O que o Brasil poderia fazer com R$ 51 milhões que seriam de Geddel?

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Os 51 milhões de reais encontrados em um imóvel que seria usado pelo ex-ministro de Temer e um dos principais assessores do mandatário, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em bairro nobre de Salvador, como um “bunker” para guardar dinheiro vivo surpreenderam a todos pelas malas e caixas repletas de notas de 50 e 100 reais.
 
A Operação chamada “Tesouro Perdido”, desdobramento das investigações “Cui Bono” por fraudes envolvendo a Caixa Econômica Federal, levou um dia inteiro e sete contadoras de notas para chegar ao resultado dos R$ 51 milhões. 
 
Para entender quanto é realmente a quantia encontrada em malas e caixotes no apartamento e que seria de Geddel, reportagem do G1 fez uma série de comparações, que reproduzimos a seguir:
 
Este valor é equivalente a:
 
– 54 mil vezes o valor de um salário mínimo em vigor neste ano, de R$ 937;
– ¼ do que a União desembolsou neste ano para subsídios e financiamentos do Minha Casa Minha Vida;
– Estimativa do último prêmio da Mega-Sena, sorteado no sábado (2), porém ninguém acertou as dezenas sorteadas e levou a bolada.
 
E o que daria para fazer com 51 milhões?
 
– Pagar 1/6 da dívida da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) que está de portas fechadas por conta da crise financeira;
 
– Cobrir as despesas de 680 mil alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), levando em conta o custo do ano passado, de R$ 75 por aluno, que foi o exame mais caro da história;
 
– Pagar a vida escolar de 89 filhos, considerando que eles estudem em escola particular de elite, com mensalidade de R$ 2,5 mil, desde a infância até o ensino médio. E depois ainda sejam aprovados em faculdade privada, com o mesmo valor mensal, em um curso superior de 4 anos de duração;
 
– Custear o benefício do bolsa família de 600 mil pessoas de um mês, levando em conta o subsídio de valor mais baixo;
 
– Garantir a manutenção de um mês de 170 mil tornozeleiras eletrônicas, levando em conta um custo médio de R$ 300 de cada;
 
– Pagar o salário de 22.174 professores com formação de nível médio e atuação em escolas públicas por um mês, considerando o piso de R$ 2.300 definido pelo Ministério da Educação que não é cumprido por todos os estados;
 
– Adquirir 1.458 carros populares;
 
– Arcar com a despesa mensal de 21.250 presidiários, incluindo alimentação e manutenção, considerando um custo de R$ 2.400 como média nacional.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Eu seguiria o instinto do

    Eu seguiria o instinto do filosofo e pensador da humanidade,Socrates Platão Ayres de Brito:Uma pequinissima parte eu reservaria para comprar uma bunda nova,visto que,a minha veio rachada ao meio.Vocês haverão de convergir comigo,haja vista,que hoje em dia,é a parte mais vulneravel do corpo humano.

  2. Alguém já pensou na

    Alguém já pensou na possiblidade de aparecer um providencial ministro da nossa impoluta suprema corte para anular a operação da PF e devolver o dinheiro ao guardador da grana? Afinal é bom lembrar que esse mesmo cidadão está fora da prisão, mesmo sem tornozeleira, graças a nossos impolutos ministros da corte em tela.

  3. Se esse áudio e essa grana

    Se esse áudio e essa grana toda tivessem sido atribuídos a algum empresário ou conhecido de Lula, ele já teria sido, coercitivamente, levado para depor. Parece que nossa justiça é fraca quando o quer, e quando é forte, é injusta.

  4. Tenho quase certeza absoluta

    Tenho quase certeza absoluta qe este dinheiro foi desviado por este ladrão daquele montante que foi distribuído a deputados para votarem a favor do impeachment da Dilma.

    Certamente aquele golpe custou muito caro para os financiadores. O governo ladrão retribui através de perdão de dívidas, cancelamento de multas, projetos que beneficiam os financiadores como as privatizações a preço de banana por exemplo.

    Mas os deputados foram comprados com dinheiro vivo fornecido pelos financiadores. Dinheiro vivo não deixa rastro.

    Este ladrão apenas recomprou mais barato do que vendeu. Cobrou um valor dos financiadores do golpe e repassou a menos para os outros ladrões vendidos da câmara. Ficou com o troco que lavaria com o passar do tempo.

    Como ainda não foi preso, está confirmado o ditado popular que diz : “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

  5. E o que daria pra fazer com R$25bi?

    Foi este o valor da dívida perdoada pelo Carf ao Itaú, por imposto de renda e Contribuição Social pelo Lucro Líquido, devido pela fusão com o Unibanco. Quantas mariolas podemos comprar com este valor? Aliás, onde está o ex-relator e conselheiro do Carf, senhor João Carlos de Figueiredo Neto, preso e depois solto por pedir algumas mariolas para ajudar o banco?  

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