PF é impedida de entrar no gabinete de Serra

Os investigadores foram barrados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que acionou o STF. Toffoli atendeu e impediu a busca no gabinete do tucano

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Cumprindo ordens do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a entrada da Polícia Federal no gabinete de José Serra (PSDB) para mandado de busca e apreensão foi impedida pela polícia legislativa. De acordo com regimento interno, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve autorizar a medida judicial. Momentos depois, o presidente da Corte, Dias Toffoli, suspendeu a busca no gabinete do senador.

Alvo da Operação Paralelo 23, a justiça eleitoral de primeira instância havia determinado diversos mandados de busca e apreensão, um deles no gabinete do parlamentar. Entretanto, a legislação determina que a decisão deve ser do STF. Imediatamente à chegada dos policiais federais no edifício, Alcolumbre telefonou para o presidente do Supremo indicando a situação.

A advocacia do Senado foi acionada, entrando com uma reclamação no Supremo. De acordo com interlocutores do Senado, o presidente da Casa foi avisado da chegada da PF logo pela manhã, pela Advocacia-Geral do Senado, e não quis que o impedimento se tornasse “um espetáculo”, segundo informou a CNN. Por isso, a PF aguardou a decisão do STF em uma sala do prédio.

A decisão da Justiça Eleitoral de São Paulo permitia que para cumprir todos os mandados de buscas e apreensões, era permitido arrombar portas e cofres. Momentos depois da reclamação, Toffoli atendeu ao pedido da advocacia do Senado e negou a entrada dos investigadores no gabinete de Serra.

 

Redação

9 Comentários

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  1. Ué. Mas o Serra não mandava na PF? Quem deve, teme e atrapalha o trabalho de investigação. Se um ex-presidente teve até a casa (vulgo, asilo inviolável, na Constituição) invadida, colchões revirados e até o tablet do neto levado, mesmo com nada provado, o que o digníssimo senador que ajuda na entrega do país, tem a ocultar e que não deu para tentar esconder?

  2. O tradicional costume de abuso de poder que existe nos dos três poderes, se consolida outra vez nessa clara e atual tentativa de praticar o delito. Mesmo sabendo estar indo de encontro com a lei, as regras e as normas que envolve a relação entre os três poderes, a PF em vez de consultar primeiramente o STF preferiu arriscar o famoso “vai que cola” em total desrespeito a lei, a separação dos poderes, a hierarquia jurídica e a hierarquia funcional, para partir direto pra cima do alvo. Resta saber, mesmo atuando em prática delituosa, se o fez com a intenção de investigar com isenção e imparcialidade ou se o fez já com a intenção de deixar um rastro claro da ilegalidade cometida, que certamente favoreceria muito ao investigado e anularia toda a operação, pela ação ilegal e facilmente constatada. E sendo assim, muito mais grave se tornaria o delito, em razão de ter sido previamente planejado, conscientemente executado e sabidamente ciente dos prejuízos éticos, morais, logísticos e financeiros que provocou as instituições dos Três Poderes.

  3. Não pode fazer apreensão no gabinete de um senador, mas pode grampear conversa de uma presidenta da República.
    Nosso judiciário age de acordo com a cara do freguês. Digo, de acordo com o partido.

  4. Alguém aqui acredita que a justiça eleitoral de SP não sabia que para atender seu pedido era preciso uma autorização do STF?
    eu não! tudo teatro

    Serra é um daqueles tucanos, eternos, que se alguém acertar ao agir contra ele, cai ou perde o emprego

    se bobear PF só atendeu para colocar a bola na marca do pênalti para o Senado chutar sem goleiro

    1. Hoje Serra é cachorro morto.
      É óbvio que a operação serviu pra testar os limites da tolerância das instituições para abusos padrão lavaJato.

  5. A questão não é o Serra, mas a possibilidade de continuar atropelando a lei e as normas jurídicas. Tudo iniciado , executado e ampliado pela Lava Jato. Manobra politica muito bem apontada por vários dos comentários acims.

  6. Certo. Certíssimo. Esse pessoal da Lava Jato se considera acima da lei. Qualquer estudante do primeiro ano de direito sabe que, para fazer o que os procuradores e “juiz” queriam no Senado, seria necessária autorização do Supremo. Mas, grampeada impunemente uma Presidenta da República, achavam na Lava Jato que tudo lhes era permitido.

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