Para “acompanhar Moro”, PF aprendeu a fazer em 6 meses trabalho que levaria 8 anos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Por conta da Lava Jato, a Polícia Federal desenvolveu um software que faz a força-tarefa trabalhar muito mais rápido, possibilitando “acompanhar o ritmo” do juiz federal Sergio Moro, segundo reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda (2). O jornal conta um episódio envolvendo decisão do magistrado que revela que, agora, os federais conseguem realizar em seis meses um trabalho de análise de fraudes na Petrobras que levaria oito anos.

Diz o texto da Folha que “em um dos processos da Lava Jato, o juiz Moro indeferiu o pedido de um réu para que fosse feita uma perícia para estimar superfaturamento em contratos da Petrobras. Segundo o juiz, a realização dessa perícia demoraria muito tempo e ela não mudaria o quadro de acusações.”

No caso triplex, a defesa de Lula pediu uma série de perícias para comprovar que o ex-presidente não recebeu vantagens indevidas da OAS. Entre elas, uma para analisar todos os contratos da Petrobras no período em que Lula esteve no poder. Moro negou, alegando que iria atrasar o julgamento e que esse tipo de produção de provas em nada alteraria as denúncias contra o petista.

A decisão de Moro no caso reportado pela Folha – o veículo não informou o processo nem de quando é o despacho – “foi encarado como um desafio pelos peritos. A PF então pediu ao juiz a quebra do sigilo fiscal de 36 consórcios de empresas que haviam contratado com a estatal de petróleo.”

E, então, criou-se um novo método de análise: “Em vez de analisar cada contrato individualmente, por meio de cotações dos preços dos materiais usados nas obras, os peritos resolveram focar dois grandes conjuntos de licitações: um com indícios de formação de cartel e outro no qual havia mostras de disputa efetiva. Em seguida, aplicaram métodos probabilísticos e estatísticos para identificar padrões de superfaturamento.”

Diz o jornal que “a confiabilidade dos resultados foi comprovada pela comparação com os dados obtidos em perícias feitas pelo método antigo” e que, “em seis meses na Lava Jato, foi feito um trabalho que levaria oito anos pela fórmula tradicional.”

A reportagem também fala da criação de um software pelas áreas de informática e engenharia da PF para acelerar a apuração de mais de 1,2 milhão de gigabytes em dados coletados em ações de busca e apreensão em servidores e computadores das empresas investigadas.

Quando a Lava Jato começou, em 2014, o setor de perícias da PF decidiu pedir ajuda a Luis Felipe da Cruz Nassif, um perito de 33 anos formado pelo Instituto Militar de Engenharia em 2005.

Ele desenvolveu um software batizado de IPED (Indexador e Processador de Evidências Digitais), que mostra “vantagens em relação a produtos similares no mercado” e que tem ferramentas específicas para a Lava Jato.

“Uma delas permite processar de forma simultânea dados retirados de até cem diferentes equipamentos, como laptops e celulares. Com essa inovação, é possível que todo o material obtido em uma fase inteira da Lava Jato esteja disponível para pesquisa após um dia, afirma Nassif.”

O perito também disse que, agora, é possível, durante apenas o final de semana, deixar o sistema trabalhando na inserção dos dados, em vez de ficar esperando a transferência feita de um HD por vez.

O programa foi compartilhado com as policias civis do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

30 Comentários

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  1. Mas, como todo software, tem

    Mas, como todo software, tem BUG: Toda vez que se tenta investigar irregularidades em que conste as letras PSDB, nessa ordem, ele trava. Aí, tem de resetar. Se tentar rodar novamente, o operador do computador é deletado.

    FELIZ 2019 PARA TODOS!!!!!!!!!!!!!

  2. Até parece aqueles super

    Até parece aqueles super computadores que vemos nos seriados policias norte americanos, eu não duvido que funcione mas não é para confiar cegamente e muito menos cercear o direito de ampla defesa dos réus.

  3. Dá até pra desconfiar….

    Uma afirmação dessa é tão pueril que dá até para desconfiar. 

    O perito também disse que, agora, é possível, durante apenas o final de semana, deixar o sistema trabalhando na inserção dos dados, em vez de ficar esperando a transferência feita de um HD por vez.

