MPF denuncia Trabuco e mais nove na Operação Zelotes

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O Ministério Público Federal denunciou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e outros nove, no âmbito da Operação Zelotes, que apurava o pagamento de propina a agentes do Estado para abater dívidas com a Receita Federal. Entre as empresas investigadas na Zelotes estão ainda a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, que teria tido ajuda do ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes; o banco Santander; as montadoras Ford e Mitsubishi; e as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle, entre outras.

Da Carta Capital

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, se tornou réu por corrupção no âmbito da Operação Zelotes, deflagrada em março de 2015 por Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda. A decisão foi tomada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, que aceitou a denúncia apresentada pelo MPF-DF contra Trabuco e outras nove pessoas.

O esquema de corrupção investigado funcionava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda no qual contribuintes podem contestar administrativamente – ou seja, sem passar pela Justiça – certas cobranças de impostos feitas pela Receita Federal.

Segundo as investigações, servidores do Carf recebiam propina de grandes empresas para fazer as dívidas desaparecerem. O esquema desbaratado pela Operação Zelotes subtraiu do Erário pelos menos 5,7 bilhões de reais, segundo a força-tarefa da investigação.

No caso do Bradesco, os executivos do banco são acusados de negociar com um grupo que comprava decisões no Carf. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, além de Trabuco se tornaram réus da ação penal Luiz Carlos Angelotti, diretor de Relação com Investidores do Bradesco; Domingos Figueiredo de Abreu, diretor vice-presidente; e Mário da Silveira Teixeira Júnior, ligado ao Conselho de Administração do banco.

Em nota enviada à TV Globo nesta quinta-feira 28, o Bradesco afirmou ter “convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus representantes”. De acordo com o banco, “em respeito ao rito processual, apresentará oportunamente seus argumentos ao Poder Judiciário”.

Em junho, quando Trabuco foi indiciado pela PF, o Bradesco afirmou que “não houve contratação dos serviços oferecido pelo grupo investigado” e que o presidente do banco “não participou de qualquer reunião com o grupo citado”.

Entre as empresas investigadas na Zelotes estão ainda a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, que teria tido ajuda do ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes; o banco Santander; as montadoras Ford e Mitsubishi; e as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle, entre outras.

Em fevereiro passado, uma nova fase da Zelotes bateu à porta da siderúrgica Gerdau, uma das maiores companhias do País, suspeita de ter subornado agentes públicos para livrar-se de 1,5 bilhão de reais em impostos. Em março, a Zelotes denunciou por corrupção ativa o banqueiro Joseph Yacoub Safra, o segundo homem mais rico do Brasil.

Por envolver empresários poderosos, a Zelotes jamais sensibilizou a mídia, e até mesmo no Judiciário enfrentou muitas dificuldades para avançar.

A operação chamou mais atenção da imprensa nacional quando passou a apurar, em paralelo, o envolvimento de um filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Gilberto Carvalho em um suposto esquema de venda de leis.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Ora, quer dizer que como o

    Ora, quer dizer que como o Trabuco foi cotado para ser ministro da Dilma, agora, vem o castigo. Mas, em relação a rbs e itaú, por exemplo, só quando houver outro dilúvio? Pois é, a justa tarda e falha. Aliás, como o caso da RBS envolve o douto “ministro-conselheiro” do tcu (apequenado), vê-se, não há o menor interesse… Haja paciência.

  2. MPF denuncia Trabuco e mais nove na Operação Zelotes

    Ao que parece o MPF, no caso, cumpriu sua missão, bem como o juiz natural do feito.

    Vamos aguardar e conferir o andamento dos inquéritos nas instâncias superiores, aliás onde uma vez disse, ao que consta, Daniel Dantas: meu problema são os juizes singulares, nas instâncias superiores tenho facilidades.

    Falou e comprovou com dois HC em 48 hs no STF.

    Como a roleta do STF tem recebido críticas a verificar como se comportará, se é que chega até lá. Pode haver percalços nas instâncias inferiores.

     

  3. O artigo tem um erro

    O artigo tem um erro conceitual. Não se trata de abater DIVIDAS com a Receita Federal, não há divida em processos em julgamento no CARF, extamente porque estão ainda em discussão. e o contribuinte contesta a autuação da Receita..

    Perdendo no CARF o contribuinte pode recorrer à Justiça e muitas vezes anula a autuação.

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