxonilda (lógica?). A campanha eleitoral deve satisfaçao para o TRE mas o mouro pode tudo, até tirar foto com fenômenos do tucanato, dóriana fake, temeroso, aébrio, mirian urubóloga, etc etc etc

     

     

  5. A vaquinha é uma prova da insuficiência econômico-financeira

    Se a fiança não foi depositada até agora por insuficiência financeira do Vacarezza, vaquinha eleitoral significa que ele, Vacarezza, continua sem condição financeira, e não o contrário.

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