  4. COM TUDO ISSO, E AÉCIO NÃO É INVESTIGADO NEM EM FESTA DA ISTO É?

    Perdoem, então não precisa mais de juiz, porque pagar essa dinheirama toda para PF e Juízes? O software já faz tudo, e também não esqueçamos que computação e programação é a lógica do que queremos e não do que verdadeiramente deveria ser. Será que a polícia federal previu neste software o desemprego e a destruição que o país sofreria? O BRASIL agora tem a lógica da covardia.  Era possível sim terem prendido e punido essa turma sem jogar os brasileiros na lama do desemprego e sem destruir o projeto BRASIL de nação, será que este software descobriu para quem essa turma trabalha, porque para os brasileiros e para o BRASIL não é. Os militares já deveriam terem prendido mais da metade do judiciário e dessa turma de conspiradores que jogaram o Brasil na letargia, seria o software da verdade, pois acreditar no software e não acreditar no helicoca com 450 Kg de pó é muito maroto e seletivo.

  5. Comparação entre diferentes obras pode dar problemas.

    No RS houve uma obra que uma sistemática parecida de comparar o custo de duas obras de forma apressada deu grandes problema. Ao comparar duas estradas foi feito algo que parece similar ao que está se apregoando no texto. Pegaram duas estradas de mesma classificação, mediram as áreas e compararam o preço unitário, foi um escândalo, uma apresentava o custo unitário varias vezes maior do que a outra, saiu no jornal e membros do TCU se pronunciaram de forma veemente.

    Só havia um detalhe que foi esquecido, uma das obras era feito em solo normal com a estrada colocada sobre cortes ou aterros, a outra, de custo muito mais alto, foi construída sobre terreno totalmente pantanoso e com isto mais ou menos 10% a 15% foi construída sobre PILARES. Ou seja, esta segunda estrada era na realidade uma enorme “ponte” com pilares, vigas e lages, custando na realidade várias vezes o custo do que a construção por métodos convencionais.

    Depois o TCU, para não ficar completamente desmoralizado, procurou uma pequena desavença em preço, algo que não chegava a 1% da denúncia inicial e publicou a nossa fantástica imprensa que a empresa havia sido condenada a devolver um determinado valor que foi considerado superfaturado, uma “merreca”, a empresa devolveu e recebeu toda a parcela que estava retida (muitas vezes maior do que devia devolver).

    Agora voltando a métodos probabilísticos e estatísticos, não digo que sua utilização não possa ser feita, porém quando se parte de uma hipótese viciada de origem, ou seja, atribuindo aprioristicamente um resultado que se deseja, estatísticos fazem maravilhas em termos de manipulação de dados que chegam ao resultado despejado.

    Para não ficar na mera especulação vou dar um exemplo verdadeiramente e cabeludo que demonstra o procedimento, e vocês vão ficar arrepiados com eles.

    Médicos em trabalhos de doutorado, ou mesmo trabalhos muito mais simples, necessitam da confirmação estatística da hipótese levantada, pois li por fatos que não vem ao caso, um trabalho de doutorado em medicina em que o autor de posse de uma amostra extremamente reduzida (em torno de uma dezena) deveria provar a sua tese, retirando da amostra resultados que não serviam ao estudo (nem me lembro porque) a amostra resultante ficou menor do que a dezena, logo o procedimento correto era jogar fora esta amostra e partir para resultados clínicos mais detalhados, entretanto como era previsto no trabalho era necessário uma verificação “estatística”, como o doutorando não entendia lhufas de estatística foi contratado um estatístico que ESCREVIA NAS TESES de doutorado o capítulo de estatística.

    Utilizando pequenos truques completamente incorretos em termos de uma análise rigorosa, foi concluído para um nível de significância XXX a validade da hipótese. Eu horrorizado pelo que estava escrito, chamei a atenção  do doutorando, porém como o que interessava era o título acadêmico o capítulo ficou como estava escrito e como também a banca não entendia nada de estatística passou em brancas nuvens. Talvez a hipótese estivesse correta, talvez a clínica mostrasse a certeza desta, porém a fraude estatística se perpetuou.

    O que quero dizer que quando se estabelece a priori que uma coisa, no caso a existência de superfaturamento, é verdadeira, e se trabalha com amostras pequenas, prova-se a hipótese independente de ser ou não verdade. Vai tudo depender da qualidade do estatístico de esconder passos indevidos que foram dados.

