MPE ressuscita inquérito contra Chalita

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Atualizada às 14h30

Apuração ocorre a partir de reforma do dúplex do secretário de Educação. Ela teria sido paga por empresa que contratou com o Estado

Jornal GGN – O secretário de Educação da cidade de São Paulo Gabriel Chalita (PMDB) é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de peculato, fraude a licitação, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, e corrupção ativa e passiva da época em que ele comandava a Secretaria de Educação do Estado, entre 2002 e 2006, passando pelos governo Geraldo Alckmin (PSDB) e Cláudio Lembo (então no DEM).

Segundo informações do Estadão, a investigação envolve a reforma da cobertura dúplex que Chalita comprou há 10 anos, em um bairro nobre de São Paulo. Em 2005, o imóvel custava mais de R$ 4 milhões. Chalita teria feito uso de funcionário da Secretaria de Educação do Estado para acompanhar a reforma, que levou um ano para ser concluída, ao custo de US$ 600 mil.

Leia mais: As denúncias e o caso Gabriel Chalita

“Se houvesse alguma irregularidade contra mim, o Serra teria mostrado”, diz Chalita

O MPE apura se o pagamento “dos serviços de automação e instalação do home theater” teria sido feito a uma “empresa de áudio e vídeo, que cobrou US$ 79.723”, por intermédio do empresário Chaim Zaher, que teria usado “contas abertas em nome de empresas off shore”.

“Zaher é dono do Grupo SEB – antigo COC –, que engloba várias editoras que firmaram contratos com a Secretaria Estadual da Educação e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), também do governo estadual”, escreveu o Estadão.

Essa mesma denúncia foi feita em 2013, quando Chalita preparava-se para assumir um Ministério no governo federal. Na época, o principal assessor de José Serra, Walter Feldman – foi acusado de propor suborno de R$ 500 mil para que um ex-dirigente da FDE (Fundação para Desenvolvimento da Educação do Estado) avalizasse as denúncias.

Todos os inquéritos abertos por conta da denúncia foram arquivados. Mas, àquela altura, inviabilizariam a futura candidatura de Chalita ao Senado.

Agora volta o mesmo tiroteio em um momento em que seu nome é cogitado para as próximas eleições municipais.

O jornal também publicou que “promotores criminais acreditam [hoje] ter indícios suficientes para apurar se Chalita recebeu vantagens irregulares de empresas contratadas pela Secretaria Estadual da Educação – empréstimos de helicópteros e jatos para viagens particulares, doações ilegais de equipamentos eletrônicos, fraude em licitação em troca de repasse de 25% do valor do contrato firmado e compra de livros para escolas estaduais sem o processo de licitação”, endossou o Estadão.

“A estimativa da investigação é de que Chalita teria recebido aproximadamente R$ 50 milhões no período em que esteve à frente da secretaria. Os documentos estão em fase de análise”, escreveu o portal Terra.

Chalita tentou recorrer ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal de Justiça de São Paulo para impedir as investigações. Porém, sofreu derrota nos dois casos. Como o secretário não concorreu a cargo público na última eleição, não tem foro privilegiado, e pode ser investigado pelos promotores do MPE.

Repercussão

Na manhã desta segunda-feira (15), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse que quem tem de desponder pelo período em que Chalita é investigado é o governador Geraldo Alckmin, e não o Paço municipal. “São fatos que não dizem respeito ao nosso governo. Os fatos narrados datam de mais de dez anos atrás”, afirmou. Segundo informações do Estadão, Haddad disse ainda que “mesmo quando uma denúncia é feita por um irresponsável, precisa ser apurada”. “As questões serão esclarecidas, até mesmo pela Secretaria Estadual da Educação, que certamente vai prestar os esclarecimentos a respeito”, acrescentou.

Já o governador Geraldo Alckmin, que escalou Chalita para a Secretaria da Educação, disse nesta segunda-feira que “temos absoluta confiança no Gabriel Chalita. Isso já foi investigado, mas que se investigue novamente. Não tem problema.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. A principal função do MPE paulista é

    depois de ajudar o MPF na destruição do PT, destruir a reputação das pessoas que poderiam fazer sombra aos planos brilhantes das lideranças do PSDB paulista, çerra, alkimin e outros sócios menores.

    Inventaram até o cartel de uma empresa só.

  2. Cadê o trensalão ? O gato comeu!

    Não sei nada sobre o Chalita, se fez o que o acusam ou esta sendo perseguido porque é secretario do Haddad. Mas sei que tem um trensalão na sala do MP/SP esperando que algum procurador tenha a decência, ética e moral e investigue com seriedade.

  3. ue existe Mpe em sumpaolo, na

    ue existe Mpe em sumpaolo, na epoca do trensalao onde estava o mpe de sp, é o jeito tucano de governar e se eternizar no poder, acusando outros e se blindando a si mesmos

  4. MPE de Sampa? Uma

    MPE de Sampa? Uma investigação de 2002 que só deu em acusação agora? Sei… O tiro é no Chalita mas o que querem mesmo é que a bala faça uma curva e acerte no Haddad.

  5. Capitalismo à brasileira (*)

    Capitalismo à brasileira (*)

    Em 1974, se alguém perguntasse em Araçatuba (SP) qual era a atividade do Chaim Zaher, a resposta seria imediata: picareta. Se o mesmo fosse perguntado ao André Araújo, por exemplo, a resposta seria ainda mais devastadora: um pé-rapado.

