Órgão do TJ-RJ deve retardar julgamento de Flávio Bolsonaro nas “rachadinhas”

A denúncia já enviada pelo Ministério Público do Rio contra Flávio Bolsonaro está há dois meses esperando uma resposta do Órgão Especial do TJ-RJ

Foto: Divulgação

Jornal GGN – Enquanto os promotores avançam sobre as acusações da rachadinha contra os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e também contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), a corte do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ainda não analisou e deve arrastar o caso.

A denúncia já enviada pelo Ministério Público do Rio contra Flávio Bolsonaro está há dois meses esperando uma resposta do Órgão Especial do TJ-RJ, que é composto por 25 desembargadores e atuam, em sua maioria, na área cívil e não penal. A expectativa é que o caso ainda deverá se prolongar este ano.

Isso porque, de acordo com levantamento feito por reportagem da Folha, a Corte leva em média mais de 9 meses para decidir se aceita ou não uma denúncia contra pessoas com foro especial.

Em uma delas, contra o ex-procurador-geral Cláudio Lopes, no caso envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral, o grupo levou 1 ano e 4 meses para somente aceitar a denúncia, ou seja, começar a tramitar. E a mais rápida, contra o procurador Elio Fischberg, em caso relacionado ao ex-deputado Eduardo Cunha, levou 6 meses.

No caso das rachadinhas que envolve Flávio Bolsonaro, o desembargador Milton Fernandes, relator, ainda nem notificou as defesas para se manifestarem sobre as acusações, que foram ingressadas pelo MP-RJ há mais de dois meses, no início de novembro.

Ainda relacionado ao mesmo caso, decisões de outras Cortes podem influenciar: o STF e o STJ precisam analisar o questionamento do foro especial dado ao senador e a legalidade das provas obtidas, ambos recursos ingressados pela defesa do filho do presidente.

Enquanto isso, na outra ponta, o MP-RJ deve avançar em outros braços da acusação de rachadinha contra Flávio, além de se estender para o irmão, Carlos Bolsonaro, também deverá aprofundar as investigações relacionadas à loja de chocolates do senador.

A franquia da Kopenhagen na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, teria sido usada por Flávio, enquanto era deputado na Assembleia Legislativa do Rio, para lavar dinheiro. Os montantes repassados na loja teriam servido para o esquema da rachadinha. Entre março de 2015 a dezembro de 2018, a loja de chocolates recebeu 1.512 depósitos em dinheiro, com valores repetitivos.

 

Redação

6 Comentários

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  1. No trecho “é composto por 25 desembargadores e atuam, em sua maioria, na área *cívil* e não penal.”, sugiro corrigir *cívil* (que não existe) para “cível”.

  2. E depois da hípótese levantada pelo Bozo em sua live de 5ª – no duplo sentido – em que aventa a possibilidade de um filho de magistrado carioca estar envolvido com tráfico internacional, segundo delação premiada para a polícia civil.
    O que o magistrado faria? Deixaria a apuração correr solta ou dava um jeito de dar uma esfriada enquanto tira o filho do Brasil até a poeira baixar? A hipótese/chantagem levantada pelo presidente é gravíssima. O DCM repercutiu.
    Depois disso os desembargadores, por espírito de porco, vão empurrar esse caso com a barriga o quanto puderem.

    Mas que Bozo tem trunfo contra juízes cariocas, não restou nenhuma dúvida, é só buscar a live de quinta última e ver. Para me mim não se trata de hipótese, mas de chantagem, de insinuação.

    1. Chantagem mesmo!
      Como Shakespeare registrou em “A Tempestade”: O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.”
      Diferente do dramaturgo que se referia ao planeta, limito ao Brasil atual.

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