    Se por acaso se tivesse um banco de dados com 100 a 500 obras com as mesmas características e se fizesse processo inverso, ou seja, feita a estatística com uma amostra significativa, a probabilidade de que as amostras que saíssem dos parâmetros médios representar uma discrepância à grande amostra e se desconfiar de superfaturamento era real, mas mesmo nestes casos deveria-se procurar o origem da discrepância, que caso não fosse achado seria mesmo um caso de superfaturamento.

    Porém como nossos juízes, assim como a banca de médicos que aprovou a tese, não conhecem nada de estatística, vão engolir a fraude que para como se diz, provar que nariz de porco não é tomada, para as eminências será difícil.

    1. Certíssimo, Rogério Maestri.

      Prezados leitores, prezado Rogério Maestri.

      Considero este texto mais do que um comentário. O relato do gravíssimo caso de fraude, perpetrado por um estatístico e por um doutorando de medicina, mostra um problema muito mais freqüente do que imaginam os bem intencionados leitores e cidadãos. Essa conversa de que ‘os números não mentem’ ou de que gráficos e tabelas cheios de dados e informações quantitativas organizadas de forma padronizada são confiáveis é tão crível como a teoria geocêntrica.

      Rogério Maestri, que é Engenheiro e Professor (corrija-me se eu estiver errado) faz a crítica correta, denunciando o caráter fraudulento e manipulador, não apenas da ‘reportagem’ da FSP, mas também daqueles que forneceram as informações ao jornal. Mais do que isso: Rogério Maestri apresentou um caso grave de fraude estatística no ambiente acadêmico, sempre mais plural do que o de corporações policiais como a sediciosa PF.

      De forma mais sucinta eu fiz uma crítica similar, em comentário que postei agora há pouco.

      Sugiro a Rogério Maestri e a outros leitores/colaboradores que elaborem artigos críticos sobre esse tema.

       

       

  6. torture os numeros e eles etc. etc.

    Estatísticas e números torturados falam aquilo que se deseja.

    É de conhecimento até do mundo mineral que os preços de qualquer produto ou concorrência estão ligados ao mercado com suas ciclicidades.

    Quando aquecido é normal não oferecer descontos, carteira cheia de perdidos faz o coração endurecer.

    Mercado aquecido carteira de pedidos cheia e sem capacidade industrial para atender nos prazos e na obrigação de não poder declinar das concorrências fazem os preços levitarem ao absurdo para induzir à desclassificação.

    Se os meus compromissos com terceiros forem inadiáveis posso aceitar pagar mais e etc. etc.

    Como é que um gênio de boteco fantasiado de pf e um juizeco te primeira instancia de um estado agrícola conseguem avaliar?

  7. Desde quado perícia criminal se confunde com probabilidade?

    Prezados,

    É de dar engulhos e revirar o estômago ler absurdos como os citados nesta matéria. O primeiro deles estabelece que: 

    “Em vez de analisar cada contrato individualmente, por meio de cotações dos preços dos materiais usados nas obras, os peritos resolveram focar dois grandes conjuntos de licitações: um com indícios de formação de cartel e outro no qual havia mostras de disputa efetiva. Em seguida, aplicaram métodos probabilísticos e estatísticos para identificar padrões de superfaturamento.”

    Com base em que se podem fazer inferências estatísticas e classificar os contratos? Cada contrato é único e tem objeto específico. Ademais as condições, no tempo e espaço (político, econômico, histórico, etc) são distintas para cada contrato. Essa extrapolação estatística não passa de GROSSEIRA FRAUDE.

    Depois foram citadas as seguintes pérolas:

    “a confiabilidade dos resultados foi comprovada pela comparação com os dados obtidos em perícias feitas pelo método antigo” e que, “em seis meses na Lava Jato, foi feito um trabalho que levaria oito anos pela fórmula tradicional.”

    Que confiabilidade é essa? Quem a atestou e com quais intenções? O processo/software foi submetido a críticas e testes, para constatar/desmentir falsos-positivos e falsos-negativos? Quem garante que não houve manipulação na escolha dos ‘processos/contratos’ analisados, para que o resultado do software convergisse com o da perícia realmente feita? Houve auditoria independente, para certificar a eficiência e eficácia do sotware?

    Essa ‘reportagem’ da FSP, que mais parece uma propaganda ou a nota de uma assessoria de imprensa da PF e dos agentes da Fraude a Jato, vale aquilo que o gato enterra.

