O tempo me deu razão, afirma Moro sobre coercitiva de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques

Jornal GGN – O juiz Sergio Moro usou a sentença de Lula no caso triplex para rebater as acusações de que tem praticado lawfare – uso dos meios jurídicos para promover perseguição política – contra o ex-presidente. E, para provar seu ponto de vista, lembrou da condução coercitiva de Lula, em março de 2016, e do apoio da militância quando o petista teve de depôr em Curitiba. Para Moro, nas duas ocasiões, os fãs de Lula colocaram em risco os agentes da Lava Jato.
 
“A condução coercitiva foi medida que estava justificada no contexto e o tempo lhe deu ainda mais razão”, disparou Moro.
 
Após a condução coercitiva, sob uma chuva de críticas, Moro alegou que mandou levarem Lula para depor à força, sem aviso prévio, no Aeroporto de Congonhas, por questão de segurança envolvendo o próprio ex-presidente.
 
Agora, mais de um ano depois do episódio e com a condenação de 9 anos e meio proferida, Moro diz que a decisão foi tomada para proteger os agentes que atuaram na operação de busca e apreensão, pois eles poderiam ter sido “surpreendidos” por deputados ou militantes que poderiam ter sido convocados pela assessoria de Lula.
 
“Não desconhece este Juízo as controvérsias jurídicas em torno da condução coercitiva, sem intimação prévia. Mas, no caso, a medida era necessária para evitar riscos aos agentes policiais que realizaram a condução e a busca e apreensão na mesma data.”
 
Moro afirmou que grampos “sugeriam que o ex-presidente e associados tomariam providência para turbar a diligência, o que poderia colocar em risco os agentes policiais e mesmo terceiros.”
 
“Observa-se, ademais, que o tempo mostrou que a medida era necessária, pois houve tumulto no Aeroporto de Congonhas, para onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para depoimento, decorrente da convocação de militantes políticos para o local a fim de pressionar as autoridades policiais. Isso restou evidenciado na referida data e ainda foi objeto de afirmação expressa no termo de depoimento por ele prestado na condução coercitiva.”
 
“A mesma convocação de militantes partidários ocorreu quando da realização do interrogatório judicial na presente ação penal, tendo havido a necessidade da adoção de mecanismos especiais de segurança para prevenir tumultos e conflitos.”
 
No final, Moro ainda disse que “ainda que se possa eventualmente discordar da medida, há de se convir que conduzir alguém, por algumas horas, para prestar depoimento, com a presença do advogado, resguardo absoluto à integridade física e ao direito ao silêncio, não é equivalente à prisão cautelar, nem transformou o ex-Presidente em um ‘preso político’. Nada equivalente a uma ‘guerra jurídica’.”
 

“Não desconhece este Juízo as controvérsias jurídicas em torno da condução coercitiva, sem intimação prévia. Mas, no caso, a medida era necessária para evitar riscos aos agentes policiais que realizaram a condução e a busca e apreensão na mesma data.”

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Estive fuçando na página da ONU do Comitê de Direitos Humanos pa

    Estive fuçando na página da ONU do Comitê de Direitos Humanos para ver se encontro alguma informação sobre a petição do Lula. Não encontrei nada, nas sessões agendadas (120, 121 e 122) não há indicação de que o caso do Lula será apreciado até abril de 2018.

    Seria interessante que o jornal GGN fizesse uma matéria sobre o assunto.

    Página com o agendamento das sessões do Comitê de Direitos Humanos da ONU:

    http://tbinternet.ohchr.org/_layouts/TreatyBodyExternal/SessionsList.aspx?Treaty=CCPR

    Página principal:

    http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/CCPR/Pages/CCPRIndex.aspx

  2. Se fosse comigo, depois de

    Se fosse comigo, depois de uma declaração arrogante dessas o “juíz” estaria servindo de comida para os peixes… E vocês?

  3. Esquisitices

    Foi levado para ser inquirido por algumas horas num aeroporto (um local adequado para prestar depoimentos, não?), onde, dizem, tinha até um avião para conduzí-lo a outro destino (de volta a São Bernardo?).

    E a rede globo e até o Bolsonaro ja estavam em Curitiba, aguardando o depoente. Receberam, então, uma informação errada?

    É. Certas coisas é melhor nem mencionar, sobretudo em sentenças.

    Mas, pouco importa essas, digamos, esquisitices.

    Se essa condenação estiver no roteiro (e tudo indica que está), ninguém vai ligar pra isso. Cumpre-se  o roteiro em qq instância.

    Tem sido assim com todas as demais questões previamente definidas pelo poder de fato.

