Paulo Preto recebeu R$ 24 milhões de propina por obras no Tietê, diz delator

Apontado como operador de propina do PSDB, Paulo já está preso por acusação da Lava Jato de Curitiba. Essa investigação tramita na Justiça do Rio

Foto: Divulgação

Jornal GGN – O ex-diretor da Dersa e apontado como o operador de propina do PSDB em São Paulo, Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, teria recebido cerca de R$ 24 milhões de um ex-gerente da empreiteira, Helvétio Rocha, que se tornou delator da Justiça.

Nas informações repassadas à Justiça, Rocha disse que os montantes de propina foram feitos antes e durante a licitação da ampliação da marginal Tietê, em 2009, durante a gestão de José Serra (PSDB) no estado. A Dersa foi uma das responsáveis pelas obras de 22 km de extensão, que custaram R$ 1,75 bilhão.

O delator afirmou, ainda, que chegou a carregar sete caixas de dinheiro na sede da empreiteira paulista. Paulo Preto está preso em Curitiba por outra investigação relacionada à Lava Jato, aonde é acusado de operar a propina da Odebrecht ao PSDB.

Já esta ação tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro, sob o comando do juiz Marcelo Bretas. As declarações de Helvétio Rocha foram passadas ao magistrado no último dias 12 de abril. Em detalhes, mencionou que ainda antes desta licitação controversa – urbanistas questionavam a real necessidade destas obras, entregou até 7 box de tamanho três vezes maior que caixas de sapato ao 10º piso da estatal paulista, aonde fica o gabinete de Paulo Preto.

O ex-gerente da empreiteira não soube precisar a quantia, mas estima que cada caixa deveria conter cerca de R$ 1 milhão, o que, em tese, totalizariam R$ 7 milhões. Sua função era buscar informações técnicas sobre a dificuldade da obra na marginal Tietê. E que recebeu o pedido da entrega do dinheiro do ex-diretor da Delta em São Paulo, André Ferreira. Mas que nunca chegou a entregar diretamente nas mãos de Paulo Vieira.

Após o início das obras, Helvétio Rocha contou que recebeu o empresário Adir Assad, que estaria representando Paulo Preto, indicando que “havia um percentual em cima de cada medição, que devia ser contratada a empresa Legend”. Assad é acusado de lavagem de dinheiro para diversas empreiteiras e, também em acordo de colaboração, disse ter fornecido R$ 370 milhões em dinheiro vivo à Dersa.

Assad cobrava 6% de percentual e, somente a Paulo Preto, teria repassado entre R$ 16 e 17 milhões, disse Rocha. Ele afirmou que essa propina teria sido absorvida pela empreitira e impactou até no pagamento de participação dos lucros de empregados, mas negou que teria gerado um aumento no custo oficial das obras.

Redação

2 Comentários

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  1. Quem? Paulo Preto, o Dono de São Paulo? E o cara era somente Diretor da DERSA? Imagina se fosse Governador de Estado como Serra, Picolé, Covas, Montoro, Dória, Goldman? Ou Senador da República como Aloisio Nunes? Ou mesmo Presidente da República como FHC? Com este poder todo, este simples Diretor de Estatal poderia até juntar uns 150 milhões em algum Banco da Suíça, não é mesmo?! Mas sabemos, e a célere e providencial LAVA JATO também sabe, que Paulo Preto não tem este poder todo. Já os 150 milhões….

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