    1. Sobre probabilidades

      Lembro de um jurista dizer que se tivesse um pote com cem balinhas, 99 de mel e uma de cianureto. Quem seria louco de escolher uma ao acaso nesse pote?

  8. Ou seja o que ja era falho
    Ou seja o que ja era falho ficou ainda mais falho pela pressa. O sonho do tecnocrata,softwares e equipamentos não substituem o trabalho longo e demorado de peritos.

  9. Embromation

                                   Tudo no BR é embromantizado , principalmente no que refere a invetigaçoes , laudos , etc.

                      A investigaçao sobre aviao que caiu na Colombia mostra claramente isso em menos de dez dias as autoridades deram as causas do acidente , aqu ninguem sabe ainda de quem´era o aviao que caiu em santos matando um candidato a presidente   

                   8 anos para se detectar superfaturamento em licitaçao , isso só pode ser piada  é cada vez mais claro que a LAVAJATO nunca teve condiçoes de reunir a quantidade de informaçoes reunidas no inquerito com o numero de pessoas (e com a qualidade profissional dessas ) que ppossui o que querem mesmo e esconder que trabalham com material da espionagem da NSA.

                O ritmo de moro ou o rito de Moro , afinal ele vive viajando pra receber premios e outras coisas ´. . 

  10. SOFTWARE DA PF – SE LULA=TRUE verdadeiro – SE FHC E AÉCIO=FALSE

    O período que tudo começou foi no do FHC, com os mesmos vícios e personagens, estava fácil com o software, não fizeram porque não queriam ver a corrupção de verdade queriam fazer política e destruir o BRASIL. Então mentiram. A TURMA DO FHC gatunou mil vezes mais e até na privataria. Haja PETROBRAX nas mãos do genro para Moro enxergar. O software da PF deve ser mais ao menos assim, SE LULA=TRUE verdadeiro PROCESSE LULA, SE FHC E AÉCIO=FALSE LIVRES.. 

  11. Para acompanhar os métodos arbitrarios do dito juiz

    “Aplicaram métodos probabilísticos e estatísticos para identificar padrões de superfaturamento.”

    O dia que tivermos acesso ao que foi o processo da Operação Lava Jato, ela ser descontruida muito mais rapidamente do que imagina Sérgio Moro. So espero que esse tempo não tarda.

    E a familia Nassif tem um gênio da engenharia… trabalhando com o inimigo 🙂

  12. Será que funciona em casos mais simples?

    E quando o caso é simples e só envolve um helicóptero cujo dono é conhecido e carregava 450 Kg de pasta de cocaína?

    Nesse caso, por falta de “vontade política”, a PF recorreu ao mistério milenar da fé cristã. A Santíssima Trindade. E decretou que a fazenda é do PAI, o helicóptero é do FILHO….. e a cocaína é do Espírito Santo. (???)

     

     

     

    1. HAHAHA

      E o mais estranho: nem a DEA americana se interessou muito pelo caso. Se um mexicano tentar passar a fronteira com um pino de cocaína, vira escândalo diplomático. A Cisco Networks norteamericana, roubou, contrabandeou, descaminhou, superfaturou e evadiu divisas. Foi pega pela mesma PF e NADA aconteceu. NADA! 

  13. O Gostinho Por Tabela ou Dormindo Com o Inimigo

    Se não tem jeito, o jeito é se acostumar sem concordar e não deixar de denunciar a anormalidade: o GGN precisa sentir-se de vez em quando, Folha, Estadão ou O Globo.

    Fazer o que?    

  14. Não faz mais sentido

    Não faz mais sentido acreditar na lava jato com Moro e seus procuradores parciais. Quando houver uma varredura em toda a lava jato, feita por  juristas e juizes imparciais aí a verdade vem a tona…

  15. Mentira. Qualquer processo de

    Mentira. Qualquer processo de investigação pode ser feito em um único dia quando o investigador já decidiu que o investigado é culpado e ignora as pistas a serem investigadas.

  16. Prconsult, 1982

    Desde a Proconsult, em 1982, que tenho restrição a sistemas matemáticos com resultados inquestionáveis, quando os dados inseridos e os algoritmos utilizados não sejam auditáveis facilmente e com tempo bastante pelos particulares, sendo monopólios do Estado ou de grandes corporações. No caso concreto, acho que é uma perícia do Estado, da polícia, a cargo da acusaçso. Por que então negada a perícia judicial?