    Chaim era então proprietário de uma microempresa chamada Higitel, do “promissor” ramo da “higienização de telefones contra germes e bactérias”. A Higitel fazia um contrato com as empresas para higienização dos telefones. Semanalmente chegavam várias meninas com imensas sacolas cheias de produtos de higienização, desmontavam o aparelho e borrifavam um produto cujo cheiro se assemelhava em muito aos insuportáveis desodorantes de carros, e deixavam os telefones da Halles Financeira, onde trabalhava, imprestáveis por 3 dias, pois o mau cheiro do perfume passava para o seu rosto, um horror. Cada vez que o “batalhão higienizador” chegava, o Chaim Zaher era amaldiçoado.

    De higienizador de telefones para o megaempresário da Educação foi um pulo. Iniciou, salvo engano, com um cursinho, pulou para o Anglo, daí o complexo COC, onde meus filhos estudaram o primeiro e o segundo grau, nos anos 90. Nessa altura,  o higienizador de telefones já se deslocava de Ribeirão Preto, para onde se mudou, para Araçatuba, de jatinho próprio, para deixar bem claro para os nativos que havia vencido na vida. Fui em uma formatura, Chaim fez um discurso emocionado, lembrando suas origens, etc e tal.

    Poderia ser uma história de sucesso. Poderia, não fosse a interessante teoria – na qual acredito piamente – que o Rogério Maestri tem a respeito da construção de grandes fortunas, a de que por trás de cada uma delas há crime. A parceria com o Chalita caminha por essa tese.

    (*) pendurado no Estado. 

    1. Não tem bonzinho.

      Halles Financeira?

      Grupo Halles?

      http://www.capitalaberto.com.br/temas/intervencao-traumatica/#.VX8M11IYG6M

       

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      http://www.capitalaberto.com.br/temas/intervencao-traumatica/#.VX8M11IYG6M

      1. Perdi

        Achei que a primeira resposta seria do AA. Sim, isso mesmo, O conglomerado Banco Halles, cujo dono era o maior acionista privado do BB (Jabur, acho), foi a primeira instituição financeira asofrer intervenção do Banco Central, precisamente dia 16 de abril de 1974. O Banco Halles, lastreado pelos financiamentos de veículos concedidos pela Halles Financeira, emitia Letras de Cãmbio, cujos recursos eram o funding de operações de crédito. Acontece que o Banco Halles começou a emitir Letras de Câmbio “frias”, que não possuiam lastro. Entre outras irregularidades.  

        1. O Banco Halles cresceu com a

          O Banco Halles cresceu com a fusão com o Banco Andrade Arnaud, então um dos maiores do Rio. A quebra deu um prejuizo equivalente a US$1,2 bilhões e o Halles foi incorporado ao BEG-Banco do Estado da Guanabara.

          Nunca soube que o João Jabour fosse acionistas do Halles, ele era sim um dos maiores do Banco do Brasil, ele e o Camilo Ansarah, da Cia.Nacional de Tecidos.

    2. Um pulo ?
      Se fosse fácil

      Um pulo ?

      Se fosse fácil assim todos seriam donos de grandes empresas, ora.

      Se fosse só ser picareta ou malandro todos estes seriam ricos e não é o que acontece. Apenas uma minoria de empresário “dá certo” digamos assim.

      Nâo é bem assim que a coisa funciona.

      Nâo conheço o Chaim ou sua índole, mas querer tirar todo o mérito do cara que era pobre e chegou a ter uma grande empresa de educação, inclusive empregando um monte de gente é muito forçado.

       

       

  6. Não sei se o Chalita é

    Não sei se o Chalita é culpado ou não do que o acusam, mas sei que as “otoridades” de São Paulo só o investigam porque não é do PSDB. Tucano não é culpado nem é investigado de nada ao sul do equador, principalmente, em São Paulo.

  7. Até quando vão fazer

    Até quando vão fazer politicagem no MP? 30 mil por mês e auxílio moradia de R$ 4.500,00 para agirem sem provas e sim por quizilas políticas.

  8. Uma década depois eles tem
    Uma década depois eles tem provas? Essa é boa. Quer dizer que na época eles não conseguiram encontrar nada, mas depois de passar muitos anos fica mais fácil investigar? Agora é que eu entendi porque o MP de SP ficou sentado em cima no pedido de investigação de políticos do PSDB no caso do trensalão. É que deixar para investigar depois de alguns anos, faz as provas ficarem mais sólidas. Por isto é que não acusam os tucanos. Vão esperar um milênio para terem provas mais sólidas.
    Infelizmente, o que estamos percebendo é que o MP de SP já era. Tá na mão do PSDB. Infelizmente SP se tornou uma máfia.

  9. O problema para o MP de São

    O problema para o MP de São Paulo não é o Chalita, ex-tucano.

     

    O real problema e  alvo do MP de são Paulo com essa investigação  exdruxula chama-se prefeito Fernando Haddad e a possiblidade de ser reeleito em 2016, fala-se com o Chalita de Vice na chapa.

     

    Sepulveda Pertence disse sobre o MP e seus poderes na Constituição Federal : Criei um monstro. 

    Já os governos tucanos de São Paulo podem dizer orgulhosamente: o MP  é nosso ” poodle de estimação “,  sempre a disposição para o servicinho político sujo. 

  10. Eleições 2016…

    Operação Detona-Chalita…

    Eliminando um adversário ou cooptando um aliado?

    Junte-se a nós ou queime no inferno, mais uma produção do MP (aparelhado) de SP.

    PS 1: a mesma chantagem via MP e Judiciário estão fazem com os “ilibados” Cunha e Renán para torpedear o governo.

    PS 2: Esqueceram dos outros partidos da Lava-Jato, só vai no PT? é isso?

    PS 3: Vaccari, de preventiva em preventiva, vai ficar mais tempo preso que Jefferson, Dantas, Arruda, Azereredo e Anatrasia somados…

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