OAS fez repasse a empresa suspeita de pagar propina na gestão Serra

 
Jornal GGN – Ao menos R$ 4,8 milhões foram transferidos pelo consórcio liderado pela OAS na construção do Rodoanel Sul para contas da Legend Associados. O empresário Léo Pinheiro afirmou que a Legend foi utilizada para o pagamento de propina durante o governo José Serra (PSDB) no Estado de São Paulo. De acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato, as transferências foram feitas em 15 parcelas entre 2008 e 2010.
 
Segundo Pinheiro, o consórcio foi orientado a pagar propina de 0,75% do valor do contrato assinado com a Dersa, empresa de economia mista controlado pelo governo paulista. O valor final do contrato do lote 5, construído pelo consórcio da OAS, foi de R$ 602,9 milhões. 
 
Em nota, Serra disse que desconhece a denúncia e “tampouco ouvir falar da empresa citada, menos ainda de suposto pagamento irregular que teria sido acordado em 2006”. Em sua tentativa de delação, Léo Pinheiro disse que, durante a negociação do contrato, entre 2004 e 2006, integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) solicitaram propina equivalente a 5% do valor total da obra.

 
Leia mais abaixo:
 
Do O Globo
 
 
Segundo delator, foi paga propina durante o governo Serra, que diz desconhecer investigação da Lava-Jato
 
O consórcio liderado pela construtora OAS para cuidar do lote 5 do Rodoanel Sul em São Paulo transferiu pelo menos R$ 4,8 milhões para contas da Legend Associados, empresa que, segundo afirmou o empresário Léo Pinheiro, foi usada para pagar propina durante a gestão de José Serra (PSDB) no governo paulista. As transferências foram realizadas em 15 parcelas, entre setembro de 2008 e março de 2010, de acordo com relatório da força-tarefa da Lava-Jato obtido pelo GLOBO.
 
Em nota enviada por sua assessoria, Serra, atualmente ministro das Relações Exteriores, informou que “desconhece a denúncia, tampouco ouviu falar da empresa citada, menos ainda de suposto pagamento irregular que teria sido acordado em 2006, ano da licitação do Rodoanel Sul”. No texto, o ministro enfatizou que no ano anterior ao começo de seu mandato “foi iniciado o contrato e a obra em questão”, numa referência ao período em que o consórcio recebeu para montar canteiro de obras.

O contrato do Rodoanel foi fechado no governo anterior, de Geraldo Alckmin, também do PSDB, com valor previsto de R$ 511,7 milhões. Quando Serra assumiu, em 2007, o contrato foi reduzido em R$ 19,7 milhões. Dois anos depois, recebeu aditivo de R$ 110,9 milhões. Léo Pinheiro disse na tentativa de fechar acordo de delação premiada, em um anexo com o título “José Serra – Rodoanel”, que o pagamento de propina por meio da Legend ocorreu ao longo da execução do contrato.

Nas palavras de Pinheiro, o consórcio liderado pela OAS foi orientado a pagar propina de 0,75% do valor do contrato assinado com a Dersa, empresa de economia mista controlada pelo governo paulista. O valor final do contrato do lote 5 foi de R$ 602,9 milhões.

Se considerado o percentual citado por Pinheiro, o contrato deveria gerar propina de, pelo menos R$ 4,5 milhões, valor próximo do transferido pelo consórcio à Legend (R$ 4,8 milhões). A Legend é uma das empresas usadas pelo lobista Adir Assad, condenado da Lava-Jato, para ocultar propina. Construtoras assinavam contratos fictícios com empresas de Assad e recebiam os valores de volta, em dinheiro vivo, para pagar vantagens a agentes públicos, entre eles ex-diretores da Petrobras.

CUSTO TOTAL DA OBRA CHEGOU A R$ 5 BI

A construção do Rodoanel Sul foi pactuada por um valor total de R$ 2,5 bilhões. Se incluídos todos os gastos do empreendimento (como desapropriações e compensações ambientais), o valor final foi de R$ 5 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão foram pagos pelo governo federal — o que torna o Ministério Público Federal (MPF) e a Lava-Jato aptos a investigar o caso.

Léo Pinheiro relatou, na tentativa de delação, que durante a negociação do contrato, entre 2004 e 2006, integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) solicitaram propina equivalente a 5% do valor total, segundo a revista “Veja”.

Ele citou o secretário de transportes de Alckmin, Dario Rais Lopes, e o então diretor de Engenharia da secretaria, Mario Rodrigues Júnior, como responsáveis por acertar os valores. Segundo Pinheiro, após Serra assumir o governo, em 2007, e reduzir o valor do contrato, o percentual da propina foi reajustada para 0,75%.

Pinheiro não explicou se Rais Lopes e Rodrigues Júnior continuaram cumprindo o papel de emissários da propina ou se transferiram a função para outras pessoas. Apadrinhado por Gilberto Kassab (PSD), Lopes foi nomeado secretário de Transportes e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades. Foi citado na CPI do Cachoeira, em 2012, como padrinho de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-presidente da Dersa apontado como arrecadador informal de campanhas eleitorais do PSDB. Atualmente, Lopes aguarda decreto do presidente Michel Temer para ser efetivado no cargo de secretário Nacional de Aviação.

Ao deixar o governo paulista, Rodrigues Júnior foi indicado pelo PR para ocupar uma diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a presidência da Valec — estatal ligada aos Transportes.