  4. O Aécio, que pego com a boca na botija, ainda vai sair de vítima

    despertando simpatia do povo por ter sido injustiçado, um homem integro, pedindo dinheiro para pagar advogados. Qual o pobrema?

    Ninguém é obrigado a dar, pois não é um assalto, mas uma esmoliata.

    É ussi aí, esses vermes atacaram os pobres que acamparam em Curitiba, colocando em risco crianças, inválidos, velhos, enfim, todos os manifestantes pacíficos e ordeiros que foram impedidos de exercer livremente seus direitos de ir e vir, como se a cidade não fosse pública.

    Vai prá casa do chapéu, seu arrombado

  5. Figura cinica e sem noçao
    Figura cinica e sem noçao, se bem que ele sabe exatamente quem sao seus mandantes. Que falta faz por aqui o Paredon do Fidel…para justiçar esses déspotas que se apossaram das nossas Instituições….eles sāo muitos mas năo sabem voar, vejam:

    De Ulysses Ferraz.

    Esse é o golpe dos homens que queriam ser presidentes. Esse é o golpe dos homens que foram derrotados nas urnas. Esse é o golpe dos homens que não se conformaram em perder as eleições para um ex-metalúrgico. Esse é o golpe dos homens que não aceitaram a derrota para uma mulher. Esse é o golpe dos homens sérios que não levam as regras democráticas a sério. Esse é o golpe dos caciques do PSDB. Serra, Aécio, Alckimin. Esse é o golpe do homem que queria ser rei. FHC. Esse é o golpe dos traidores do PMDB. Esse é o golpe do vice-presidente que também queria ser presidente. Temer. Esse é o golpe dos congressistas da bala. Da bíblia. Do boi. Dos bancos. Da propriedade. Da família. Esse é o golpe dos lobistas infiltrados na política. Esse é o golpe dos fascistas. Esse é o golpe dos homens que pregam a tortura. Dos Bolsonaros. Esse é o golpe dos réus. Cunhas. Renans. Malufs. Esse é o golpe dos tecnocratas. Cristóvãos. Miros. Moreiras. Esse é o golpe dos homens que rasgam a constituição. Moros. Janots. Gilmares. Esse é o golpe dos moralistas sem moral. Esse é o golpe dos homens que comandam as grandes corporações. Dos barões da mídia. Dos soldados do capital financeiro-especulativo. Dos magnatas das armas. Dos monarcas do petróleo. Dos senhores da guerra. Dos soberanos do tráfico. Dos imperadores das finanças. Dos tiranos da indústria cultural. Dos magos da moeda virtual e eletrônica. Esse é golpe do velho jeito de fazer negócio dos velhos congressistas de negócios. O golpe dos eternos coronéis da política. Esse é o golpe do conservadorismo jurídico dos homens togados. Esse é o golpe dos homens da Fiesp, da Febraban e da OAB. O golpe da dominação masculina entranhada nas nossas instituições ainda patriarcais e retrógradas. Esse é o golpe dos homens que não suportam as minorias. Esse é o golpe dos homens homofóbicos. Esse é o golpe dos homens que odeiam o povo. E não suportam a diversidade. O multiculturalismo. A democracia. Esse é o golpe da mentalidade escravocrata e senhorial. Esse é o golpe dos bigodes pintados, das cabeleiras falsas, das gravatas encurtadas pairando sobre a deselegância indiscreta de suas barrigas. Esse é o golpe de homens que ostentam a cafajestice. Esse é o golpe do chauvinismo cínico. Da misoginia. Da plutocracia. Da antidemocracia. Esse é o golpe das mulheres que pensam como os piores homens. Esse é o golpe dos homens que representam o pior do homem.

  6. canalha

    Canalha.

    Escárnio: _ O tempo me deu razão.

    Já pode ir até aos patrões receber os seus trocados, e tomar um merecido banho de mar em miami bichi, a praia dos coxinhas pobres de espírito, ridículos e metidos a besta.

  7. A sentença é uma confissão de culpa do juiz.

    A sentença é uma confissão de culpa do juiz., que, sem noção  a escreve e a assina. Se houvesse  uma classe de juizes que mais do que defender a propia classe defendesse a justiça, ja estariam de há muito, criticando sentenças como esta. que diga-se de passagem não é  primeira.  Quem sabe o mundo gire , e no dia de amanhã, juizes, tão apegados a questões técnicas e objetivas, acordem deste sonho letárgico que levou a todos a se submeterem ao rábula de Curitiba.  Afinal sonhar não custa nada

    O que escreve Moro é uma auto-confissão de culpa.

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