Deputados gravam conversa com Duran sobre Lava Jato de Curitiba e Rede Globo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Os deputados do PT Wadih Damous e Paulo Pimenta viajaram à Espanha para diligências que interessam à CPMI da JBS. Os parlamentares afirmaram ao Viomundo que conseguiram uma hora de conversa gravada com o advogado Rodrigo Tacla Duran, o delator do amigo de Sergio Moro, Carlos Zucolotto.
 
Além de falar sobre o lado obscuro da indústria da delação premiada em Curitiba, Duran também ofereceu informações que atingem Ricardo Teixeira e a Rede Globo, afirmou o deputado Paulo Pimenta.
 
Segundo a jornalista Conceição Lemes, Pimenta adiantou a ela que Duran “nos confirmou tudo o que ele já havia denunciado anteriormente por meio de entrevistas.”
 
“Por exemplo,  a maneira como o Ministério Público Federal obtém as delações, o uso de planilhas e extratos manipulados, em desacordo com os originais dos sistemas da Odebrecht, a atuação do amigo e padrinho do juiz Sérgio Moro, que teve a mulher de Moro, Rosângela, como sua sócia no escritório.”
 
Duran é processado em Curitiba sob a acusação de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele está na Espanha porque tem dupla cidadania e o País negou ao Brasil sua extradição. O advogado já foi intimado por Moro a prestar esclarecimento. Sua defesa alega que o juiz símbolo da Lava Jato perdeu as condições de julgá-lo a partir do momento em que saiu em defesa do amigo Carlos Zucolotto.
 
Zucolotto foi acusado por Duran de ter cobrado propina para ajudar, nos bastidores, no acordo de delação premiada com os procuradores de Curitiba.
 
“Nós também andamos atrás do processo do Sandro Rossell, ex-presidente do Barcelona, atualmente preso”, disse Pimenta. “O caso envolve diretamente Ricardo Teixeira e a Globo.”
 
Segundo Lemes, Rosell, que era sócio de Ricardo Teixeira, está no Presídio Soto del Real, em Madri, desde maio de 2017. “Ricardo Teixeira tem residência fiscal em Andorra, onde tem contas em mais de um banco”,  atenta Pimenta. O principado de Andorra fica entre a Espanha e a França.
 
Wadih e Pimenta pretendem inserir a hora de gravação com Duran nos autos da CPMI da JBS. Eles também apresentaram requerimento para que o advogado seja ouvido na comissão de inquérito.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Ainda bem que um pedido de um
    Ainda bem que um pedido de um não cadastrado desetrelado tem valor.Foi ele quem farejou essa bomba de hidrogênio em direção ao solo consolidado pátrio.

  2. Os principais jornalistas e políticos comprometidos em revelar a

    Os principais jornalistas e políticos comprometidos em revelar a verdade sobre a lava jato deveriam se reunir e produzir um documentário sobre todos os podres da operação. A maioria dos brasileiros não tem muita paciência em ficar lendo blogs engajados. As informações polêmicas sobre os propósitos obscuros da opreação precisam chegar ao grande público.

  3. A trilha a ser seguida é essa

    Eu, e certamente centenas (quiçá milhares) de leitores da blogosfera progressistas, sugerimos aos deputados e senadores da Esquerda Política – assim como aos jornalistas independentes – que procurassem Rodrigo Tacla Durán, para ouvir dele mais detalhes sobre as graves denúncias que tem feito em relação aos métodos da ORCRIM lavajateira. Os deputados Wadih Damous e Paulo Pimenta parecem ter atendido a esses pedidos e sugestões; mais ainda: além do depoimento gravado, eles dizem ter obtido com Durán documentos que podem expor as ilegalidades e crimes cometidos pelos que compõem essa força-tarefa que integra a as forças golpistas e encabeça a atual ditadura em vigor no Brasil.

    É preciso intensificar as investgações jornalísticas e denunciar de forma contundente as ilegalidades e crimes cometidos pelos lavajateiros. Desmascarados, desmoralizados, com as entranhas pútridas e fétidas expostas, fica mais difícil para os integrantes das ORCRIMs judiciárias impor a ditadura aberta. Além das ações de jornalistas e parlamentares, é preciso unificar os juristas e operadores do Direito (pois eles existem, apesar de serem minoria) em torno da causa democrática. Os blogs e portais Progressistas precisam acionar esses juristas e operadores do Direito, fazer entrevistas com eles, publicar artigos deles, pedir-lhes para promover eventos e palestras. O exemplo foi dado, na última sexta-feira, 27 de outubro, pelo desmbargador do TJ-SC, Lédio Rosa de Andrade, em evento realizado na UFRJ, no Largo de São Francisco, centro da capital fluminense.

  4. Espero que o Tlaca Duran

    Espero que o Tlaca Duran esteja não esteja preprado porque a partir do momento em que esse material for disponibilizado, a Globo vai ataca-lo de todas as formas e ainda vai dar mais munição à Lava Jato.

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