  17. Nossa! Computadores são

    Nossa! Computadores são ótimos pra detectar falcatruas, mas péssimos pra aferir urnas. Até a penúltima eleição, diga-se de passagem!

  18. os números não mentem

    quando muito, faltam com a verdade.

    Assim como esse método de prova, esses juízes também seráo um software em breve.

     

     

  19. “Análise a Jato”

    Trabalhei em dezenas de operações de interceptação telefônica com múltiplos alvos. Transcrever e analisar os dados obtidos é um processo extremamente lento, e que deve ser feito com muito cuidado. Leva-se dias para compreender o que se está ouvindo, e definir os vínculos entre os interlocutores.

    Portanto é impossível fazer o trabalho de 08 anos em 06 meses. Nem a NSA tem essa capacidade, e vejam que o centro de processamento de dados dos caras é medido em hectares, e não em bytes. Já na Operação Satiagraha, lendo os relatórios analíticos das degravações, era possível constatar que análise não é uma virtude dos servidores da PF.

    Imagino a quantidade de asneiras e impropriedades que deve estar sendo usada como base para as decisões do juiz de Curitiba.  

  20. Então o algoritimo ja provou

    Então o algoritimo ja provou que 3 milhões de reais ssairam de 3 contratos com a Petrobrás foram pra Odebresh, OAS, que contratou outra empresa para “personalizar” uma cobertura do tipo “casa de pombos” cujo cartorio de registro de imoveis afirma que o tal apartamento pertence a OAS. Então a defeza pergunta em quanto efetivamente supostamente meu cliente foi beneficiado, e pede pericia que é negada sob alegação de tentativa de protelar o processo. A enaltecedora reportagem sobre tecnicas inovadoras da operação aponta crime gravissimo da propria operação. E pensar que denuncia anonima cancelou operações da PF. 

