Operação Deja Vu mira propina de R$ 200 mi a operadores do MDB

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – A Operação Lava Jato deflagrou a 51ª fase nesta terça-feira (08), denominada Deja Vu, que investiga propina de R$ 200 milhões, resultando na prisão de três ex-executivos da Petrobras e três operadores financeiros, um deles ligado ao MDB.
 
A apuração aponta que a Odebrecht pagou propina equivalente a R$ 200 milhões entre os anos de 2010 e 2012 para obter o contrato de US$ 825 milhões com a Petrobras. Os investigadores afirmam ter provas de repasses de cerca de US$ 25 milhões a funcionários e a agentes que representavam políticos do PMDB.
 
Estes operadores do partido de Michel Temer teriam recebido mais US$ 31 milhões por meio de contas mantidas no exterior, atuando em seguida para repassar os montantes em moeda nacional, em espécie e no Brasil ao encarregado de receber a propina e distribuir aos políticos.
 
Foram cumpridos 23 mandados judiciais, quatro deles de prisão preventiva de Mario Ildeu de Miranda, Ulisses Sobral Calile, Aloísio Teles Ferreira Filho e Rodrigo Zambrotti Pinaud, as prisões temporárias de Sérgio Boccaleti e Ângelo Tadeu Lauria, além de outros 17 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
 
O objetivo da deflagração na manhã de hoje foi levantar provas de corrupção, associação criminosa, fraudes em contratos públicos, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. Á época, segundo informações da Polícia Federal, foram pagos US$ 56,5 milhões de propinas, o que equivale a R$ 200 milhões hoje.
 
O contrato de US$ 825 milhões obtido pela Odebrecth junto à Petrobras foi fechado em 2010, seguindo com os repasses ilícitos até 2012, segundo os investigadores. O setor de Operações Estruturadas da construtora teria esquematizado todo o esquema junto a operadores financeiros, doleiros e representantes de políticos do PMDB.
 
O contrato era referente a prestação de serviços de reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental, elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos em segurança, meio ambiente e saúde para a estatal em nove países, além do Brasil. Por isso, a operação de hoje pode ter repercussão em outros países.
 
Parte das provas reunidas foram obtidas por delação de executivos da Odebrecht e acordo de leniência da empreiteira, além da colaboração de investigadores da Suíça, com apurações internas da Petrobras.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. café pequeno

    E a respeito dos US$ 2 950 000 000,00 (3 bilhões) de dólares! pagos pelo governo Treme,( Petrobrás, Parente à frente) aos cotistas BRASILEIROS dos fundos sediados nos USA,

    até agora, nada? 

  2. Operação Deja Vu mira propina de R$ 200 mi a operadores do MDB

    Para!!! Para!!! Para!!!…US$ 56,5 milhões de propinas antes, que viraram R$ 200 milhões hoje. E os US$ 825 milhões é de antes ou de hoje? Não da mais!!!! Estamos em estado de Golpe! As instituições não tem credibilidade nenhuma!

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