Para ministro do TSE, ataque de Olavo de Carvalho a Haddad é “liberdade de expressão”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução/Youtube
 
Jornal GGN – O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Luís Felipe Salomão recusou-se a atender um pedido da campanha de Fernando Haddad à Presidência para retirar das redes sociais uma publicação de Olavo de Carvalho, que atrelava o petista à defesa do incesto. Segundo a justificativa do ministro, não se trata de fake news, mas de liberdade de expressão.
 
A defesa da campanha de Haddad argumentou que Olavo foi irresponsável por manipular informações e fazer afirmações injuriosas e difamatórias, com base em ilações vazias.
 
De acordo com informações divulgadas pela imprensa nesta terça (16), Olavo apagou a postagem, mas a campanha de Jair Bolsonaro, que tem espalhado fake news contra Haddad, não recuou.
 
Por Gabriela Coelho
 
Do Conjur
 
Ministro do TSE mantém no ar post que acusa Haddad de defender incesto
 
O ministro Luís Felipe Salomão, substituto no Tribunal Superior Eleitoral, negou pedido para retirar postagens do escritor Olavo de Carvalho de redes sociais. Em decisão desta segunda-feira (15/10), Salomão afirma que a interferência da Justiça Eleitoral sobre o que é publicado na internet deve respeitar a liberdade de expressão.
 
O pedido foi feito pela campanha do candidato à presidência Fernando Haddad (PT). Em um dos posts, Olavo de Carvalho diz que o candidato defende o incesto em um livro: “Estou lendo um livrinho do Haddad, onde ele defende a tese encantadora de que para implantar o socialismo é preciso derrubar primeiro o tabu do incesto. Kit gay é fichinha. Haddad quer que os meninos comam suas mães”.
 
Na decisão, Salomão diz que, embora a publicação veiculada apresente teor ofensivo ou negativo, exterioriza o pensamento crítico do representado acerca de uma obra de autoria do candidato.
 
“A liberdade de expressão no campo político-eleitoral abrange não só manifestações, opiniões e ideias majoritárias, socialmente aceitas, elogiosas, concordantes ou neutras, mas também aquelas minoritárias, contrárias às crenças estabelecidas, discordantes, críticas e incômodas”, destacou o ministro.
 
Em relação à  interferência da Justiça em casos como o analisado, o ministro explicou que “não houve transgressão comunicativa, violadora de regras eleitorais ou ofensiva a direitos personalíssimos, e estão agasalhadas pelo exercício legítimo da liberdade de expressão, segundo a Constituição Federal”.
 
A ação foi ajuizada pelo escritório Aragão e Ferraro. A petição chama a atitude do escritor de “irresponsável diante da popularidade que possui nas redes sociais para circulação de afirmações infundadas, injuriosas e difamatórias que visam, única e exclusivamente, manipular a opinião pública por meio de ilações vazias”.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Já disse, é muito difícil ao

    Já disse, é muito difícil ao Pt ter que esconder que o os principais adversários de campanha são a mídia e o judiciário. Esconde porque um pode criar factóides em cima de factóides contra o partido e o outro pode condenar usando como álibe do factóide. Por exemplo, já está se criando um factóide via trf4 pra dois dias antes da eleiçaõ. O que a justiça fará como o factóide? Nada, porque foi ela mesma que criou o factóide. É uma suruba sem fim. Agora o candidato de gente devassa coma esta do judiciário e da mlídia tinha ou não tinha que ser um sujeito troglodita como o bolsonero? Ele é o retrato dos homens de toga e de mídia do brasil do golpe.

  2. olha o nível?

    não apenas daquele cretino, guru dos energúmenos, mas do tal ‘ministro’.

    por isso, nada funcionará neste país enquanto a sociedade organizada não fizer um expurgo no judiciário.

    expurgo não de meia dúzia, mas de 99,9% dos juízes e promotores.

    todos no olho da rua sem direito a nada a bem do serviço público.

  3. Supremo Tribunal Eleitoral?

    Sera que o Olavo de Carvalho é tão reacionario que ele não consegue entender ideias/conceitos abstratos sobre sexualidade/sociedade ou é a velha manipulação ideologica através da ignorância popular ?

    Quanto ao tal Ministro do TSE. Se aludissem a ele com a mesma proposição, ele defenderia essa questionavel “liberdade de expressão”?

  4. Opinião crítica e incômoda?

    Isso não é opinião, é apenas mentira: dizer que, em livro, coisa que os “anarfa” do zap jamais lerão, o candidato afirmou o que, de fato, não afirmou. Mas não há surpresa: o judiciário brasileiro transformou-se num aparelho do projeto fascista evangélico-militar. Tá tudo dominado.

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