PF acredita que R$ 1 milhão a Giuseppe Vecci (PSDB) foi propina

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A prisão do presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves e do ex-secretário da Fazenda de Marconi Perillo (PSDB), José Taveira Rocha, nesta quarta-feira (24), gerou desdobramentos para os investigadores. Agora, o deputado Giuseppe Vecci (PSDB-GO) caiu no grampo, flagrado em atuação incessante para uma empresa contratada pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago).
 
A companhia foi o principal alvo da Operação Decantação, que investiga esquema de financiamento de partidos com recursos do PAC, do BNDES e da Caixa Econômica, envolvendo sobretudo a campanha de reeleição do governador tucano, em 2014. José Taveira Rocha, além de ter ocupado posto no governo de Perillo também é presidente da Saneago. 
 
Segundo os investigadores, a JC Gontijo Engenharia doou R$ 1 milhão para o PSDB e ao então candidato à Câmara, entre outubro e novembro de 2014, “a título de propina”, depois que recebeu valores de contrato com a estatal de Goiás.
 
Junto com a prisão de ambos, a PF também grampeou conversa de Rocha com o empresário José Cesário Lopes, da Gráfica Moura, sobre uma dívida de campanha que atinge, pelo menos, R$ 400 mil do governador naquele ano.
 
Além desse diálogo, os investigadores detectaram outra conversa de Afrêni Gonçalves que “evidenciam” acertos entre o tucano e um diretor de Gestão Corporativa da companhia de saneamento, Robson Salazar, para privilegiar um pagamento à JC Gontijo, empresa que ganhou contrato da estatal do governo Perillo.
 
“Em telefonemas realizados na sequência, Afrêni Gonçalves e o deputado federal Giuseppe Vecci intercedem junto ao diretor de Gestão Corporativa, Robson Salazar, no sentido de que fosse liberado uma contrapartida da Saneago a empresa JC Gontijo”, disse o relatório da PF.
 
A conclusão inicial dos investigadores é que “existem fundados indícios de que o investigado (presidente do PSDB em Goiás) dá provimento ao núcleo político da organização criminosa, dirige, age e interage na Saneago para beneficiar aliados políticos, direcionar contratos, abreviar pagamentos e percutir dinheiro para o PSDB e campanhas políticas”.
 
Como a investigação está a nível da primeira instância, o grampo que inclui o deputado Vecci foi coletado indiretamente, por meio do monitoramento das chamadas de Afrêni, alvo da Decantação. Mas o diálogo que envolve o parlamentar é de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que é detentor de foro privilegiado.
 
Em outros grampos, ficou evidenciado que o presidente do PSDB de Goiás afirma a Robson Salazar que estava “tudo certo” e Afrêni conta ao deputado tucano que “o JC Gontijo já foi pago”.
 
Esses pagamentos feitos à empresa relacionados ao partido, segundo os investigadores, é “a título de propina, ainda que sobe a forma de doação, porque disfarçadas do seu real propósito”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Capaz! psdb recebendo propina?

    Os caras são limpinhos… se sujou manda para a lavanderia do beiçudo que ele passa a limpo e tá tudo dominado. A farsa que segue.

  2. Isso é a cara de quem tá

    Isso é a cara de quem tá querendo desviar o foco pra quem não fez nada errado (Vecci). A PF já prendeu quem tá diretamente envolvido.

  3. Isso é a cara de quem tá

    Isso é a cara de quem tá querendo desviar o foco pra quem não fez nada errado (Vecci). A PF já prendeu quem tá diretamente envolvido.

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