Nova prática em inquérito contra Bolsonaro permite advogado questionar depoimentos

Essa participação de advogados nas perguntas aos investigados não ocorria na fase de investigação. Defesa de Moro questionou general Heleno

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Jornal GGN – A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República começaram a introduzir uma nova prática dentro dos inquéritos, com a possibilidade de advogados poderem interromper e fazer preguntas. A novidade foi verificada no inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro, sobre a interferência na PF.

O caso ainda não se tornou um processo em si, mas uma investigação, e portanto os depoimentos são coletados e ouvidos pelos investigadores – MPF e PF.

Essa participação de advogados nos questionamentos e perguntas aos investigados já ocorre quando o depoimento é perante ao juiz e o processo já tramita em formato de denúncia oficializada na Justiça. Entretanto, nessa fase de investigação, a prática não ocorria, conforme mostrou reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda (08).

A lei não determina especificações de como esse tipo de interferência dos advogados pode ou não ser feita durante a fase de audiências do inquérito, que é o caso da apuração contra o mandatário. E para advogados ouvidos pelo jornal, a medida é positiva, porque traz mais possibilidades de se explorar o depoimento e o caso.

Na investigação contra Jair Bolsonaro, há ainda um confronto de versões entre os investigados, entre aqueles que defendem que o mandatário não quis interferir na Polícia Federal e os que viram indícios de que sim.

Em um dos depoimentos, o do ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro, Augusto Heleno, que tratou de defender o mandatário, houve um questionamento do advogado de Sérgio Moro, que acusa Bolsonaro de cometer o crime.

A transcrição da audiência mostra a pergunta feita pela defesa de Moro: “Dada a palavra à defesa do ex-ministro Sergio Moro neste ato, foi perguntado se o delegado Alexandre Ramagem tem uma sala no Palácio do Planalto.”

O inquérito ainda tramita na esfera dos investigadores e competirá à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se entra ou não com uma denúncia contra Jair Bolsonaro.

 

Redação

1 Comentário

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  1. TVs cade a divulgação da verdade? “Moro” ex-juiz usado como laranja por uma quadrilha da direita descumpriu a CF/88 traindo os brasileiros condenou o ex-presidente (Lula) que graças a INTERCPT comprovou (Lula) 100% inocente. Clamamos por justiça cadeia já a “Moro”.

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