Mendes Jr. e Carioca Engenharia, que integravam o consórcio com a OAS, não se manifestaram, assim como as defesas de Léo Pinheiro e Adir Assad. Lopes e Rodrigues Júnior afirmaram que não estavam no governo quando as obras começaram e que não comentam investigações.

 

Redação

13 Comentários

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  1. Serra não sabe de nada

    Conforme comentei antes, é claro que Serra vai dizer que não sabe da nada dessas coisas.

    Além dos motivos óbvios, Serra gasta todo seu tempo pensando e articulando jogos subterrâneos de poder, em conspirações, na destruição de inimigos políticos, em fazer contatos com seus colegas de conspiração (nos poderes constituídos, na plutocracia empresarial e financeira, e nas mídias), em atender à geopolítica dos EUA, em se defender dos fogos amigos que todos os conspiradores chamam para si, etc.

    Todos os pensamentos dele estão focados para o exercício das entranhas mais cavilosas do poder. Sendo assim, ele simplesmente não tem tempo para as rotinas e os assuntos do dia-a-dia de qualquer político ou gestor que se preze. Isso, para ele, deve ser um assunto de menor importância. 

    E os coleguinhas da mídia amiga farão sua necessária blindagem.

    1. “Serra vai dizer que não sabe

      “Serra vai dizer que não sabe da nada dessas coisas.”

      Claro, ele não sabe nem quais são os países do BRICS, nem o que é NSA, como é que ele vai saber desses detalhes?

      É só não beijar o porquinho na boca que você não pega gripe.

  2. Desconheço…

    O Serra desconhe a denuncia, desconhece a empresa, desconhece o pagamento irregular……

    deconhece a NSA….desconhece os Bracs, não eeeeee Brucs eeeee Brocs eeeee(baba escorrendo do canto da boca)

    E a Chevron voce conhece? Claaaaro que siiiim

    ExxonMobil? gente boooooa

    Shell? paaaaarça..

  3. Claro que tudo o que foi

    Claro que tudo o que foi relatado deve ser confirmado através de outras provas, que devem (ou deveriam) ser obtidas pela investigação.

    Mas chama a atenção que são mencionados valores, datas, número de parcelas, percentuais, os nomes dos envolvidos, as empresas que receberam a propina e uma série de outros detalhes. Fica bem evidente o contraste em relação a uma certa denúncia apresentada em Curitiba, alguns dias atrás. Só não sei se o MP vai ter a convicção necessária para seguir em frente.

    1. Meu Deus!

      Os caras tiveram coragem de sustentar TODA a denuncia numa fala do Delcídio de que a OAS DEVE (trata-se de uma suposição de Delcídio) ter pago vantagens ao Lula como “contraprestação pelo conjunto da obra”.

      Meu Deus! Me diga que não foi isso que se tornou o Brasil!

  4. Missa encomendada,digo

    Missa encomendada,digo eu.Quando o Globo faz alguma denuncia contra o debiloide do Padim Pade Serra,ja tem o enredo pronto.Essa como diversas outras nao darao em nada.Essa em especial,deve terminar dentro do ataude de Sergio Guerra.

  5. Mesmo assim, a convicção é de que foi o Lula…

    Liguem o modo ironia por favor.

    Tá vendo? O beneficiário do Rodoanel foi Lula, por que a via passa por São Bernardo do Campo. 

  6. como todo tucano é uma mentira ambulante…

    para a lava jato verdade não é prova

    truque é pagar a mídia para que uma mentira nunca soe contrária a outra

    pois o resultado seria a prova que possibilitaria pegar todos os tucanos paulistas

    coisa que não querem

    acredito que trato com tucanos foi o seguinte: tudo o que vocês precisam, precisa de vocês

  7. “Podemos tirar, se achar melhor.”

    Lendo o texto do jornal impresso da firma privada Globo, a gente nota a diferença de tom entre quando trata de José Serra e quando trata de Lula, Dilma ou qualquer pessoa do PT.

    Em lugar de carregar nos adjetivos e ilações para, no finalzinho publicar a versão do acusado numa quase nota de rodapé, a defesa de Serra vai no corpo do texto, como parte factual da “notícia”, e com direito até ao termo “enfatizou”!

    – “Nossa, se Serra enfatizou, é claro que não está mentindo… Que assertivo, hein?”

    E ai do jornalista que perguntar ao chefe se “assim está bom”.

    – “Cara, se você ainda não entendeu o ‘espírito’ da nossa redação, melhor procurar emprego em outro lugar.”

    ***

    Agora quanto ao teor… pô! É óbvio que a OAS, a Odebrecht, a Camargo Corrêa, a Andrade Gutierrez etc. pagam (pagavam?) propina em tudo o que fazem (faziam?) desde o golpe civil-militar de ’64 a absolutamente todos os governos que já houve. Além superfaturamentos (quem acredita em concorrência num capitalismo cartelizado e coronelista como o brasileiro?) tem as licitações fraudadas com a anuência de funcionários públicos em cargo eletivos do Executivo e de carreira (fiscais).

    Quantas vezes a Folha em priscas eras, quando ainda era um pouco honesta, publicou resultado de licitação codificado, disfarçado de anúncio de carro usado, antes dos envelopes serem abertos? Chegou até a registrar o anúncio em cartório, para que não dissessem que a publicação se deu depois de determinado o vencedor…

    Isso num tempo em que o PT ainda nem existia, hein?

    1. A verdade é  que tanto o

      A verdade é  que tanto o Serra como o PSDB estão no fundo do poço. E vejam que contan com todo o apoio da grande mídia brasileira. 

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