  21. BRASIL ENCURRALADO
    BRASIL ENCURRALADO

    Houve um Senador Afonso Arinos, lembro-me quando ocupava a tribuna do Senado, no Rio de Janeiro, perorando sobre o “mar de lama” que corria no Palácio do Catete, ocupado pelo Presidente Getúlio Vargas. Cerca de duas décadas depois, em artigo no Jornal do Brasil, reconheceu que eram discursos meramente oposicionistas, pois jamais soubera de qualquer ato de improbidade de Getúlio Vargas. Se, de um lado, devemos reconhecer a sinceridade tardia, por outro fica a frustração da impunidade por tamanha agressão ao Brasil e aos brasileiros.
    O império de hoje, e desde 1990, não é mais um país, como foram os Estados Unidos da América (EUA) e o Reino Unido (UK) anteriormente. O império é um sistema, que denomino “a banca”, o sistema financeiro internacional, constituído por 100 famílias, aproximadamente, que controlam na ordem de US$ 25 a 30 trilhões da movimentação financeira mundial. Isto significa até seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Porque mais da metade destas famílias residem nos EUA e por serem a maior influência nas decisões governamentais daquela nação, podemos simplificar tratando, indistintamente, ou da banca ou dos organismos estatais estadunidenses.
    A eleição de Lula, em 2002, foi uma quebra no domínio total do governo brasileiro pela banca. Mas os fatos que relataremos começaram bem antes, no que se convencionou chamar ditadura militar. Os 21 anos de governos militares não foram homogêneos. Houve o primeiro, planejado e dirigido pelos EUA, onde prevalecia o poder do capitalismo industrial. Naquele momento se cuidou de afeiçoar as leis e os sistemas econômicos brasileiros aos interesses das empresas estrangeiras: fim da estabilidade aos 10 anos de trabalho, aparelhamento do sistema tributário, mecanismos de proteção ao capital e ao financiamento, mercado de capitais etc. Depois veio a reação nacionalista. À época o sentimento nacionalista era forte nas forças armadas e, em especial, no Exército. Esta segunda fase teve de comum com a primeira o anticomunismo, que tinha o mesmo vêzo da anticorrupção atual. Como feito pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) e pelo Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), hoje o esforço midiático ficou concentrado no efetivo monopólio da Rede Globo, e passa a massacrar, diuturnamente, todos neste país sobre uma corrupção, que em nada difere da praticada pelas elites nos 500 anos da Terra de Santa Cruz e pelos capitais ao redor do mundo.
    Façamos um interregno para tratar da corrupção. Em qualquer sociedade onde a posse dos bens materiais diferencia as pessoas e onde os valores humanos se subordinam aos valores monetizáveis temos uma sociedade aberta à corrupção. No Brasil, a grande corrupção, que destruiu a própria alma nacional, foi a escravidão negra, cujos resquícios ainda permanecem após um século de sua formal cessação. Os governos nacionais do Partido dos Trabalhadores procuraram, com as ações afirmativas, eliminar este destruidor ranço, ainda espalhado pela burguesia. É um longo trabalho em favor da cidadania, que os golpistas nos poderes nem tem capacidade de entender, tão presos a preconceitos e mesquinharias. Um período de grande corrupção foi do Império à 1ª República, quando a Inglaterra tinha no Brasil uma colônia de usufrutos sem formais responsabilidades, como na Índia de então. Que o digam o Barão de Mauá e Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, verdadeiros heróis nacionais.
    Mas para a campanha anticomunista de hoje, a campanha contra a corrupção não se visa aqueles que sempre a praticaram, cujas respeitáveis famílias surgiram da exploração das misérias nacionais e da apropriação do dinheiro público. Ela usa os recursos da informação, que a banca soube, melhor do que outro setor econômico usar e dominar, na espionagem e na criação de falsas verdades e verdadeiros ódios.
    Vejamos um caso que ainda não nos atinge diretamente: o terrorismo islâmico. Acaso o arguto leitor já se deu conta que países dirigidos pela banca: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, não sofrem atentados “terroristas”. E estes atentados surgem na Europa ou nos EUA quando é necessário forçar a aprovação de lei de exceção ou facilitadora para banca. Como sempre, ontem as virgens, hoje os inocentes são sacrificados no altar de Mamon.
    No Brasil, o sistema de espionagem implantado e aperfeiçoado, desde 1985, foi fundamental para conhecer as falcatruas dos dirigentes, privados e públicos, também suas outras fraquezas, envolvendo, nem sempre com realidade, o poder, que alimentaria a Lava Jato a partir de 2009.
    Embora a divulgação da descoberta do pré-sal tenha ocorrido em 2006, parece possível que o sistema de espionagem, ativo bem antes, tenha formulado a orquestração do Mensalão do PT (2005), posterior aos nunca concluídos mensalões do PSDB e outros desvios de conduta da oposição de então, hoje o governo.
    Um trabalho de planejamento bem feito, como já ocorria no treinamento de membros do poder judiciário, no tratamento das informações pela Agência de Segurança Nacional (U.S. NSA – National Security Agency), pelo Departamento de Estado (U.S. Department of State) e outros órgãos de governos estrangeiros e, lamentavelmente, com uso de maus brasileiros, possibilitou este tipo de ação.
    O resultado são a Operação Lava Jato, o golpe para destituição da Presidente eleita Dilma Rousseff, o desmonte da economia brasileira, pelas alienações patrimoniais e de recursos não renováveis a estrangeiros, o fechamento de empresas, prisões ilegais e até assassinas (como decidida por Moro – 35ª fase da Lava Jato – para assessor do ex-ministro Palocci, Branislav Kontic, que tentou suicídio por não resistir à ignomínia da prisão motivada por interesses políticos), e faz do judiciário e do ministério público alvos de chacota pelo mundo.
    Um País sem soberania, um povo sem emprego, crianças sem escola, enfermos sem atendimento e a humilhação da nacionalidade sem cidadania.
    E tudo porque a ignorância da classe média, associada à venalidade das elites e o permanente interesse na colonização de um país rico não encontram um povo disposto a lutar pela existência digna. Sempre a espera de um Messias, sempre aguardando a sorte e o milagre. Ao fim, os verdadeiros corruptos celebram seus ganhos com seus associados nos poderes e ao povo ficam o desemprego, a miséria de sempre. Brasil encurralado.
    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

  22. A pressa é inimiga da perfeição

    Um frango caipira está pronto para o abate após 90 dias do seu nascimento. Um frango de granja está pronto para abate com 45 dias de existência.

    Qual carne é menos saudável: a do frango caipira ou a do frango de granja? Qual dos dois frangos é mais resistente?

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