Governo diz que decreto dos Portos tinha intenção de evitar “caos” no setor

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Advogada-geral da União e Michel Temer – Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – O presidente Michel Temer afirmou que o decreto dos Portos, que o colocou como alvo de investigações e mais recentemente por até lavagem de dinheiro com reformas em casas de familiares, foi legal. A manifestação não é pessoal do mandatário, mas por parte da defesa do governo, a Advocacia-Geral da União (AGU), que enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o caso.
 
O inquérito que tramita nas mãos do ministro Luís Roberto Barroso indica que o decreto foi editado pelo mandatário para beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina, como a Rodrimar e a Lira, envolvendo também outras figuras políticas próximas de Temer, como o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e o coronel  João Baptista Lima.
 
Em setembro do último ano, Barroso determinou a abertura do inquérito que envolvia o atual presidente. Inicialmente afastando a apuração contra o emedebista, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se em parecer este ano que o mandatário não poderia ser responsabilizado, mas nada impedia a investigação, colocando-o novamente como alvo do inquérito.
 
“A ninguém deve ser indiferente o ônus pessoal e político de uma autoridade pública, notadamente o Presidente da República, figurar como investigado em procedimento dessa natureza. Mas este é o preço imposto pelo princípio republicano, um dos fundamentos da Constituição brasileira, ao estabelecer a igualdade de todos perante a lei e exigir transparência na atuação dos agentes públicos”, havia decidido Barroso.
 
Por parte do mandatário, assim, a AGU defendeu a legalidade do decreto. “Nesse contexto, considerando as investigações criminais em curso, a União vem requerer a juntada das referidas manifestações jurídicas do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, as quais, como pontuado na Nota nº 702/2018/CONJUR-MTPA/CGU/ AGU, demonstram a legalidade do ato e evidente inteiferência que pode advir na prestação do serviço público, com potencial impacto no setor portuário, com grave risco à ordem pública e à segurança jurídica”, apontou.
 
O parecer sustenta que as medidas determinadas pelo decreto tinham como objetivo conferir atos e contratos e “a devida segurança jurídica para que não haja o caos no setor portuário”. O documento será analisado por Barroso, nos autos do inquérito.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. mm

    A sujeitinha da AGU, com temer e a fordeca formam o trio cara de aço.

    Tratam-nos como se fôssemos 200.000.000 de tapados e ignorantes.

  2. Pra quem não sabe: NENHUM

    Pra quem não sabe: NENHUM terminal no Porto de Santos foi LICITADO. NUNCA. Esse é o pessoal que é contra a intervenção do estado na economia. Prorrogue-se por mais 25 anos (por que não 30, ou 50, ou 100) para evitar-se o caos!

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